domingo, 27 de abril de 2014

Sucre


2º Dia na Bolívia:

A primeira coisa que aprendi em Sucre é que lá é a capital da Bolívia (verdadeira capital constitucional) e não La Paz que abriga a sede do governo. Sucre, também conhecida como Cidade Branca pelos moradores, tem esse nome em homenagem ao marechal Antonio José de Sucre (companheiro de Simón Bolívar e um dos principais heróis da campanha de independência boliviana), a cidade foi o centro do poder até o fim do século XIX, quando a sede do governo foi transferida para La Paz.
Sucre é uma cidade linda com arquitetura colonial e foi declarada patrimônio mundial pela UNESCO em 1991. Foi o local da assinatura da declaração de independência boliviana e assim que saímos do aeroporto estamos diante de um monumento que celebra a Liberdade conquistada.

 
Monumento celebrando a liberdade
Sucre: A Cidade Branca

Diante do aeroporto tomamos um ônibus para o centro da cidade (tivemos que pedir informação para moradores locais no ponto, pois as linhas de ônibus bolivianas são muito confusas). O ônibus nos deixou diante do Parque Bolívar, de lá caminhamos até a Plaza de La Libertad, que tem um obelisco de 30 metros de altura que homenageia o papel importante da cidade na história de independência. Essa praça fica em frente ao Teatro Gran Mariscal Sucre, passamos pelo prédio da Corte Suprema que é bem bonito.
Entrada do Parque Bolívar


Prédio da Corte Suprema


Obelisco com 30m de altura: Homenagem a liberdade


Teatro Gran Mariscal
Destaque também para o prédio do hospital St. Bárbara e escola de enfermagem e medicina diante da praça, em um primeiro momento achávamos que se tratava de uma igreja, mas quando entramos nos deparamos com um centro de saúde.


Hospital St. Bárbara
De lá andamos aproximadamente cinco quadras até a famosa Plaza 25 de Mayo, cartão postal da cidade. No caminho passamos pela Iglesia de San Miguel. A praça é muito boa e acolhedora, sendo bem arborizada e limpa. Diante da praça estão a Iglesia Catedral e Capilla de Guadalupe com um museu eclesiástico na rua ao lado.


Iglesia de San Miguel


Plaza 25 de Mayo
  

Iglesia Catedral e Capilla de Guadalupe

Sucre é uma cidade que gira em torno de universitários, na praça existiam dezenas de estudantes de arquitetura desenhando o local e as igrejas. Vimos também grupos inteiros de estudantes da área de saúde. Saindo da praça passamos pelo prédio da Universidade San Francisco Xavier, uma das mais antigas das Américas, fundada em 1624 e famosa pelo ensino superior de Direito.


Universidade San Francisco Xavier

Tínhamos pouco tempo na cidade, pois tomaríamos o ônibus para Potosí no fim do dia, então não fomos muito além desta praça, apenas o suficiente para visitar a linda Iglesia de San Felipe Neri (existem visitas ao convento no local, mas não fizemos o percurso), diante dela está a Iglesia de La Merced.


Iglesia de San Felipe Neri



Iglesia de La Merced

Na esquina das ruas ao lado da Praça 25 de Maio existe uma loja de turismo, fomos até lá com intuito de conseguir informações sobre o ônibus para Potosí e os pontos turísticos da cidade. As agências de turismo oferecem diversos pacotes de passeios para os arredores de Sucre, não era nosso intuito sair das cercanias por conta do pouco tempo que tínhamos, mas lá nos falaram do Parque Cretácio que fica a 5 km do centro da cidade. Existem ônibus que levam até lá sem cobrar nada e eles saem do ponto em frente a Catedral na praça em três horários (9h30min, 12h00min e 14h30min), já eram mais de 14h e ainda não tínhamos comido nada, então paramos para comer umas empanadas em qualquer lugar mesmo e voltamos à praça. Para nossa surpresa o ônibus estava lá, mas não faria o trajeto das 14h30min por falta de passageiros (na verdade tínhamos nós dois mais uma pessoa, então fica a dica: não confie nesse ônibus).


