domingo, 22 de junho de 2014

Arredores de Sucre

7º Dia na Bolívia


Depois de aproximadamente 16 hrs de viagem (Deserto de Dalí X Uyuni + Uyuni X Potosí + Potosí X Sucre) chegamos a Sucre por volta de 3h da madrugada. O ônibus parou do lado de fora do terminal, que a esta hora encontrava-se fechado. Não tínhamos um lugar para ficar e nada reservado. Na rua havia apenas um taxista parado próximo ao muro do terminal, não havia escolha e negociamos com ele mesmo. Combinamos $ 30bs para nos levar até um hostel que ele conhecia próximo a praça central de Sucre, no entanto, quando lá chegamos o valor da estadia era muito alto e resolvemos procurar outro lugar, o taxista se ofereceu a nos levar em outro hostel bem próximo. Apenas viramos a esquina e ele percorreu uns 50 metros com o carro até o Hostel Sucre, que nos cobrou o preço mediano (U$ 30,00) que havíamos pago nos primeiros dias em Santa Cruz e Potosí, então resolvemos ficar. Foi aí que o taxista resolveu ganhar em cima de nós, dizendo que o valor antes combinado era para a primeira corrida e que teríamos que pagar mais $ 30bs pela segunda (de um hostel até o outro 50 metros a frente). Nos sentimos roubados e oferecemos Bs$ 40,00 ao invés dos Bs$ 30,00 antes combinados. O taxista não queria negociar e nos acusava de não querer pagar a corrida. A rua estava completamente deserta. Como bons cariocas aprendemos a não discutir com um taxista as 4h da madrugada, mas dissemos que Bs$ 50,00 era todo nosso dinheiro. No fim, mesmo contrariado ele aceitou os Bs$ 50,00 por toda a corrida e foi embora.



No meio da madrugada o hostel também queria ganhar em cima de nós (será que ninguém sabe que mochileiro não tem dinheiro?!) e o rapaz no balcão da recepção informou que o valor da diária se iniciava as 6h da manhã, portanto teríamos que pagar 2 diárias inteiras (uma das 4h as 6h e outra a partir das 6h até as 12h do dia seguinte). Não aceitamos e perguntamos se poderíamos entrar só as 6h ele aceitou e nos deixou na recepção sentados em um sofá a espera do horário. Depois de mais de 16 hrs dormindo em acentos de veículos desde a manhã no Deserto de Dalí até Sucre, passando por Potosí, dormir sentado naquele sofá usando a mochila como travesseiro foi fácil. Não eram 6h quando o rapaz da recepção apareceu novamente e nos viu dormindo calmamente no sofá diante do balcão. Acho que nesse momento ele percebeu que não pagaríamos mesmo uma diária por 1 h ou menos, então ele pegou o formulário e abriu a nossa estadia com horário marcado de chegada as 6h e apesar de ainda faltar uns 30 min finalmente nos mudamos para uma cama no quarto.



Acordamos de vez por volta das 11h da manhã. Saímos para o centro da cidade. Já havíamos conhecido o lugar na nossa primeira passagem por lá, então fomos procurar um lugar para comer. Não tínhamos muitos planos para o dia a não ser assistir ao pôr do sol no Mirador do Monasterio de La Recoleta que é bem famoso. Também havia o passeio nas montanhas do entorno que o taxista havia nos oferecido da outra vez, mas que ficava caro apenas para 2 pessoas.



Pátio interno do Hostel Sucre


Estávamos no restaurante quando uma grande coincidência aconteceu. Via internet descobrimos na rede social que as meninas suíças (Karen e Eileen) que havíamos conhecido nas minas de Cerro Rico, em Potosí, também estavam na cidade. Conversamos rapidamente e marcamos de nos encontrar na Praça 25 de Maio. Contamos a elas sobre o passeio nas montanhas que o taxista havia nos oferecido e que poderiam ir até 4 pessoas por aquele preço. Elas gostaram da ideia, então ligamos para o taxista no número que havia no cartão e marcamos de nos encontrar na praça pouco tempo depois.



Na hora marcada o Sr. Jorge surgiu com seu taxi. Lembrando que havíamos conhecido o simpático taxista na nossa primeira passagem por Sucre e que ele também é professor de história e geografia.  Deixamos a região metropolitana de Sucre e nos dirigimos para as montanhas ao redor. Nosso motorista-guia-historiador-geógrafo nos contava as histórias da região e como se deu a evolução da civilização desde os incas até a atual, passando pela colonização espanhola.


