terça-feira, 18 de outubro de 2016

Sabará /MG

A cidade histórica de Sabará fica na região metropolitana de Belo Horizonte, estando a apenas 25 Km da capital mineira. Reservamos um dia de nossa estadia em BH para visitar a cidadezinha e conhecer seu casario colonial e igrejas históricas.


Igrejas e Chafarizes

As principais atrações históricas da cidade são as igrejas barrocas e Sabará é uma ótima opção para turismo religioso na Semana Santa. A Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição abriga a maior parte dos eventos religiosos, mas pode ser visitada em qualquer época. A igreja inaugurada em 1710, no lugar da antiga capela que ali havia, tem uma interessante arquitetura com influência oriental.

Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição

Próximo a Igreja Matriz está o Chafariz da Confraria, do início do século XVIII. Infelizmente a fonte não foi bem preservada e a Cruz que ficava no escudo de pedra no alto do chafariz não está mais lá, assim como a água que também não jorra mais (nem sei porque ainda chamam de chafariz, mas tá valendo...).

Chafariz da Confraria

Outra Igreja que vale a visita é a de Nossa Senhora do Carmo, construída entre 1763 e 1778, que tem obras de Aleijadinho na fachada e no altar. Diante da igreja está o cemitério do Carmo.

Igreja do Carmo

Cemitério do Carmo

Apesar de tantas igrejas, uma das mais procuradas para fotos pelos turistas é a curiosa Igreja do Rosário. A curiosidade está no fato de ao se olhar para a estrutura imagina-se que a igreja foi reduzida a ruínas, no entanto, a verdade é que a construção nunca se concluiu.

Igreja do Rosário semi-construída

As obras de construção foram iniciadas em 1768 e foram interrompidas diversas vezes ao longo dos anos por falta de recursos financeiros. Vale lembrar que as igrejas dedicadas a Nossa Senhora do Rosário eram erguidas pelos negros escravos para seu uso com recursos muito limitados.


Após a abolição da escravatura, em 1888, as obras de construção foram abandonadas de vez e o templo permanece da mesma forma até os dias de hoje.


Mas se acha que a curiosidade em torno do templo é só a sua forma de ruína, espere até chegar mais perto. A igreja estava sendo construída em torno da antiga capela de taipa de 1713, que seria demolida com a construção da grande igreja ao redor, mas como a construção nunca avançou a capela original ainda está lá. Eu sempre fico imaginando como eram as capelas demolidas para as igrejas maiores serem erguidas e aí está um exemplo intacto para matar minha curiosidade... Na sacristia funciona o Museu de Arte Sacra de Sabará.

Igreja original ainda no lugar onde a nova igreja seria erguida

Na praça diante da Igreja está o Chafariz do Rosário que ainda preserva sua arquitetura original, apesar de ter sido erguido inicialmente em outro ponto da cidade e só depois trazido para a Praça do Rosário.

Chafariz do Rosário

O chafariz que data de 1745 apresenta as máscaras por onde jorrava água ainda em bom estado, assim como o escudo de armas de Portugal encimado com a Coroa Real e a Cruz, tudo esculpido em pedra sabão.



No Largo de São Francisco está a igreja dedicada ao santo e um antigo e eficiente relógio de sol. Completam a paisagem palmeiras imperiais.

 
Igreja de São Francisco de Assis

Relógio de sol no largo de São Francisco


Sabará é bem pequena, mas não se resume ao centrinho apesar deste guardar praticamente todas as construções históricas existe uma igreja que está bem afastada do centro, mas que vale, e muito, a visita.

A simples e bela Igreja de Nossa Senhora do Ó

A Igreja de Nossa Senhora do Ó é o cartão postal de Sabará e o lugar que mais me impressionou em nossa visita. A pequena capela (do ano de 1720) conta com um altar que é uma obra de arte com colunas que apresentam cabeças de dragão no lugar dos tradicionais anjinhos celestiais e pinturas em ouro com fundos em azul e vermelho fortes. Influência oriental na construção, tal qual a Igreja Matriz.


A visitação acontece de 8h as 12h e de 13h as 17h mediante a uma pequena taxa de entrada (R$ 2,00 na época em que fui). Não são permitidas fotos do interior do templo, então peguei uma da internet para dar uma ideia do que se tem lá, mas acredite, vale a pena visitar, pois a foto não mostra a beleza que os olhos podem admirar.

Foto de reprodução da Internet: Interior da Igrejinha do Ó

Retornando para o centro histórico encontramos o Chafariz do Kakende, o único com água potável jorrando ainda hoje.

Chafariz do Kakende

O chafariz é muito utilizado pela população para se refrescar nos dias quentes, seja bebendo a água, ou usando-a para aliviar o calor sobre a cabeça. Reza a lenda que o visitante que beber da água deste lugar voltará a Sabará um dia...

Chafariz disputado pela população

Reza a lenda que quem beber dessa água voltará a Sabará

A última igreja que visitamos foi a de Nossa Senhora das Mercês que era frequentada pelos mulatos, filhos de escravas com os senhores brancos. As igrejas da época do Brasil Colônia eram divididas pelos diversos grupos sociais e raciais (que era a mesma coisa na época), lembrando que a Ordem do Carmo abrigava os brancos e a Irmandade do Rosário os negros.

Igreja das Mercês

Casario colonial e Museus

Sabará conta com uma grande riqueza arquitetônica da época colonial, com casario preservado em meio as ruas de pedras.





Nos casarões funcionam farmácias, bancos e restaurantes, como o Casarão 314, um bom restaurante no centro, onde almoçamos.

Restaurante Casarão 314: boa opção

Um dos casarões que são obrigatórios para quem visita Sabará é onde hoje funciona o Museu do Ouro. A casa datada de 1730 abrigou a Intendência da Coroa Portuguesa onde era cobrado o “quinto” sobre o ouro extraído da região.

Museu do Ouro

O Solar Padre Correia, onde funciona a Prefeitura de Sabará, foi moradia do vigário da cidade e é outro exemplo de casarão colonial bem preservado, bem como o bonito prédio da antiga cadeia e onde hoje funciona a Biblioteca Pública Municipal.

Solar Padre Correia

Antiga Cadeia Pública e atual Biblioteca de Sabará


Dicas:

- Em menos de um dia se conhece Sabará, vale um bate-e-volta de Belo Horizonte;
- As atrações da cidade histórica giram em torno das igrejas e o casario colonial, não espere muito mais como nas demais cidades históricas mineiras;
- Se estiver de carro opte por estacionar no Largo de São Francisco, lá tem muitas vagas e não são tão disputadas quanto nas outras praças do centro.

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