8º Dia no Chile (dia 16 do mochilão)
Chegamos na rodoviária de Santiago as 9h da manhã de um sábado.
Santiago é muito bem organizada em termos de transporte, possuindo uma estação
de metrô que se conecta ao terminal rodoviário. Tomamos o metrô em direção ao
centro da cidade que estava extremamente vazio. Percorremos diversas ruas
procurando um hotel, mas não achamos nenhum dentro de nossas expectativas.
Tomamos um taxi e pedimos para nos levar em algum hotel e depois de rodar um
pouco paramos no Hotel Parlamento, que apesar de ser bem localizado (Santa
María 281, Providencia - perto da ponte Pio Nono) e dentro do que queríamos em termos de valores, não tem
uma boa estrutura (móveis velhos, wi-fii só na recepção e elevador que não
funcionava).
Estação de metrô em Santiago: Escultura lembra a mineração |
Nos instalamos no hotel, tomamos um banho (finalmente) e seguimos
para a rua novamente, na direção do Parque Metropolitano, com 7 Km² de área
verde, que fica a menos de dez minutos de caminhada do hotel.
A entrada Pio Nono fica na Plaza
Caupolicán, onde há um quiosque para informações turísticas e leva a
estação, em estilo medieval, onde se toma o “Funicular”, um tipo de bonde que serve
para acessar o Cerro San Cristóbal. Pegamos mapas da cidade no quiosque e nos
informamos sobre a visita à famosa vinícola Concha
y Toro. A simpática senhora que nos atendeu informou que é preciso agendar
a visita e gentilmente ligou do quiosque para fazer nosso agendamento.
Dentro da estação do funicular funciona uma agência de turismo
(Turistik) que fornece pacotes para conhecer a cidade e seu entorno. É possível
comprar pacotes para visitas à Concha y Toro, mas sai MUITO mais barato ir por
conta própria. Compramos um pacote para Vinha Del Mar e Valparaíso e aqui deixo
uma dica importantíssima: Compre o pacote para essas cidades com a visita a
casa de Pablo Neruda e vinícolas, é um pouco mais caro, mas DEVE ser muito
melhor, já que não curti o passeio que fizemos, mas isso é uma história que
conto depois...
Tomamos o funicular que nos leva ao alto do Cerro San Cristóbal de onde se tem uma
vista privilegiada de toda a cidade com a Cordilheira dos Andes ao fundo.
No cerro está o Santuario Inmaculada Concepción, uma
igreja a céu aberto em forma de anfiteatro que conta com uma imagem da Virgem
no topo do cerro a 894 metros acima do nível do mar. A Imensa estátua foi
inaugurada em 1908 e mede 14 metros de altura, estando sobre um pedestal de
oito metros, se destacando na paisagem.
Santuário da Imaculada Conceição no topo do cerro com a cidade ao fundo |
Santuário: Igreja ao ar livre |
Imagem da Virgem se destaca no cerro |
Caminhando pelo cerro
encontramos a aconchegante Plaza Vasca, onde está a capela La Maternidad de Maria, toda construída em pedra e que conta com
imagens esculpidas nas paredes representando passagens da vida de Cristo e da Virgem
Maria.
Capilla La Maternidad de Maria |
Interior da bonita capela |
Paredes internas |
Do alto do cerro é possível
acessar a outra portaria descendo por um teleférico que cruza doto o parque.
Outra forma de explorar o lugar é pedalando, muitas pessoas sobem de bike. Nós não iríamos a nenhum outro
lugar e voltamos ao funicular para a descida.
Deixamos o parque e seguimos
pelas ruas do entorno até uma das três casas de Pablo Neruda, escritor chileno
ganhador do Nobel de Literatura de 1971: La
Chascona (Calle Fernando Márques de
la Plata, 0192).
A casa foi construída em 1953
para Matilde Urrutia, então amante de Neruda, que tinha o apelido de chascona
(descabelada) por causa de seus cabelos ruivos grandes e bagunçados.
O poeta só foi morar nela em
1955, após a separação de sua segunda esposa. Ele mantinha outras duas famosas
casas, La Sebastiana, em Valparaíso e
Isla Negra, na cidade de mesmo nome.