Em um determinado momento paramos na subida de uma montanha onde ele nos explicou que o povo da região costuma dividir sua fé entre o cristianismo e a devoção à Mãe-Terra (Pachamama). O Sr. Jorge fez um pedido à Pachamama para que nosso passeio fosse proveitoso e derramou meia garrafa de álcool potável ao chão (o mesmo que os mineiros ofereciam a EL Tio nas minas de Cerro Rico). Eu havia provado a bebida em Potossí e havia achado horrível, mas o taxista afirmou que Pachamama iria gostar da oferenda. Deste ponto nas montanhas podíamos ver as nuvens negras que vinham cercando a cidade. Embarcamos novamente no taxi e voltamos a subir.



Lá embaixo Sucre em meio as nuvens

As estradas eram precárias e de terra batida, muitos trechos estavam em obras e víamos maquinário de terraplanagem junto a pequenas vilas no percurso. Ao longe víamos nuvens negras que começavam a se aproximar fechando o tempo ao nosso redor.


Estradas de terra nas montanhas
Após mais de 1h de subida paramos em uma colina onde nosso guia nos explicou um pouco sobre a cultura do povo ali residente, usando uma mesa de pedra como tabuleiro e rabiscando com pedras menores, desenhou toda a história de colonização espanhola na região. Ele nos explicou sobre o berço da civilização inca e como a civilização pré-inca começou na Isla Del Sol e se espalhou pela região. Nos contou sobre as ligações e estradas incas que uniam toda a região, existindo inclusive, uma trilha que iria desta montanha até Machu Picchu no Peru.

 
Aula de história e geografia com nosso guia Sr. Jorge

A região das colinas é muito bonita. Algumas mulheres de origem indígena pastoravam alpacas e lhamas em torno de casas de pedras centenárias, além de muros e ruínas pré-incas.

 
Arredores de Sucre


Ruínas pré-incas


Casas nas montanhas dos arredores de Sucre

As nuvens negras já tinham nos alcançado quando paramos novamente no povoado de Madre de Dios. Teríamos que deixar o carro naquele ponto e seguir a pé em meio a neblina gelada no alto da montanha. O frio estava cada vez maior e o vento que trazia as nuvens era cortante. Diante de nós uma igreja dedicada a Santa Madre de Dios, que nosso guia explica, foi construída em um lugar sagrado para os índios para facilitar a catequização por parte dos espanhóis aproveitando o solo já considerado místico.

 
Iglesia de Santa Madre de Dios

Uma pequena trilha nos leva ao alto de uma pedra onde encontra-se um cruzeiro de metal. O frio lá no alto era tanto que mesmo de luvas eu não sentia mais meus dedos. O local era utilizado pelos nativos como área de sacrifícios de animais à Pachamama. Com a colonização foi instalada a Santa Cruz para lembrar aos indígenas qual era a religião que deveria ser seguida, mas mantendo o lugar sagrado. Este também era o lugar onde os espanhóis falavam ao povo escravizado, pois a acústica é ótima no alto da pedra.

 
Subindo as montanhas com a Igreja ao fundo


Cruzeiro

Mas este local entrou de vez na história no ano de 1741 quando o indígena Tomas Katari, líder de um movimento contra a escravidão, foi preso pelos colonizadores. Foi levado ao alto da pedra, junto ao cruzeiro, de onde foi apresentado a todo o povo escravizado, que atentamente ouviram os cerca de 50 espanhóis explicarem que aquele era o exemplo do que aconteceria com os que tentassem a liberdade. Tomas Katari foi morto diante de aproximadamente 500 indígenas escravizados e teve seu corpo lançado nas pedras mais abaixo. O resultado não foi bem o esperado e os colonizadores viram uma revolta instantânea se levantar entre o povo abaixo, que naquele dia aniquilou e esquartejou os espanhóis que estavam em número 10 vezes inferior. Na pedra mais abaixo, local onde o corpo foi lançado, foi erguida uma estátua em homenagem ao líder morto.

 
Local da morte de Tomas Katari


Homenagem a Tomas Katari

As nuvens negras cobriam toda a visão mais acima na montanha e não era possível ver o vale a nossa frente. Caminhamos até o início da antiga trilha para Machu Picchu e conhecemos os arredores do caminho que sumia em meio a neblina.


