domingo, 20 de outubro de 2019

Nova Petrópolis /RS


Aproveitamos um dia de nossa viagem em Gramado para conhecer a simpática cidade de Nova Petrópolis, erguida na serra gaúcha por imigrantes alemães e conhecida como Jardim da Serra Gaúcha, por suas ruas e parques floridos.


Mas antes de ir para o centro e conhecer a cidade paramos no Parque de Esculturas Pedras do Silêncio, que conta a história da colonização alemã na região.


O parque conta a história da colonização em esculturas de pedras

O nome do parque vem da ideia de que as esculturas de pedras contam a história dos imigrantes alemães sem precisar falar uma única palavra, mas a visita guiada traz com riqueza de detalhes, e muitas palavras, os costumes e origens da Serra Gaúcha.

A imigração em forma de esculturas

Seguimos para o centro e na praça principal da cidade está um das gratas surpresas positivas que encontramos por lá, pois ainda hoje está bem preservado o Labirinto Verde erguido pelos imigrantes alemães e que diverte crianças e adultos.


O divertido labirinto verde no centro de Nova Petrópolis

No início achei que era só um jardim de fácil caminho, mas após algumas tentativas de entrar e sair, percebi que a brincadeira é séria e que pode-se perder um bom tempo ali envolvido na tentativa de se chegar ao centro do labirinto.

Parece fácil a brincadeira, mas pode ser bem demorada

Na praça está o Monumento ao Cooperativismo, pois Nova Petrópolis foi onde nasceu a prática de crédito cooperativista na América Latina e essa história é muito forte na cidade como pudemos perceber ao longo da visita, mas isso vou contando aos poucos aqui ao longo das dicas de lugares por onde ir na cidade.

Monumento ao Cooperativismo

Ainda caminhando pela grande praça encontramos a segunda agradável surpresa da viagem, pois estava acontecendo o Festival de Sabores da Colônia, uma festa alemã que lembra a colonização e a culinárias e cultura dos imigrantes.


Festa alemã no centro da cidade

É muito bom quando chegamos em um lugar e descobrimos que está tendo algum evento cultural e neste caso trocamos os restaurantes da cidade pela festa para nosso almoço, de quebra, economizamos um dinheirinho e curtimos as comidas típicas alemães e a cerveja artesanal local. Tudo no mesmo lugar.


A festa tem apresentações de danças típicas e comidas e bebidas artesanais

Mais à frente um pouco está a Galeria Imigrante, decorada com 5 quadros que contam a história da imigração apontando as datas dos principais marcos desde a partida da Europa até a emancipação da cidade. Na galeria há um restaurante e lojas de roupas, calçados e acessórios diversos.

Galeria Imigrante

Interior da galeria: Lojas um restaurante

Para quem curte compras a cidade oferece um bom circuito, sendo o forte as malharias, mas não é nosso tipo de turismo por isso seguimos caminhando pelas ruas limpas e organizadas da cidade apenas para contemplar a arquitetura e conhecer um pouco de nova Petrópolis. As referências à colonização estão por toda a parte.

Tudo lembra a imigração

Arquitetura trazida pelos imigrantes

Nesse passeio descobrimos mais uma grata surpresa na cidade, pois depois de provar a culinária alemã era hora de uma sobremesa e a loja Mukli nos pegou pelo paladar, com sobremesas feitas de doce de leite uruguaio. Valeu provar o milk shake de alfajor (saudades já).


Milk Shake de alfajor da Mukli

Mas a principal atração da cidade está no Parque Aldeia do Imigrante, também no centro de Nova Petrópolis e bem pertinho da praça.



O parque tem dez hectares com jardins e muita mata nativa e dois espaços distintos, a Aldeia Bávara e a Aldeia Histórica, com um lago entre elas.


A Aldeia Bávara é o espaço principal de lazer das famílias com um salão de baile, um quiosque para apresentações culturais, lojas de malhas e artesanato e a Biergarten, onde se pode tomar uma boa cerveja artesanal.

Biergarten com comidas e bebidas alemãs

O salão de baile do parque

Uma pequena caminhada pelo parque nos levou até a Aldeia Histórica, que na verdade é a reconstrução de uma vila típica de imigrantes alemães usando estruturas reais que foram desmontadas de diversos lugarejos no município e remontadas neste espaço.

A aldeia histórica com construções originais que foram trazidas para esse mesmo ponto

Isso foi possível porque as construções são em estilo enxaimel, um tipo de estrutura erguida com encaixes na madeira estrutural e que começaram a desaparecer com a modernização das cidades. A aldeia histórica preserva as construções originais que possuem mais de 100 anos.



O passeio pela vila reconstruída é muito interessante e conta com o Museu Histórico Municipal, que conta um pouco sobre a história do município e sua tradição folclórica e o Museu da Caixa Rural, que explica o surgimento da primeira Cooperativa de Crédito da América Latina que foi criada pelo padre Theodor Amstad em 1902.


Exposição no Museu Municipal

Já estava no fim da tarde e aproveitamos para lanchar na cafeteria que funciona no antigo Salão de Baile e oferece as delícias artesanais típicas da culinária alemã, como cucas recheadas, apfelstrudel, chá de maçã, pretezel e outros.


Durante a volta ainda passamos diante da Igreja de São Lourenço Mártir e sua casa paroquial, onde morou o famoso padre Amstad e do local onde o fundador das cooperativa rural está enterrado.


A a casa onde morou e está enterrado Amstad


Dicas e Informações:

- Você precisa de apenas um único dia para conhecer a idade, vale um passeio de bate e volta a partir de Gramado ou canela;

- Se for o inverno tente conciliar a visita com a Festa dos Sabores da Colônia Alemã;

- No mês de maio acontece a Festemalha, festival promovido pelas malharias da região;

- O Parque do Imigrante tem entrada paga e funciona todos os dias da semana.