Jardins internos de La Chascona |
Porta de navio: a casa lembra um barco |
Recomendo muito a visita à casa
que mantém um museu com vários objetos pessoais do poeta, como livros, cartas e
manuscritos dos seus poemas. O local recria todo o ambiente antes habitado e a
história da casa e do poeta é contada através de um controle com fones que
permite acompanhar a visita em português.
A visita percorre todos os
ambientes da casa, se iniciando no jardim e passando pelo escritório, salas,
cozinha, quartos e banheiro, mas só pude fotografar os jardins e áreas
externas.
Neruda faleceu em 1973, durante
o golpe militar, e logo em seguida as tropas de Pinochet saquearam e destruíram
a casa. Mesmo com o lugar vandalizado, Matilde realizou ali o velório do poeta,
o que serviu para mostrar ao mundo o que acontecia no Chile. Matilde continuou
morando na casa até sua morte em 1985.
Deixamos a casa encantados
pelas histórias de Pablo Neruda e seguimos para o Parque Florestal, cruzando a
ponte Pio Nono. Caminhamos pelo parque que é bem arborizado.
Chama a atenção uma imponente
fonte doada pela comunidade alemã em comemoração ao centenário da independência
chilena.
Caminhávamos em direção da
Plaza de Armas no centro de Santiago. Na altura da ponte Loreto encontramos o
lindo prédio do Museu de Belas Artes, que é o mais antigo da América do Sul.
Museu de Belas Artes de Santiago |
Deste ponto é possível caminhar
por quatro quarteirões até o centro ou por dois quarteirões até o Cerro Santa
Lucia ainda no Bairro Lastaria.
Bairro Lastaria |
O cerro Santa Lucia hoje abriga
um parque bem verde, mas no passado funcionou como ponto de defesa para o
conquistador Pedro Valdívia, que fundou a cidade de Santiago neste local no ano
de 1541.
Entrada principal do Cerro Santa Lucia |
Cerro Santa Lucia |
Estátua de Pedro Valdívia: Marco da fundação |
Após a fundação da cidade o
cerro ficou abandonado e serviu como cemitério dos dissidentes e despatriados. Uma
estátua representa o cemitério em que eram enterrados, principalmente, os não
católicos e suicidas.
Esculturas espalhadas pelo lugar |
A colina permaneceu devastada
após a fundação da cidade até o ano de 1871 quando Benjamin Vicuña iniciou o reflorestamento
do lugar e criou os jardins e as construções até hoje existentes.
Jardins do Cerro |
Duas construções se destacam no
cerro, a Capilla La Ermita é um
mausoléu que abriga os restos mortais de Vicuña e o Castillo Hidalgo, erguido durante a guerra de independência
chilena.
Castillo Hidalgo |
Capilla La Ermita |
Deixamos o cerro e seguimos para
o centro histórico. Passamos pela Iglesia
La Merced com suas paredes vermelhas e a Casa Colorada que é uma das últimas estruturas do século XVIII que
existe na cidade e abriga o Museu de Santiago. Tanto o museu quanto a igreja
estavam fechados.
Iglesia La Merced |
Casa Colorada |
Infelizmente a Plaza de Armas
estava em obras e totalmente cercada por tapumes. Diante da praça (ou dos
tapumes) estava a imponente e bela Catedral Metropolitana de Santiago e ao lado
do Palácio Arcebispal.
Catedral de Santiago na Plaza de Armas |
A catedral é o quinto templo
construído neste local, já que as anteriores foram destruídas por terremotos. A
igreja atual começou a ser construída em 1748, sendo consagrada no ano de 1775,
antes do término da construção que se deu em 1800.
Na grandiosa nave principal,
com 90 metros de extensão, encontra-se o altar-mor que foi construído em
Munique no ano de 1912 e um órgão importado de Londres em 1850.
Nave principal com 90 metros |
Órgão no coro acima da entrada |
Na nave secundária encontra-se
um altar dedicado a Santa Teresa dos Andes, a primeira santa chilena. Santa
Teresa nasceu em Santiago no ano de 1900, sendo batizada como Joana Fernandez.
Aos 19 anos se consagrou como carmelita descalça, entrando para a congregação no
pequeno mosteiro do Espírito Santo no povoado de Los Andes, a cerca de 90 km da
capital e tomou o nome de Teresa de Jesus.