Caminhando nas montanhas


Início da trilha inca


Trilha inca


Caminhando na trilha inca


No passado esta trilha seguia até Machu Picchu no Peru
Pedíamos a Pachamama que nos ajudasse afastando a neblina, mas ao invés disso a chuva começava a nos alcançar e o frio nos expulsou de vez da montanha. Era hora de voltar ao carro para o retorno a Sucre.

 
Chuva e frio no topo da montanha


Nós 4 voltando pela trilha inca


Leo, Eileen, Karen, Jorge (guia) e eu nas montanhas de Sucre

Hoje, pensando bem em tudo que aconteceu desde que chegamos lá em cima até a volta a cidade, tenho certeza que Pachamama não gostou do álcool potável oferecido na subida, até porque ele é horrível e acho que deveria ter oferecido folhas de coca ou algo mais agradável.


O vento aumentava e a temperatura despencava. A chuva ficava cada vez mais forte e o carro começou a patinar no rio de lama que a estrada se transformava. Nosso guia dizia a todo momento que era tudo ótimo e que Pachamama estava nos abençoando, mas eu tenho certeza que nem ele acreditava nisso.

 
Chuva e frio nos arredores de Sucre


Em certo momento, debaixo de chuva forte, o carro atolou na lama e tivemos que descer na chuva para ajudar a soltar o carro. Quando ele finalmente escorregou para fora do buraco de lama sob os pneus tivemos que andar uns 50 metros até o fim da pequena ladeira para embarcar novamente de modo a não permitir novo atolamento. Meus pés estavam com lama grudada e sem capa de chuva meu casaco estava bem úmido. Nem é preciso dizer que o frio estava piorando. Mais uma vez pedimos a Pachamama para aliviar um pouco as tormentas e mais uma vez ela pareceu não entender o pedido, pois a frente a situação pioraria.

 
De pé no lamaçal tirando foto da região em baixo de chuva

Chegamos ao centro do vilarejo cortado pela estrada por onde havíamos visto a estrada em obra e para nossa surpresa o caminho estava fechado. Por conta das obras a estrada só seria liberada as 18h. Tentamos argumentar com os responsáveis da obra, mas foram irredutíveis. As meninas tinham que pegar um ônibus as 19h, portanto não era possível ficarmos ali esperando até a estrada abrir. Resolvemos descer a pé o resto do percurso. Pagamos o guia pelo passeio e ele nos informou que deveríamos andar “um pouco” até pegar um ônibus do outro lado da obra.

 
A chuva nos cercava sempre na descida das montanhas

Andamos montanha abaixo pela lama na estrada e embaixo de chuva (reclamando com Pachamama) por aproximadamente 1h até que encontramos um carro do outro lado do bloqueio. Pedimos ajuda e ele nos ofereceu uma “carona” até o ponto do ônibus por apenas Bs$ 10,00. Aceitamos e assim foi feito. Depois mais Bs$ 2,00 no ônibus e antes das 18h estávamos na Praça 25 de Maio.


Paramos em um Café diante da Plaza 25 de Mayo para comer alguma coisa antes de as meninas partirem para o terminal de ônibus. Acabei não conseguindo ver o pôr do sol no mirante como havia planejado. No fim nos despedimos com a certeza de uma amizade conquistada e voltamos para o hostel para um merecido banho quente, pois no dia seguinte voltaríamos ao Brasil.


Até que enfim um lugar seco e quente: De volta a Sucre


Karen, Leo, eu e Eileen no Café diante da praça

8º Dia: Voltando para casa
Acordamos cedo e comemos rapidamente no hostel, pois era preciso pegar um taxi para o aeroporto. Nosso voo para Santa Cruz era cedo. Na hora de pagar a conta do Hostel uma surpresa: o cartão não finalizou a transação! O taxi já estava parado na porta nos esperando e enquanto Leo saía correndo para procurar um caixa eletrônico eu contava dinheiro para tentar pagar a conta. Leo não conseguiu sacar no caixa da praça e no fim conseguimos pagar com dólares mesmo. Devo dizer que, apesar desse pequeno imprevisto, o Hostel Sucre (Calle Bustillos, 113) foi ótimo e não nos trouxe pontos negativos, então fica aqui uma boa dica de acomodação na cidade.

