5º Dia na Argentina (dia 24 do mochilão)
A viagem
entre Mendoza e Buenos Aires a bordo do CATA Royal Suite foi ótima, dormimos
muito bem e a empresa manteve o bom nível do serviço servindo um bom desayuno a bordo. Chovia
forte do lado de fora e quando o ônibus chegou no terminal de Buenos Aires,
decidimos tomar um taxi para procurar um hotel para ficar. A ideia original era
de pegar um ônibus para o centro e caminhar olhando as opções de hotel, já que
por lá há muitos hotéis próximos uns ao outros, mas a forte chuva nos obrigou a
mudar de ideia.
Todos
falam super mal dos taxistas de Buenos Aires e eu não vou ser exceção, já que
fui mais bem tratado em todas as outras cidades pelas quais passei. O taxista
não era muito paciente e não ajudava muito a encontrar um lugar, acho que ele
não entendeu que eu não sabia para onde queria ir, pois nunca tinha estado na
cidade. Por fim descemos na Av. de Mayo, paramos embaixo de uma marquise,
colocamos nossas capas de chuva e seguimos andando de hotel em hotel até
encontrar um para ficar.
Que eu me
lembre só havíamos usado a capa de chuva em Aguas Calientes, na descida de
Machu Pichu e depois de tanto tempo sem ver chuva eu nem lembrava mais como era
a sensação de caminhar com as mochilas com a capa por cima e as gotas d’água
caindo pelo rosto... rs
Entramos
em alguns hotéis, mas ou eram muito caros ou muito ruins, e no geral era sempre
a segunda opção. Os prédios da Av de Mayo são bem antigos e muitos hotéis
carecem de uma boa reforma, mas alguns são simplesmente horrorosos, mesmo para
mochileiros duros como nós... hehehe
Andar na
chuva procurando lugar para ficar não estava em nossos planos, então assim que
encontramos um hotel aceitável paramos. O Hotel Chile (Avenida de Mayo, 1297) não é bem o que queríamos para nossa última
hospedagem no mochilão, pois esperávamos um pouco de conforto depois de quase
um mês viajando, ainda mais porque ficaríamos alguns dias e não só uma ou duas
noites, mas resolvemos ficar por ali mesmo. Não posso dizer que recomendo o
lugar, pois o prédio antigo com limo nos azulejos do banheiro e uma banheira
com aspecto de gasta não agradaria a muitas pessoas.
Era um
domingo e a chuva não nos desanimou de conhecer a famosa feira de San Telmo.
Colocamos nossas capas de chuva e seguimos pelas ruas desertas de Buenos Aires
até a Plaza Dorrego, onde acontece a
famosa feira desde 1970.
A feira
de antiguidades de San Telmo acontece todos os domingos de 10h as 17h,
independente do tempo (chova ou faça sol, como vimos), e atrai milhares de
turistas. Além das barracas na praça, ao ar livre, existem diversas lojas que
vendem antiguidades e outros produtos no entorno. Em um grande casarão funciona
o Mercado de San Telmo, uma extensão da feira em área coberta. Aproveitamos
para comer alguma coisa no Starbucks
enquanto esperávamos a chuva passar.
Mercado de San Telmo |
Ficamos
abrigados em um grande solar onde funcionam muitas lojas até que a chuva
diminuísse e parasse, então seguimos caminhando pelas ruas do entorno do
mercado. A feira funciona oficialmente na praça e no mercado, mas nas ruas
circundantes diversas barracas oferecem souvenirs, pinturas, artesanatos,
livros, entre outros produtos e seguimos por quase dez quadras olhando
barraquinhas de quinquilharias.
Solar na Plaza Dorrego: abrigo da chuva |
Aline nos corredores do solar |
Caminhando
pela rua passamos pela Iglesia de Nuestra
Señora de Belén, conhecida como Igreja de San Telmo. A igreja começou a ser
construída em 1748 pelos jesuítas, mas só foi concluída no ano de 1876. No ano
de 1806, ainda durante sua construção, começou a funcionar no local a Paróquia
de San Pedro González Telmo até que sua igreja fosse construída, o que nunca
aconteceu, fazendo que até os dias de hoje a paróquia de San Telmo funcione na
Igreja de N. Sr. de Belém.