Lá viveu apenas onze meses, pois
contraiu a febre tifoide, vindo a falecer em 1920. Foi beatificada (1987) e
canonizada (1993) pelo papa João Paulo II que a chamou de santa Teresa de Jesus
"dos Andes". O altar, na lateral da Catedral, guarda um pedaço de seu
osso como relíquia em exposição.
Uma urna funerária diante de um
monumento chama a atenção próximo a entrada da igreja, nela estão os corações
de heróis que lutaram na batalha de Concepción durante a guerra do Pacífico.
Deixamos a igreja
impressionados com sua beleza e riqueza de detalhes. No quarteirão a frente
encontra-se o prédio da Agência Central de Correios, uma construção de 1882
erguida no local onde ficava a primeira casa de Santiago que pertenceu ao
fundador da cidade Pedro Valdívia.
Ao lado do Correo Central está o Palácio
de la Real de la Audencia, onde funcionou a Suprema Corte de Justiça até a
independência do país em 1810. Hoje no prédio funciona o Museu Histórico
Nacional., um dos mais importantes da cidade junto com o Museu de Arte
Precolombino (do outro lado da praça). Não sei se era o horário, mas todos os
museus estavam fechados naquele sábado em que circulamos pelo centro histórico.
Completa a tríade de
construções históricas, ao lado do Correio e do antigo Palácio de Justiça, o prédio da Municipalidad de Santiago. Erguido em 1548, abrigou uma prisão
antes de se tornar a prefeitura da cidade.
Seguimos caminhando pelas ruas
do entorno até a Famosa Estação Mapocho, construída entre 1905 e 1912 e
declarada Monumento Nacional em 1976.
A Estação Mapocho foi parte da
rede ferroviária mais importante do Chile, ligando Santiago a Valparaíso e
chegando a cidade de Iquique, fazendo conexão com o Norte, e cruzando os Andes
para Mendoza, através da Trans-Ferroviária Andina.
Interior da antiga estação |
Desde o ano de 1994 a estação
funciona como centro cultural, apresentando diversas exposições. Entramos para
conhecer a estrutura e aproveitamos para apreciar uma exposição que apontava um
olhar sobre as mulheres bolivianas.
Deixamos a estação com o fim do
dia se aproximando e voltamos para o hotel. Era hora de tomar um banho e sair
para comer alguma coisa. Tomamos um taxi para o Patio Bellavista, um conjunto
comercial que conta com diversos cafés e restaurantes, além de lojas de arte,
joalherias e livrarias. O lugar é bem legal e ficamos por lá até o cair da
noite.
Gastos
para 2 pessoas em 22/03/2014:
- Metrô
rodoviária x centro: $ 1.240,00 CLP
- Hotel:
$ 35.000,00 CLP- Almoço: $ 2.800,00 CLP
- Museu Casa de Neruda: $ 8.000,00 CLP
- Jantar: $ 5.780,00 CLP
- Água: $ 1.600,00 CLP
- Taxi hotel x pátio Bella Vista: $ 1.800,00 CLP
- Taxi Pátio Bella Vista x Hotel: $ 2.100,00 CLP
9º Dia no Chile (dia 17 do mochilão)
Tomamos o desayuno no
hotel e seguimos para a estação de metrô Cal y Canto, próxima ao Mercado
Central de Santiago. O mercado central funciona em um prédio erguido em 1872 e
é famoso pela venda de peixes e carnes, além dos restaurantes que ficam em seu
interior. No início da manhã o mercado ainda estava fechado, portanto tiramos
algumas fotos do bonito prédio e seguimos para a estação do metrô.
Tínhamos uma reserva na vinícola Concha y Toro para as 10h30min
(não vá sem uma reserva, que pode ser feita pelo site oficial) e como
resolvemos ir por conta própria tínhamos que sair bem antes (consideramos duas
horas antes para chegar a tempo sem correria). Para chegar na vinícula deve-se
pegar a linha quatro do metrô e descer na estação Las Mercedes. O percurso é bem demorado, pois o metrô de Santiago,
apesar de ser muito bom, é bem complicado e cheio de cruzamentos entre as
quatro linhas existentes e para encurtar caminho vale descer e subir na mesma
linha mais de uma vez ao invés de percorrê-la toda. Ao descer em Las Mercedes é só ir até o ponto de
ônibus diante do mercado Santa Isabel e tomar um micro ônibus para Concha y
Toro (linhas 73, 80 ou 81 – pode perguntar para qualquer um os que passam lá,
pois todos conhecem). O ônibus deixa na porta da vinícula.
