Mariana
é uma simpática cidade histórica a 115 Km de distância de Belo Horizonte. Mais
conhecida pela proximidade com Ouro Preto, a cidadezinha costuma ser visitada pelos
que vem no passeio de trem da famosa vizinha e é um bom destino para quem quer
conhecer cidades históricas em um mochilão pela região.
As
atrações em Mariana giram em torno de seus casarões coloniais e igrejas
históricas, mas a cidade tem um ar leve ideal para o descanso de um viajante. A
Praça Gomes Freire é um bom exemplo de lugar para sentar e admirar o tempo
passando e é usada pela população para encontros e passeios.
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A bela Praça Gomes Freire |
Cultura
Em
um casarão datado de 1770 na Rua Direita, entre a Praça Gomes Freire e a Igreja
Matriz, está o Museu Arquidiocesano de Artes Sacras de Mariana. O museu guarda
obras de Aleijadinho e pinturas do mestre Athayde, além de diversos objetos
sacros dos séculos XVIII e XIX.
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Museu de Artes Sacras de Mariana |
Outro
casarão importante é o que pertenceu ao Conde de Assumar e foi erguido em 1715.
O conde, que hoje dá nome ao imponente casarão, governou a capitania até 1720,
mas o lugar já foi moradia de muitas outras personalidades de Mariana.
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Casa do Conde de Assumar atrás da Igreja de São Francisco de Assis |
Caminhando
pelas ruas de pedras encontramos os chafarizes de São Pedro e de São Francisco,
vestígios do tempo em que o abastecimento público era através de aquedutos, mas
em nenhum dos dois jorra água atualmente.
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Chafariz de São Francisco |
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Chafariz de São Pedro |
Com
certeza o prédio do Colégio Providência chamará sua atenção pela caminhada.
Fundado em 1850 para meninas o colégio passou a ter turmas mistas em 1972,
quando deixou de ser um internato, e assim funciona até os dias de hoje.
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Colégio Providência |
No
antigo Palácio Episcopal de Mariana funciona hoje um museu, mas o casarão do
século XVII, que foi doado por um capitão para a igreja em troca de missas pela
sua alma (esse cara não devia ser boa pessoa e estava precisando de muita
oração...), já foi a residência do clero da cidade e por isso é chamado de
Palácio dos Bispos.
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Palácio dos Bispos |
Visitamos
rapidamente o Seminário Menor que foi construído em 1750 e foi a primeira instituição
de ensino de Mariana. Hoje abriga o Instituto de Ciências Humanas e Sociais da
Universidade de Ouro Preto, com destaque para a simples e bonita Capela de Sant’Ana.
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Seminário Menor com a Capela de Sant'Ana: Primeira instituição de ensino de Mariana |
O
Seminário Maior de São José é famoso pelas pinturas no teto da capela e a escadaria
principal com topázio bruto, mas a visitação é limitada já que ainda hoje é um local
de meditação em uso pela igreja e não conseguimos entrar (estava fechado e não
sei como fazer uma visita), mas valeu conhecer a fachada e a área externa.
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Fachada do Seminário de São José com as palmeiras imperiais no jardim |
Na
Praça Minas Gerais está a Casa da Câmara Municipal de Mariana, onde também
funcionou a antiga cadeia pública e é uma das mais importantes construções da
cidade.
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Casa da Câmara e antiga cadeia |
O
prédio foi desenhado em 1765 e ficou pronto em 1795 no lugar do antigo prédio
dos Dragões da Coroa (um tipo de exército colonial). O lugar está aberto a
visitação.
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Antiga cadeia |
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Câmara de Vereadores de Mariana |
Diante
da antiga cadeia está o Pelourinho na praça, onde os negros eram julgados e sentenciados
durante a escravatura.
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Pelourinho na Praça Minas Gerais |
Igrejas
A
Praça Minas Gerais é o cartão postal de Mariana e guarda duas das mais importantes
igrejas da cidade: Nossa Senhora do Carmo e São Francisco de Assis.
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Praça Minas Gerais: Igrejas e pelourinho |
A
Igreja do Carmo é a mais simples sendo datada do final do século XVIII, mas
muito da simplicidade se deve a um incêndio que ocorreu em 1999 e destruiu um
pouco do interior original do templo.