Igreja de San Telmo |
Bonito altar do templo |
Órgão no coro da igreja |
Seguimos
até a Igreja de Nossa Senhora do Rosário e Convento de Santo Domingo datada de
meados do século XVIII que foi declarada basílica em 1909. Diante do templo
está o mausoléu do criador da bandeira argentina, Manuel Belgrano, que abriga
os restos mortais do general desde 1903.
Igreja de Nossa Senhora do Rosário e Convento de Santo Domingo com o Mausoléu a frente |
Mausoléu do General Manuel Belgrano |
Interior da igreja |
Próximo a
igreja está o Museo de La Ciudad que
abriga exemplares arquitetônicos históricos de Buenos Aires. Em uma rápida
visita pode-se ver móveis, portas, lajotas, grades e esculturas que marcaram
época na cidade.
Fachada do Museu da Cidade |
Peças de arquitetura expostas com fotos |
Grade e figura de pedra expostas |
Peças em exposição incluem portas e objetos arquitetônicos |
Caminhamos
cerca de dez quadras até a Plaza de Mayo,
no centro histórico e político da cidade. A praça data de 1580, o mesmo ano de
fundação da cidade, e foi idealizada pelo fundador Juan de Garay que escolheu
esta área para instalar a praça maior, o forte, a Catedral e o Cabildo. A praça
que originalmente era chamada de Plaza Mayor, teve seu nome alterado em
comemoração a Revolução de Maio ocorrida em 1810, que iniciou o processo de
independência das colônias na região sul do continente americano.
Na praça
estão várias construções históricas como o Cabildo de Buenos Aires. O prédio
atual foi construído em 1740, no mesmo lugar do prédio anterior e foi a sede encarregada
de representar a cidade frente à metrópole, com várias funções jurídicas e
administrativas, além de servir de prisão. Também pode-se ver o prédio do Banco de La Nación Argentina, fundado em
1891 por iniciativa do então presidente Carlos Pellegrini. A construção só foi
concluída em 1943 e é o prédio onde foi instalado o primeiro elevador do país.
Cabildo |
O Banco de La Nación Argentina |
Nos chama
a atenção a grandiosa Catedral Metropolitana de Buenos Aires, que apresenta em
sua fachada em meio as doze colunas, representando os apóstolos, uma imagem de
madeira de Santa Maria de La Rábida, a padroeira das américas e uma pira em
chamas em homenagem ao grande General San Martin, que tem seus restos mortais
em um mausoléu no interior da igreja.
Catedral Metropolitana de Buenos Aires |
Imagem de madeira na fachada da Catedral |
Chama em homenagem a San Martin |
O
interior da catedral, que foi consagrada em 1836 e é a oitava igreja construída
no mesmo local, é lindíssimo com pé direito bem alto e arcos graciosos entre
colunas laterais.
Altar da Catedral |
Interior do templo |
Em uma
área a direita da nave principal, guardada por dois soldados, está o Mausoléu
do General José de San Martin. Ver sua esquife coberta por uma grande bandeira
da Argentina depois de conhecer toda sua história ao longo da viagem, desde o
Peru até Buenos Aires, foi como conhecer pessoalmente um personagem que só
havíamos ouvido falar.
Havíamos
passado pelo Paso Los Libertadores
nos Andes e visitando a igreja onde o general jurou bandeira além de ter visto
as flâmulas conquistadas em batalhas em Mendoza. Ouvimos suas histórias e
conhecemos as conquistas do Exército dos Andes ao longo de todos os países que
visitamos. Estar em um mausoléu com tantas homenagens era ver o desfecho
histórico triunfante da libertação das Américas.