Há duas opções principais de tour: o tradicional Concha y Toro com
uma hora de duração, que custa $8.000 CLP e o completo com queijos e
vinhos Marques de Casa Concha, que tem duração de uma hora e meia e custa $17.000
CLP. A diferença entre os dois é que o passeio normal tem duas degustações de
vinho, enquanto o completo possui seis degustações acompanhadas de queijos.
Havíamos agendado o tradicional.
A menina que seria nossa guia chega pontualmente as 10h30min e o
grupo, quase todo de brasileiros, se reúne para explicações sobre um pequeno
parreiral que cobre um corredor. A guia explica que a Concha y Toro é a segunda
maior vinícola do mundo e exporta para mais de 100 países em todos os
continentes, produzindo 12 marcas de vinho. Apesar de estarmos na sede da
vinícola, a marca possui dezenas de vinhedos espalhados por seis regiões do
Chile, além de duas unidades no exterior, uma na cidade de Mendoza (Argentina)
e outra no estado da Califórnia (Estados Unidos).
Parreiral formando um corredor |
Seguimos pelos jardins até a frente de um grande casarão amarelo,
que antigamente era a propriedade da família de Don Melchor de Concha
y Toro, que fundou a vinícola no ano de 1883 e dá nome ao produto top de linha
da Concha y Toro, o vinho Don Melchor.
Atualmente a companhia o casarão é utilizado como escritório por diversos
setores da empresa e não há visita em seu interior.
Aproveitamos
os brasileiros no tour para pedir algumas fotos de nós dois juntos, coisa rara
quando se faz um mochilão (rs). Em troca tiramos as fotos do casal e assim
conhecemos o Pedro e a Luíza, também do Rio de Janeiro, mas lá da região dos
lagos...
Aline e eu |
Bonitos jardins |
Diante do casarão um jardim com amostras de plantas e árvores de
diversas regiões do mundo. Um grande lago, que antigamente era utilizado para
irrigar as plantações, completa a linda paisagem.
O passeio prossegue então até a plantação, onde são dadas
explicações sobre as formas de plantio dos diferentes tipos de uva e como o
clima e o solo da região podem diferenciar a qualidade e o sabor dos vinhos.
A guia nos conta que a uva Carmenére, que é de origem francesa e
muito cultivada na Europa no século XIX, foi dizimada por uma praga na década
de 1860, tendo sido declarada extinta. Em 1994 um francês estudava as uvas
Merlot no Chile para verificar uma estranha demora na maturação quando
descobriu que na verdade era Carmenére misturadas à Merlot e assim o mundo
descobriu que a uva não havia sido extinta, mas sim crescia nos vinhedos
chilenos. A uva sobreviveu graças ao bom clima e solo, mas sobretudo, ao
isolamento físico e geográfico criado por barreiras naturais como o Deserto do
Atacama ao norte, a Cordilheira dos Andes a leste, a Fria patagônia ao sul e o
Oceano Pacífico a oeste, que bloqueia a entrada de pragas.
Plantação de uva merlot |
Cada tipo tem sua identificação em uma placa |
As videiras possuem um sistema de plantação vertical para
aproveitar melhor a luz solar ao longo do dia e são irrigadas num sistema de
conta-gotas para produzir vinhos de melhor qualidade.
Raras fotos de nós dois juntos |
Plantação |
Como estávamos no mês de março que é o período de coleta das uvas
a guia nos permitiu caminhar livremente pela plantação e comer as uvas que
quiséssemos!!! A única regra era: Não retirar o cacho inteiro.
Foram vinte minutos soltos iguais a crianças no meio do parreiral.
Junto com nossos novos amigos Pedro e Luíza, Aline e eu pudemos provar todos os
tipos de uva cultivadas pela vinícola. O difícil foi reunir o grupo novamente
no fim do tempo livre... rs
Em seguida acontece a primeira degustação. É servido um vinho
branco “Trio Reserva Chardonnay (2012)”. Todos os visitantes recebem uma taça
para prova-lo enquanto a guia descreve suas características, cor, aroma e sabor.