 
Despedida da Bolívia: Hostel Sucre
Depois de muita correria para pagar a conta entramos no taxi muito atrasados, mas para nossa sorte os voos na Bolívia nunca saem no horário e deu tempo certinho de chegar ao aeroporto e embarcar. Uma parada de conexão em Santa Cruz de la Sierra, onde tivemos que pagar U$ 25,00 como taxa de uso do aeroporto para voos internacionais (fica a dica: guarde dinheiro para essa taxa) e finalmente o voo de volta ao Brasil.


Gastos - 26.03.2013

Tour nas montanhas - Bs$ 100,00
Onibus - Bs$ 2,00
Refeição - Bs$ 58,00
 
Gastos - 27.03.2013

Hospedagem - U$ 17,50
Taxi - Bs$ 17,50
Imposto aéreo Sucre - Bs$ 11,00
Imposto aéreo Santa Cruz - U$ 25,00

domingo, 8 de junho de 2014

Deserto de Dalí

6º Dia na Bolívia

Acordamos as 4h30min da madrugada. O guia havia explicado que era necessário sair antes das 6h para chegar aos geisers a tempo, pois só é possível vê-los bem antes de o sol esquentar o ar, já que a diferença de temperatura é que faz com que se forme o vapor que eles exalam. O desayuno foi servido comigo ainda acordando. O amanhecer estava realmente frio, fomos informados que a temperatura havia atingido -5ºC durante a noite (isso porque estávamos no verão) e até escovar os dentes era difícil, pois a água parecia congelar as mãos e boca. Fiquei pensando como deve ser no inverno quando a temperatura pode chegar a -20ºC. Hora de lançar a mochila no bagageiro, e dessa vez o casaco e gorro já estavam vestidos.


O frio amanhecer do deserto

A região dos Geisers Sol de Mañana é realmente impressionante. É como olhar para dentro do planeta e imaginar como se deu a formação da terra com os vulcões e tudo o mais. Na verdade não são geisers e sim fumarolas, pois não expelem líquidos e sim apenas fumaça de vapor d’água. O cheiro de enxofre toma todo o lugar. O dia havia acabado de amanhecer e os turistas iam chegando em vários carros pelo deserto. Estava extremamente frio, e ao contrário do que eu imaginava o vapor das entranhas da terra não aqueciam em nada o ar ao redor. Não existe nenhuma restrição para caminhar ao redor das grandes aberturas no solo, mas nosso guia avisa que devemos ter cuidado, pois o chão pode abrir-se sob nossos pés e nos engolir, já que são formados pela erosão dos cursos subterrâneos da água aquecida na região vulcânica.

 
Geisers Sol de Mañana
 

Buraco de fumarola no solo


Depois de quase 1 hora na região dos geisers nos dirigimos às Aguas Termales, nossa próxima parada. Eu não entrei nas Águas Termais, pois não havia levado roupa de banho e minha toalha estava na mochila em cima do carro, inacessível. Além disso, não sei se teria coragem de tirar a roupa naquele frio da manhã, mesmo sabendo que as águas tinham temperatura próxima a 30°C, pois teria que sair de lá e encarar o vento gelado depois. No nosso grupo apenas uma das meninas teve a coragem de mergulhar. Molhei os pés e as mãos nas águas quentes que vinham das entranhas da Terra.

 
Laguna de águas termais
 

Águas quentes no frio do deserto


Depois das águas termais nos dirigimos para o Deserto de Dalí, onde fizemos uma parada na Laguna Verde, aos pés do famoso vulcão Licancabur que faz divisa com o Chile. Ao contrário de outras lagoas do altiplano, não há vida nesta laguna. Ela é um poço de arsênico e cobre e, por isso, é estéril e possui a exuberante cor esmeralda. Sua cor varia com o tempo e é mais forte em outras épocas do ano, neste dia não tinha quase nada de verde nela. Ao lado dela encontra-se a Laguna Blanca, outro impressionante exemplo de beleza.

 
Deserto de Salvador Dali
 

Laguna refletindo a paisagem


Margem da Laguna Blanca

Após as paradas nas lagunas nos dirigimos à região de fronteira Bolívia-Chile. Neste ponto do deserto fica a Imigração Boliviana em uma casa bem pequena e perdida em meio as areias. Neste ponto o movimento de pessoas e vans é intenso, pois é a saída da região de Sur Lipez em direção a San Pedro de Atacama. Muitos mochileiros aguardavam para o transfer para o Chile. Este era o ponto onde nos despediríamos da Mariana e da Benedita, que iriam atravessar a fronteira. Eu, Leo e os franceses voltaríamos em uma viagem de 8h de carro com 3 paradas apenas.