Resolvemos visitar o Parque Cretácio mesmo sem o ônibus e pegamos um taxi ali mesmo na praça. Foi assim que conhecemos o Sr. Jorge nosso taxista que fez um acordo conosco: nos levaria, aguardaria todo o tempo da visita e nos traria de volta à praça por apenas Bs$ 15,00. Embarcamos. O taxista na verdade era um professor de história e geografia que tinha um taxi para complementação de renda, além de adorar turistas e gostar de contar as histórias do lugar ele nos ofereceu um passeio guiado para as montanhas ao redor da cidade por Bs$ 400,00 e poderia levar até 4 pessoas (capacidade do carro) por esse preço. Explicamos que não seria possível por que iríamos a Potossí no mesmo dia (nem imaginávamos que uma coincidência nos faria ir neste passeio em outro momento que conto bem mais adiante no caminho da volta!).


O Parque Cretácio é um imenso museu dos dinossauros, com réplicas perfeitas dos dinos em tamanho real (!!!!), devo dizer que vale muito a visita, pois é impressionante ver as imensas estátuas com um guia que explica tudo de cada espécie.


Entrada do Parque Cretácio


Parecem verdadeiros
Dinossauros em tamanho real


Parque Cretácio
Na chegada você ainda assiste a vídeos sobre a vida e extinção dos bichanos. Mas o que todos vão ver no parque não é o vídeo ou as reproduções em tamanho real e sim a Cal Orcko, um imenso sítio pré-histórico em forma de paredão que contém mais de 5.000 pegadas de dinossauros.

Cal Orcko

Nosso guia nos explica que as pegadas ficaram cravadas no solo a mais de 65 milhões de anos e que com a elevação dos Andes o que era chão virou parede, verticalizando um painel de pedra com as marcas das pegadas de nossos tempos pré-históricos.

Milhares de pegadas na Cal Orcko

Para fechar a visita passamos por um museu dos dinossauros, contendo ossadas e vestígios dos gigantescos seres que habitaram a superfície da Terra no passado.

Museu do Parque Cretácio


Após quase 3h dentro do parque (que fica bem longe de qualquer rua ou ponto de referência para chegada e partida) pensávamos que tínhamos perdido o taxi e que iríamos ter problemas para chegar a tempo de pegar o ônibus para Potosí, mas qual foi nossa surpresa ao sair e encontrar nosso taxista lá parado no sol forte ainda nos esperando.


Voltamos para a cidade ouvindo histórias do lugar e por fim ele ainda nos deixou no terminal de ônibus. Pegamos um cartão com o contato dele para quando estivéssemos em Sucre no caminho de volta para casa (como havia dito, fomos e voltamos pelo mesmo caminho).


O terminal de ônibus de Sucre é bem modesto, e existem várias empresas que fazem diversos trajetos de ônibus. Os preços não variam muito, apenas os horários de saída. Eram 17h05min e a atendente do balcão da empresa nos ofereceu o ônibus das 17h ou das 19h. Disse a ela que se desse tempo de embarcar no das 17h era melhor, pois economizaríamos tempo ao que ela respondeu que “el autobús ya se había ido, pero todavía había tiempo para emprender”. A princípio não entendi, mas disse que queria ir neste mesmo. Para minha surpresa a mulher (que estava com uma criança no balcão) pegou o filho pela mão e saiu correndo atrás de um ônibus que passava pela rua da frente. Eu e meu amigo fomos correndo atrás dela e do ônibus que cada vez mais tomava distância. A criança não corria muito e a todo momento ele parava e a mãe tinha que parar e pegar novamente sua mão para voltar a correr atrás do ônibus. Foi quando meu amigo se ofereceu para levar a criança no colo. E assim fomos nós correndo atrás do ônibus: a mulher, eu e meu amigo com o filho dela (bem gordinho) no colo. Corremos por umas 3 quadras até o ônibus parar em um semáforo de transito ao lado de um posto de gasolina, a mulher o alcançou e sinalizando para o motorista fez com que ele encostasse no posto para embarcarmos. Muito cansados devolvemos a criança, agradecemos o esforço para que não perdêssemos o ônibus, pagamos (Bs$ 20 cada) e embarcamos para uma viagem de aproximadamente 3h de duração e 162 km subindo as montanhas durante um bonito pôr-do-sol.