Nossa guia nos esperando para a degustação |
Seguimos para as adegas localizadas em grandes galpões
climatizados e onde estão armazenados barris contendo todos os tipos de vinho
tinto produzidos pela Concha y Toro. Ouvimos atentamente as explicações sobre
os tipos de barris e o tempo e condições de armazenamento em cada um deles,
incluindo o Trio Reserva que havíamos degustado, que depois de produzido, é
armazenado em tanque de inox, seguido por 8 meses em barricas de carvalho
francês.
Moderna adega da Concha y Toro |
Visitando as adegas |
Depois da visita às adegas acontece a segunda degustação, um vinho
tinto da marca Casillero del Diablo.
Novamente são explicadas as características do tipo que está sendo provado. No
final, são entregues pequenas sacolas para guardar o copo, pois este é um brinde
para ser levado como lembrança.
Mesa para segunda degustação |
"Um brinde com o copo de brinde" |
A última parte da visita é na adega subterrânea que foi construída
na época da fundação da vinícola. Hoje esta antiga adega abriga os barris de
carvalho onde ficam armazenados os vinhos Casillero
Del Diablo, incluindo os da famosa Reserva Carménère.
Neste cenário nos é contada a história do nome deste vinho,
através de um pequeno espetáculo de som e luzes. O vinho possui este nome por
causa de uma lenda criada pelo fundador da Concha y Toro, Dom Melchior. Ele
armazenava em uma adega especial os vinhos que considerava de melhor qualidade,
mas percebeu que algumas garrafas estavam sumindo de seu “casillero” (adega) e
que havia alguém o roubando. Então inventou que o próprio diabo habitava o
local e disseminou a lenda por toda a comunidade, que acreditando na história,
ficou com medo. Desde então ninguém mais teve coragem de entrar na adega e por
isso as garrafas pararam de sumir e este lugar onde ficavam os vinhos especiais
ficou conhecido como a adega do diabo ou Casillero
Del Diablo.
Somos levados mais adentro na adega para conhecer o casillero
original onde as melhores garrafas ficavam, e ainda ficam, guardadas. Para
finalizar a história e dar um pouco de credibilidade a ela (rs), é projetada a
imagem do capeta na parede do fundo da famosa adega.
O tour se finaliza na Loja de Vinhos, onde se pode
comprar todo tipo de bugiganga da vinícola, além dos vinhos ali produzidos. Os
preços compensam muito em relação aos praticados no Brasil, então aproveitamos e
compramos algumas garrafas... Era o fim da visita e saímos conversando
com Pedro e Luíza, nossos novos amigos no tour. Marcamos de nos encontrar a
noite para comer e beber alguma coisa.
Deixamos a vinícola e tomamos ônibus e metrô de volta para o
centro de Santiago. Descemos na estação Santa Lucia, que bem próxima a uma das
entradas do cerro de mesmo nome que havíamos visitado no dia anterior e em
frente ao prédio histórico da Biblioteca Nacional.
Seguimos por um quarteirão até a Igreja e Museu de São Francisco,
que é um dos mais antigos edifícios da era colonial chilena. A igreja foi
consagrada em 1622. A torre sineira original foi destruída por um terremoto em
1647 e em 1730 outro terremoto danificou a torre reconstruída. A igreja
resistiu a todos os terremotos, mas no ano de 1751 a torre foi demolida
novamente, sendo reconstruída na década de 1800.
Interior da igreja |
No passado existia um grande complexo que contava com a igreja e
um convento, mas uma grande parte foi demolida entre 1960 e 1970 para a
construção do bairro París-Londres. A parte do convento que não foi destruída
abriga hoje o Museu Colonial, com um valioso acervo de pinturas do século XVII
(que eu achei o máximo) e quartos que demonstram como era a vida no claustro.
Não se pode fotografar as peças em exposição, mas acredite em mim: Vale muito a
visita!!!
Museu Colonial de São Francisco |
Entrada do antigo convento |
Convento de São Francisco de Assis |
Antigo claustro preservado |
Atrás da igreja está o pequeno e belo bairro París-Londres,
construído nos jardins do convento de São Francisco, foi o responsável por
parte de sua demolição. Construído para ser um modelo de bairro e
posteriormente adotado em outras partes da cidade (o que não aconteceu) o
trecho de apenas quatro quadras abriga belas mansões, cafés e pátios em ruas
cobertas de pedras, inspiradas nas cidades de Paris e Londres.