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Igreja do Carmo |
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Interior simples da igreja histórica |
A
Igreja de São Francisco foi construída entre 1763 e 1794 e guarda obras de
aleijadinho, tanto na fachada de pedra sabão, como em peças no seu interior.
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Igreja de São Francisco de Assis |
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Os quatro relicários de madeira são atribuídos a Aleijadinho |
As
pinturas do teto são do Mestre Athayde, que por sinal, está sepultado no
interior da igreja (no túmulo de número 94).
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Pintura de Mestre Athayde |
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Túmulo de Athayde dentro da igreja |
A
Igreja de Nossa Senhora da Assunção é a Catedral da Sé de Mariana, tendo sido
erguida em 1760 e, apesar de sua fachada simples, merece uma visita já que
guarda obras do tutor de Aleijadinho, além de pinturas do mestre Athayde.
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A fachada simples da Catedral da Sé de Mariana |
A entrada
é paga (R$ 5,00) e dá direito a uma visita ao Museu de Arte Sacra também. Entre
as belezas existentes no interior da Catedral estão os lustres e altares, mas o
que mais atrai os turistas é o órgão alemão datado de 1701 e que ainda é usado
nos dias de hoje.
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Interior da Catedral |
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Lindas obras na Igreja |
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Órgão Alemão de 1701 ainda em uso |
Outra
bela Igreja de Mariana é a consagrada a Nossa Senhora do Rosário, que foi
erguida entre 1752 e 1758 e era utilizada para missas aos negros. Estava
começando uma missa no fim de tarde e aproveitamos para as fotos do interior.
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Igreja do Rosário |
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Altar simles mas bonito |
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Pinturas do teto da Igreja do Rosário |
Não
deixe de visitar a Igreja de São Pedro dos Clérigos com arquitetura italiana e
que fica em uma área alta da cidade, permitindo uma bela vista da paisagem.
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Igreja de São Pedro dos Clérigos |
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A cidade vista da praça da igreja |
A
igreja que começou a ser erguida em 1753 foi abandonada em 1850 e só foi
concluída na década de 1920 mantendo seu altar em madeira de cedro sem a
cobertura de talha dourada, comum nas igrejas históricas.
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Altar em cedro sem o revestimento com ouro |
Mas
a visita é interessante já que é permitido subir pelas escadarias da torre
sineira e admirar a paisagem lá de cima.
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Subida para torre sineira |
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Sinos da Igreja de São Pedro |
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Mariana vista do alto da torre da igreja |
Para
finalizar duas igrejinhas que chamam a atenção. Igreja de Nossa Senhora dos
Anjos e Igreja de Nossa Senhora das Mercês. Quando estivemos lá as duas estavam
bem maltratadas, mas mantinham seu charme, hoje creio que foram restauradas
pelo que vi recentemente de quem foi a pouco tempo, portanto devem estar ainda
mais belas.
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Igreja dos Anjos |
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Igreja das Mercês |
Mina da Passagem
Quem
vai a Mariana não pode deixar de conhecer a Mina da Passagem, que fica no
caminho para Ouro Preto.
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Mina da Passagem |
Antes
de entrar na caverna o visitante já vai entrando no clima do lugar nos jardins
e no pequeno museu com objetos que eram usados na exploração do ouro no lugar.
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Objetos não mais usados são expostos no jardim |
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Antigo Trole utilizado para acesso ao interior da mina |
A
mina encanta já na chegada, pois para se acessar a entrada deve-se descer por
um “trole” original que era usado na época da exploração.
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A entrada da Mina da Passagem é feita em um trole sobre os trilhos |
O
trole é um carrinho de mineiros puxado por cabos de aço que atravessa 315
metros levando o visitante até o interior da mina, percorrendo a maior parte do
trajeto pelos túneis. Vale muito a experiência, pois não é comum esse tipo de
transporte nos dias de hoje...
