A
cidade histórica de Sabará fica na região metropolitana de Belo Horizonte,
estando a apenas 25 Km da capital mineira. Reservamos um dia de nossa estadia
em BH para visitar a cidadezinha e conhecer seu casario colonial e igrejas
históricas.
Igrejas e Chafarizes
As
principais atrações históricas da cidade são as igrejas barrocas e Sabará é uma
ótima opção para turismo religioso na Semana Santa. A Igreja Matriz de Nossa
Senhora da Conceição abriga a maior parte dos eventos religiosos, mas pode ser
visitada em qualquer época. A igreja inaugurada em 1710, no lugar da antiga
capela que ali havia, tem uma interessante arquitetura com influência oriental.
Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição |
Próximo
a Igreja Matriz está o Chafariz da Confraria, do início do século XVIII.
Infelizmente a fonte não foi bem preservada e a Cruz que ficava no escudo de
pedra no alto do chafariz não está mais lá, assim como a água que também não
jorra mais (nem sei porque ainda chamam de chafariz, mas tá valendo...).
Chafariz da Confraria |
Outra
Igreja que vale a visita é a de Nossa Senhora do Carmo, construída entre 1763 e
1778, que tem obras de Aleijadinho na fachada e no altar. Diante da igreja está
o cemitério do Carmo.
Igreja do Carmo |
Cemitério do Carmo |
Apesar
de tantas igrejas, uma das mais procuradas para fotos pelos turistas é a
curiosa Igreja do Rosário. A curiosidade está no fato de ao se olhar para a
estrutura imagina-se que a igreja foi reduzida a ruínas, no entanto, a verdade
é que a construção nunca se concluiu.
Igreja do Rosário semi-construída |
As
obras de construção foram iniciadas em 1768 e foram interrompidas diversas
vezes ao longo dos anos por falta de recursos financeiros. Vale lembrar que as
igrejas dedicadas a Nossa Senhora do Rosário eram erguidas pelos negros
escravos para seu uso com recursos muito limitados.
Após
a abolição da escravatura, em 1888, as obras de construção foram abandonadas de
vez e o templo permanece da mesma forma até os dias de hoje.
Mas
se acha que a curiosidade em torno do templo é só a sua forma de ruína, espere
até chegar mais perto. A igreja estava sendo construída em torno da antiga
capela de taipa de 1713, que seria demolida com a construção da grande igreja
ao redor, mas como a construção nunca avançou a capela original ainda está lá.
Eu sempre fico imaginando como eram as capelas demolidas para as igrejas
maiores serem erguidas e aí está um exemplo intacto para matar minha
curiosidade... Na sacristia funciona o Museu de Arte Sacra de Sabará.
Igreja original ainda no lugar onde a nova igreja seria erguida |
Na
praça diante da Igreja está o Chafariz do Rosário que ainda preserva sua
arquitetura original, apesar de ter sido erguido inicialmente em outro ponto da
cidade e só depois trazido para a Praça do Rosário.
Chafariz do Rosário |
O
chafariz que data de 1745 apresenta as máscaras por onde jorrava água ainda em
bom estado, assim como o escudo de armas de Portugal encimado com a Coroa Real
e a Cruz, tudo esculpido em pedra sabão.
No
Largo de São Francisco está a igreja dedicada ao santo e um antigo e eficiente
relógio de sol. Completam a paisagem palmeiras imperiais.
Relógio de sol no largo de São Francisco |
Sabará
é bem pequena, mas não se resume ao centrinho apesar deste guardar praticamente
todas as construções históricas existe uma igreja que está bem afastada do
centro, mas que vale, e muito, a visita.
A simples e bela Igreja de Nossa Senhora do Ó |
A
Igreja de Nossa Senhora do Ó é o cartão postal de Sabará e o lugar que mais me
impressionou em nossa visita. A pequena capela (do ano de 1720) conta com um
altar que é uma obra de arte com colunas que apresentam cabeças de dragão no
lugar dos tradicionais anjinhos celestiais e pinturas em ouro com fundos em
azul e vermelho fortes. Influência oriental na construção, tal qual a Igreja
Matriz.
A
visitação acontece de 8h as 12h e de 13h as 17h mediante a uma pequena taxa de
entrada (R$ 2,00 na época em que fui). Não são permitidas fotos do interior do
templo, então peguei uma da internet para dar uma ideia do que se tem lá, mas
acredite, vale a pena visitar, pois a foto não mostra a beleza que os olhos
podem admirar.
Foto de reprodução da Internet: Interior da Igrejinha do Ó |
Retornando
para o centro histórico encontramos o Chafariz do Kakende, o único com água
potável jorrando ainda hoje.
Chafariz do Kakende |
O
chafariz é muito utilizado pela população para se refrescar nos dias quentes,
seja bebendo a água, ou usando-a para aliviar o calor sobre a cabeça. Reza a
lenda que o visitante que beber da água deste lugar voltará a Sabará um dia...
Chafariz disputado pela população |
Reza a lenda que quem beber dessa água voltará a Sabará |
A
última igreja que visitamos foi a de Nossa Senhora das Mercês que era
frequentada pelos mulatos, filhos de escravas com os senhores brancos. As
igrejas da época do Brasil Colônia eram divididas pelos diversos grupos sociais
e raciais (que era a mesma coisa na época), lembrando que a Ordem do Carmo
abrigava os brancos e a Irmandade do Rosário os negros.
Igreja das Mercês |
Casario colonial e Museus
Sabará
conta com uma grande riqueza arquitetônica da época colonial, com casario
preservado em meio as ruas de pedras.
Nos
casarões funcionam farmácias, bancos e restaurantes, como o Casarão 314, um bom
restaurante no centro, onde almoçamos.
Restaurante Casarão 314: boa opção |
Um
dos casarões que são obrigatórios para quem visita Sabará é onde hoje funciona
o Museu do Ouro. A casa datada de 1730 abrigou a Intendência da Coroa
Portuguesa onde era cobrado o “quinto” sobre o ouro extraído da região.
Museu do Ouro |
O
Solar Padre Correia, onde funciona a Prefeitura de Sabará, foi moradia do
vigário da cidade e é outro exemplo de casarão colonial bem preservado, bem
como o bonito prédio da antiga cadeia e onde hoje funciona a Biblioteca Pública
Municipal.
Solar Padre Correia |
Antiga Cadeia Pública e atual Biblioteca de Sabará |
Dicas:
- Em
menos de um dia se conhece Sabará, vale um bate-e-volta de Belo Horizonte;
- As
atrações da cidade histórica giram em torno das igrejas e o casario colonial,
não espere muito mais como nas demais cidades históricas mineiras;
- Se
estiver de carro opte por estacionar no Largo de São Francisco, lá tem muitas
vagas e não são tão disputadas quanto nas outras praças do centro.
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