 
Fronteira Bolívia-Chile

Nos despedimos das nossas novas amigas já com saudades, afinal havíamos passado 3 dias juntos e não sabíamos se nos veríamos novamente algum dia. Trocamos contatos de redes sociais e ajudamos a descer as mochilas do teto do 4x4. Depois foi esperar as duas carimbarem os passaportes e acenar para um último adeus enquanto elas embarcavam na van para o Chile e nós voltávamos ao carro, agora com mais espaço, para nossa jornada de volta a Uyuni.

 
Cruzando o deserto de Salvador Dali

A primeira parada da volta foi nas Rochas de Salvador Dali. Uma homenagem ao pintor, que nunca esteve por lá, mas dá nome ao local (e ao deserto) devido à imagem surrealista dos seus quadros, similar à paisagem. Aproveitamos para caminhar um pouco e tirar fotos entre as rochas esculpidas pelo vento.

 
Las Rocas de Dalí
 

Paisagem Surrealista


Rochas esculpidas pelo vento no deserto de Salvador Dalí


A segunda parada foi em um mercadinho e restaurante, próximo a um vilarejo, no meio do nada ainda no Deserto de Dalí para o almoço. Pagamos Bs$ 2,00 para usar o banheiro (sem comentários sobre as condições de higiene do lugar, teria sido mais higiênico usar uma moita no deserto). A comida estava horrível – atum frio direto da lata e quinoa. Sorte nossa que ainda havia sobrado alguma coisa das compras que havíamos feito antes de entrar no salar e decidimos almoçar tudo que havia sobrado dos mantimentos. Depois foram mais 4h dentro do 4x4, cruzando o deserto andino.
Cores do deserto


Paisagens andinas


Oasis no Deserto de Dalí
A última parada em uma cidadezinha a algumas poucas horas de Uyuni. Foram 20 min para o motorista esticar as pernas e a coluna, beber uma água e usar o banheiro. Aproveitamos para uma caminhada pela rua para o sangue circular um pouco, depois voltamos ao veículo imaginando que só pararíamos em Uyuni. Não foi bem assim. A alguns poucos quilômetros de distância do nosso destino avistamos um carro de outra agência parado na estrada com o pneu furado. O motorista estava com dificuldades para efetuar a troca, então paramos para ajudar. Paramos no meio da estrada desértica enquanto os dois guias tentavam trocar o pneu. O carro com o problema não tinha uma chave de roda e precisou pegar emprestado no nosso. Notei como o tour depende muito do motorista, e fiquei pensando o que faz o guia sair de Uyuni para três dias no deserto sem uma chave de roda (!?), sorte dele que paramos para ajudar. Alguns veículos cruzaram a estrada em alta velocidade jogando terra e poeira em cima de nós. Na verdade o carro todo era terra por dentro a essa altura, e não tinha como não estar coberto de poeira do deserto depois desses dias todos. Tudo que eu queria era chegar em um hostel qualquer e tomar um banho para descansar. Ao todo ficamos uns 30 min parados comendo poeira na estrada. Ao longe nuvens pesadas e negras cuspiam raios e relâmpagos nas montanhas.



Foram 8h cruzando o deserto até o retorno a Uyuni


Parada não programada para ajudar na troca de pneus de outro carro
Chegamos a Uyuni por volta das 17h. Nos despedimos do casal de franceses e de nosso guia e nos dirigimos ao terminal de ônibus, pois teríamos que fazer todo o caminho de volta a partir deste ponto. Compramos uma passagem e embarcamos para Potosí as 18h30min. A viagem foi tranquila, mas estávamos cansados de ficar sentados em um veículo. Chegamos por volta de 22h. Nossa intenção era dormir em Potosí e embarcar na manhã seguinte para Sucre, no entanto, havia um ônibus partindo para Sucre em 30 min. Mesmo cansados de viagem decidimos continuar na saga da volta e embarcamos neste ônibus. Foram um pouco mais de 4h de viagem a partir deste ponto.


Gastos - 25.03.2013

Refeição - Bs$ 36,00
Banheiro - Bs$ 2,00
Onibus para potosi - Bs$ 25,00
Onibus para sucre - Bs$ 20,00