Leo chegando no ônibus após a corrida com a criança no colo

Gastos - 21.03.2013 (por pessoa)

Gastos translado St Cruz X Sucre:

Taxi para aeroporto - Bs$ 14,00
Taxa de uso do aeroporto - Bs$ 15,00
Gastos em Sucre:
Lembranças - Bs$ 30,00
Ônibus - Bs$ 2,00
Água - Bs$ 4,00
Almoço - Bs$ 9,00
Parque cretáceo - Bs$ 30,00
Lembranças - Bs$ 15,00
Taxi - Bs$ 15,00
Ônibus potosi - Bs$ 20,00

sexta-feira, 18 de abril de 2014

Santa Cruz de la Sierra


1º Dia na Bolívia:

Nosso voo decolava do Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro as 6h50min da manhã, com uma parada de 3h em Guarulhos (São Paulo) e descontando o fuso horário, chegamos a Santa Cruz de La Sierra por volta de 13h (horário local). O aeroporto de Viru-Viru é um pouco afastado e de lá nos ofereceram um taxi (Bs$ 15,00), mas descobrimos um ônibus que sai do aeroporto com destino ao centro da cidade por apenas Bs$ 2, pegamos ele.


Nosso primeiro contato com o transporte público boliviano nos fez lembrar as vans cariocas, o ônibus ia enchendo e bancos eram puxados de modo a desdobrarem uns em frente aos outros, fazendo com que todo o espaço fosse preenchido e não ficasse nem uma passagem para quem fosse descer (tinha que pedir licença, o passageiro se levanta, recolhe o banco e você passa), sem falar que os ônibus são sucatas Coreanas e chinesas, possuindo inclusive escritas na linguagem oriental pintadas na lataria. Adaptação inicial feita, chegamos ao centro da cidade.


Ônibus: Por onde passar para descer?
Santa Cruz de La Sierra é uma grande metrópole, muito bem estruturada, mas não é turística. No Centro de Informações Turísticas descobrimos que a maioria dos lugares indicados estavam fora dos limites da cidade e não haveria tempo hábil para visitas aos arredores (apesar de perecer que vale a pena reservar um tempinho extra na cidade para fazer esse tipo de tour). Imperdível é a Plaza 24 de Septiembre, grande, calma e muito bem arborizada, oferece um pouco da cultura boliviana. No entorno existem algumas casas de cambio e restaurantes.
Diante da praça encontra-se a Basílica Menor de San Lorenzo (ou Catedral Metropolitana), construída entre 1884 e 1915. Por apenas Bs$ 3,00 é possível subir por dentro de uma das torres e vislumbrar a praça por cima. No local também existe o Museu de Arte Sacra, mas não pudemos visitar por conta do horário.
Basílica de San Lorenzo: Catedral Metropolitana



Plaza 24 de Septiembre vista da torre da Igreja

Saímos da praça e paramos para lanchar em um fast food (Burguer King) na rua ao lado da igreja, pois sabíamos que não iríamos mais encontrar lanchonetes assim no resto da viagem, então saboreamos nosso único Chese-burger na Bolívia. De lá nos encaminhamos para o hostel, ficava um pouco afastado do centro, mas nada que uma bela caminhada de alguns quarteirões não resolvesse. No caminho passamos pelo Centro Cultural Santa Cruz, que estava fechado, e pela Iglesia La Merced, também fechada.