Deixamos
a Catedral e voltamos a Plaza de Mayo,
onde está uma estátua do General Manuel Belgrano em seu cavalo, o mesmo que
havíamos visitado o mausoléu no Igreja do Convento de Santo Domingo.
Ao lado
da Catedral duas importantes construções marcam os arredores da praça: o prédio
do Palacio de Gobierno, onde funciona
a prefeitura da cidade atualmente e o local de onde os espanhóis governaram o
país antes da independência da nação e o prédio da Legislatura de Buenos Aires que foi construído em 1930 com uma
torre octagonal que possui cinco sinos.
Rumamos
para a construção mais famosa e visitada da praça: A Casa Rosada, sede do
governo argentino. Aos sábados e domingos é possível fazer uma visita guiada
pelo interior do casarão a cada dez minutos entre as 10h e 20h. As visitas tem
duração de quarenta minutos e são gratuitas.
Casa Rosada |
Aline diante da Casa Rosada |
A fila
para a visita é bem grande e tivemos que aguardar um tempo no salão onde
funciona a Galeria de Patriotas Latino Americanos, que expõe quadros de
importantes personalidades do continente. Entre os quadros com imagens de
Artigas, San Martin, Simón Bolívar, Francisco López, Manuel Belgrano, Salvador
Allende, Ernesto “Che” Guevara entre muitos outros, estão duas figuras
brasileiras: Tiradentes e Getúlio Vargas.
Homenagem a Tiradentes |
Homenagem a Getúlio Vargas |
Nossa vez
chega e nos reunimos ao guia que nos conta um pouco da história do casarão, que
para nossa surpresa é amarelo por dentro e não rosa.
O guia
explica que o casarão foi construído no mesmo lugar do antigo Fuerte Viejo. A fortaleza de 1594 foi
demolida na década de 1850 para a construção da alfândega nas margens do Rio da
Prata, que foi pintado com cal e sangue de boi, ganhando a coloração rosa, que
é mantida na fachada do atual casarão.
Em 1938
começou-se a demolição do edifício como objetivo de se criar uma perspectiva a
partir da Plaza de Mayo para o rio, e
estender a Avenida de Mayo para Puerto Madero, mas em fevereiro do mesmo
ano tornou-se presidente Roberto Marcelino Ortiz, que decidiu suspender a
demolição. No entanto, a ala sul nunca foi reconstruída.
Caminhamos
pelos corredores e salões da Casa Rosada e conhecemos o gabinete de trabalho da
presidente Cristina kirchner. Visitamos o Salão Branco, sede das grandes
recepções oficiais como as cerimônias presidenciais, juramentos de ministros e
secretários de Estado e o Salão Evita Perón, onde está exposto um vestido que
foi usado por ela.
Salas do palácio |
Salão Evita Perón: ao fundo o vestido rosa |
Salão Branco |
Colunas do Salão Branco |
Pudemos
passar pelas famosas sacadas de onde os presidentes despertaram paixões
nacionais e demonstraram apoio à população. Da sacada dá para imaginar como foi
o discurso feito por Evita Peron, então Primeira Dama, na década de 1950 diante
de uma praça lotada.
No fim da
visita o guia nos indica conhecer o Museu do Bicentenário que funciona nas
ruínas do antigo forte que ficava sobre a ala sul do palácio demolida em 1938.
O acesso é por fora em uma ala junto ao rio e seguimos para lá caminhando
tranquilamente.
O museu
funciona no que restou das catacumbas coloniais do antigo Fuerte Viejo e apresenta uma rica coleção de peças da história
argentina, como as faixas presidenciais utilizadas ao longo da história.
Interior do Museu: Ruínas do forte |
Catacumbas do Forte Viejo |
Ficamos
algumas horas no museu que é bem moderno e possui diversas multimídias
interativas para contar a história do país. Vídeos contam como foi a passagem
de todos os presidentes e como se deram as revoluções populares ocorridas na
Argentina.
Objetos que pertenceram a políticos argentinos |
Entre os
objetos expostos está o vestido usado por Eva Peron retratado no famoso quadro
com seu marido o presidente Juan Domingo Peron.