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Percorrendo os túneis no trole |
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Dentro da mina depois de 315 m de extensão e 120 m de profundidade |
A
visita ocorre a 120 metros de profundidade no interior da mina (ainda bem que
tem o carrinho para levar e trazer...) e o tour dura cerca de 30 minutos. O
guia explica um pouco sobre a história do lugar e da exploração de metais da
região, interessante que deste lugar foram retiradas 35 toneladas de ouro.
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Interior da Mina da Passagem |
O
interior da mina é bem impressionante com um lago que emergiu do lençol
freático e inundou muitas das câmaras inferiores. Para quem pratica mergulho é
possível uma visita nestas câmaras cheias d’água em uma modalidade de passeio
com mergulho na caverna. Não era nosso caso...
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Água inundou parte da mina |
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Vontade de mergulhar nestas águas |
Antes
de subir de volta no trole passamos por um pequeno altar dedicado a Santa
Bárbara, padroeira dos mineiros. Vale lembrar que essa mina é considerada
assombrada, pois muitos trabalhadores perderam suas vidas aqui. Mas fique
calmo, lembro que houve uma matéria no programa Fantástico da Rede Globo sobre
assombrações neste lugar e nada ficou comprovado hehehehe
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Imagem de Santa Bárbara padroeira dos mineiros |
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Hora de voltar ao trole para sair |
Pico da Cartuxa
O
ponto mais alto de Mariana tem acesso de carro por uma estrada de terra de 6 Km
e é usado como rampa de voo livre.
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APA do Seminário Menor |
Com
1343 metros de altitude o Pico da Cartuxa encontra-se na Área de Proteção
Ambiental do Seminário Menor (APA criada em 1984) e permite a visão de toda a
cidade em meio as montanhas.
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Pico da Cartuxa |
No
dia em que subimos a Cartuxa o dia estava frio e muito nublado, mas não
atrapalhou a bela vista do alto do Pico.
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Cidade de Mariana vista do alto da Cartuxa |
Estação de Trem
A
bonita e simples estação ferroviária de Mariana é ainda hoje utilizada para
ligar a cidade à Ouro Preto, sendo muito usada pelos turistas que fazem o
trajeto entre as duas cidades históricas.
A
estação foi inaugurada em 1914 e funcionou normalmente até a década de 1980,
sendo restaurada na década de 2000 e passando a compor o trajeto turístico hoje
ainda operando.
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Trem para Ouro Prteo partindo da estação em Mariana |
O
percurso pode ser feito em um vagão tradicional ou um panorâmico, fomos em um e
voltamos no outro e apesar de o panorâmico ser mais disputado (e um pouco mais
caro) gostamos mais do comum mesmo, já que arranhões nas telas plásticas
atrapalhavam as fotos e deixavam a visão um pouco mais embaçada, enquanto no
comum a janela podia simplesmente ser aberta.
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Vagão panorâmico |
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Fomos no panorâmico e voltamos no convencional |
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Vagão comum |
As
paisagens são bem bonitas pelas janelas do trem e muitos utilizam este
transporte para ir de uma cidade a outra, passando o dia lá e voltando depois,
mas é uma boa opção para se deslocar entre as cidades em um mochilão. Caso
esteja de carro, como nós, vale ir em um dia e voltar no outro ficando mais
tempo na cidade, pois as passagens são vendidas por trecho.
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Percorremos de trem o trecho entre Mariana e Ouro Preto e vimos belas paisagens |
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Cachoeira vista da janela do trem |
No
próximo post conto como foi nossa passagem por Ouro preto.
Dicas:
-
Mariana pode ser visitada em um único dia a partir de Ouro preto, indo e
voltando no trem;
- A
Mina da Passagem está mais perto de Ouro Preto do que do centro histórico de
Mariana, podendo ser uma opção na oura cidade também;
- Como disse acima o vagão panorâmico permite uma boa visão dos arredores, mas os arranhões atrapalham um pouco, enquanto no vagão convencional pode-se abrir a janela e olhar a paisagem sem problemas, gostamos mais do comum, mas valeu a experiência no outro;
- As
noites não são muito agitadas, pois todo o movimento de turistas está na
vizinha Ouro Preto. Mariana é uma cidade bem calma, tanto de dia, quanto a
noite.
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