Visitamos o mercado de rua local e as redondezas. Em cada cruzamento de vias em Santa Cruz existe uma estátua que conta um pouco da história boliviana. Destaque para as estátuas de Simón Bolívar nas quais se pode encontrar, inclusive, coroas de flores deixadas pela população como se fosse um túmulo.


Estátua de Simón Bolívar

Após uma boa caminhada pelo centro da cidade e seu entorno finalmente estávamos no hostel (Jodanga Backpcker Hostel, Calle Fuerte 1380, tel. (591-3) 339 65 42 – U$ 13,50 p/ pessoa), muito bem estruturado, com quartos e banheiros coletivos. Uma cerveja, um jogo de sinuca, um banho e cama, pois no dia seguinte levantaríamos cedo de volta ao aeroporto.

Era o fim do nosso primeiro dia na Bolívia e apenas meio dia em St. Cruz de la Sierra não me deixou com a impressão de ter perdido muita coisa na cidade. Ficou apenas uma vontade de conhecer os arredores e cidades pequenas próximas.


Leo e eu na sinuca do Jodanga Hostel
2º Dia na Bolívia:

Acordamos cedo, antes do desayuno, e tomamos um taxi para Viru-Viru. Tínhamos um voo para Sucre. É possível fazer essa rota de ônibus, e a maioria dos mochileiros faz, mas como nosso tempo era contado resolvemos ganhar 1 dia indo de avião. Os voos na Bolívia não são nada pontuais, todos os que pegamos atrasaram e para Sucre ainda fizemos uma parada em Cochabamba com um atraso de 1h para sair de lá.

Gastos em 20.03.2013
Ônibus - Bs$ 2,00
Hospedagem - U$ 13,50
Alimentação - Bs$ 43,50
Cerveja - Bs$ 30,00

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Roteiro Bolívia




Em março de 2013 eu e um amigo fizemos uma trip pela Bolívia com destino ao Salar de Uyuni, o maior deserto de sal do planeta, que pode ser visto inclusive da lua (dizem, apesar de eu nunca ter ido na lua p/ conferir). O roteiro inicial elaborado por ele incluía toda a região boliviana indo de St Cruz de La Sierra a Uyuni e depois La Paz, com uma visita a Copacabana onde fica a Isla Del Sol no lago Titicaca, no entanto, devido ao pouco tempo que eu tinha disponível fomos apenas até Uyuni e voltamos pelo mesmo caminho da ida, deixando La Paz e o lago Titicaca para uma próxima trip.


Fizemos o mochilão em 8 dias chegando em St Cruz, indo depois para Sucre, seguindo para Potossí e de lá finalmente a Uyuni, retornando pelo mesmo caminho no trajeto contrário.

Roteiro: Mochilão de 8 dias na Bolívia em março de 2013

Nosso roteiro final em cada dia ficou assim:

- Dia 1: Rio de Janeiro x Santa Cruz de La Sierra (metade do dia livre em St. Cruz);
- Dia 2: Voo St Cruz x Sucre com dia livre na cidade e ônibus para Potossí no fim do dia;
- Dia 3: Potossí (ônibus para Uyuni no fim do dia);
- Dia 4: Uyuni (1º dia do tour);
- Dia 5: Uyuni (2º dia do tour);
- Dia 6: Uyuni (3º dia do tour), no fim do dia ônibus para Potossí e de lá para Sucre;
- Dia 7: Sucre (visita aos arredores);
- Dia 8: Volta para casa (Voo Sucre x St Cruz e voo St Cruz x RJ).

O custo do mochilão foi bem baixo, mesmo considerando o tour de 3 dias em Uyuni. O gasto total para uma pessoa em 2013 ficou assim:

- Transporte aéreo (RJ x St Cruz e St Cruz x Sucre - ida e volta): R$ 966,00
- Hospedagens: R$ 107,60
- Transporte terrestre entre cidades: R$ 51,30
- Alimentação: R$ 93,05
- Pontos turísticos: R$ 356,80
- TOTAL: R$ 1.574,80

Nos próximos dias posto o relato completo, cidade por cidade, com os gastos em moeda local.