Bairro París-Londres |
Ruas do bairro atrás do convento |
Apenas quatro quadras com estilo europeu |
Seguimos na direção dos arredores do centro histórico até o Palacio La Moneda, construído para ser a
casa da moeda, atual sede do governo chileno. É possível uma visita guiada ao
palácio, mas deve-se ter um agendamento prévio. Não era nosso caso...
Olhar para o palácio é viver um pouco da história do Chile, já que
durante o golpe militar de 1973, em que foi deposto e morto o presidente
Salvador Allende, o edifício foi bombardeado e incendiado, sendo praticamente
destruído. Durante a ditadura de Pinochet o lugar se chamou Edifício Diego
Portales e teve diversos salões e portas lacrados, voltando as cores, formas e
nome originais após o fim do golpe militar.
Abaixo do palácio no subsolo da Praça da Cidadania está o Centro
Cultural La Moneda, com entrada gratuita. Descemos pela lateral do palácio e
visitamos a exposição, depois seguimos de volta ao hotel com o sol já baixando
no horizonte.
Centro Cultural La Moneda |
Este foi nosso último dia em Santiago, já que no dia seguinte
iríamos a Valparaíso e Viña Del Mar. Depois de um banho e descanso rápido no hotel, resolvemos ir comer alguma coisa novamente
no Pátio Bella Vista e nos comunicamos via rede social com o Pedro e
a Luíza, que havíamos conhecido na Concha y Toro. Para nossa surpresa as duas
meninas chilenas que havíamos conhecido no Atacama entraram em contato também e
marcamos os com os quatro lá.
Foi uma noite bem agradável com o Pedro, a Luíza, a Cláudia e a
Maggi. Depois as anfitriãs chilenas nos levaram em um bar “menos turístico” nos
arredores onde provamos um tal “terremoto” que é uma bebida bem forte, mas
muito adocicada. No fim nos despedimos com a promessa de ir visitar nossos
novos amigos brasileiros em Rio das Ostras e de manter contato com as chilenas
para um dia voltar a nos ver em Santiago ou no Rio de Janeiro.
Pedro, eu, Maggi, Cláudia, Aline e Luíza: amigos de viagem |
Gastos
para 2 pessoas em 23/03/2014:
- Metrô
para Concha y Toro: $ 1.400,00 CLP
- Ônibus
para vinícula: $ 1.200,00 CLP- Entrada Concha y Toro: $ 18.000,00 CLP
- Compras na vinícula: $ 16.400,00 CLP
- Metrô volta de Concha y Toro: $ 1.400,00 CLP
- Ônibus voltando da vinícula: $ 1.200,00 CLP
- Hotel: $ 35.000,00 CLP
- Almoço: $ 4.850,00 CLP
- Museu Colonial: $ 2.000,00 CLP
- Jantar: $ 18.500,00 CLP
- Taxi hotel x pátio Bella Vista: $ 1.330,00 CLP
- Taxi Pátio Bella Vista x Hotel: $ 2.000,00 CLP
Em quais restaurantes você almoçou e jantou?
ResponderExcluirEstou vendo preços exorbitantes para as refeições e as suas foram bem mais em conta.
Oi, só hoje notei que respondi em separado do seu comentário, mas espero que vc tenha visto a resposta e que eu tenha ajudado... ;-)
ExcluirOlá Katherynne, no mochilão costumamos fazer uma única refeição no dia, normalmente na janta, deixando o almoço para um lanche rápido que é mais barato e mais rápido, apesar de nada saudável! Em Santiago ficamos 2 noites e 3 dias (sendo 1 em Valparaíso e Viña) e as duas noites fomos ao Pátio Bella Vista para comer, no entanto, os preços lá dentro não são bons, mas achamos bons lugares na rua da frente que tem muitas opções. Procurando pelos restaurantes na rua sempre tem algo mais em conta. Durante o dia comemos em fast foods, tipo MC Donald's, além de que ficamos em um hotel (fraquinho) que servia café-da-manhã e nos alimentávamos bem de manhã para lanchar a tarde e jantar a noite, por isso não gastamos tanto em alimentação.
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