Em meio
as ruínas seculares do forte e de todos os objetos e vídeos sobre a política
argentina é fácil entender o forte sentimento nacionalista do povo e nos faz
pensar como falta um pouco disso em nós brasileiros, principalmente por
desconhecimento sobre nossa própria história, normalmente mal contata nas
escolas.
Deixamos
o museu já bem cansados do longo dia nas ruas, que apesar de ter começado
debaixo de chuva, terminava com um bonito tom laranja no céu. Seguimos
caminhando de volta ao hotel e passamos pelo Monumento Iguazu Falls na esquina das Avenidas 9 Julio e de Mayo, inaugurado
após a candidatura das Cataratas do Iguaçu para o concurso das sete novas
maravilhas do mundo.
Monumento Iguazu Falls |
Entardecer em Buenos Aires |
O sol já
estava indo embora quando paramos para jantar no restaurante La Esquina de Garufa no cruzamento da
Av. 9 de Julio com a Av. de Mayo, no caminho para o hotel. Não sei se era a
fome, mas gostamos bastante da comida do lugar (a tradicional carne com batata
argentina... rs). Depois voltamos para o Hotel, tomamos um bom banho e dormimos
pesado para descansar de nosso primeiro dia em Buenos Aires depois de uma noite
de sono na estrada.
Fim de tarde |
Anoitecer na Avenida 9 de Julho |
6º Dia na Argentina (dia 25 do mochilão)
Nosso
segundo dia em Buenos Aires começou bem diferente do primeiro. Pela janela do
quarto pudemos ver o dia claro e o céu azul, sem sinal das nuvens e da chuva da
manhã anterior. Nos arrumamos e descemos para o desayuno.
Deixamos
o hotel e resolvemos comprar passagens para o Bus turístico de Buenos Aires,
que funciona nos mesmos moldes do que havíamos utilizado em Mendoza. A
principal vantagem do ônibus turístico é poder embarcar e desembarcar em
qualquer ponto, de modo que pode-se conhecer o lugar pelas histórias contadas
no áudio e visitá-los com o tempo que necessitar.
Compramos
a passagem para 24h no próprio ônibus em um dos pontos identificados. A
vantagem deste sobre o de Mendoza é que em Buenos Aires o tempo entre eles é de
20 min, enquanto o de Mendoza era a cada 1h, mas a desvantagem é que diferente
do mendocino o da capital argentina não é nada pontual.
Seguimos
no ônibus até o bairro La Boca, onde está o famoso estádio de futebol La Bombonera,
a casa do Boca Juniors, que eu queria muito visitar.
No
estádio funciona o primeiro museu temático de futebol da América Latina, o Museo de La Pasión Boquense. Com 2
andares o lugar guarda as memórias de mais de 100 anos do clube, incluindo
camisas antigas, sala de troféus, multimídias interativas, vídeos, fotos,
objetos, documentos históricos, entre outros.
Calçada da fama do Boca Juniors |
Para a
visita guiada existem duas opções: Museu (AR$ 60) ou museu e estádio (AR$ 80). Não
é necessário agendar a visita guiada no estádio e logo na entrada há uma placa
anunciando o horário de saída do próximo tour. As visitas acontecem de hora em
hora, o primeiro às 10hs e o último às 17hs, mas preste atenção, pois há
mudança de horário em dias de jogo no estádio.
Aline na entrada do museu |
Compramos
o tour com a visita ao estádio e entramos para o museu, enquanto esperávamos o
guia tivemos bastante tempo para conhecer a galeria de títulos do Boca e de
objetos e histórias de La Bombonera.
Museu de La Bombonera |
Museu bem moderno |
Estão
expostos no museu um pouco dos títulos de Campeonatos Argentinos, Libertadores
da América, Copas Intercontinentais, Copas Sul-Americanas e Recopas
conquistadas pelo Boca Juniors.
Galeria de títulos do Boca Juniors |
As quatro
seções mais importantes do museu são: la
camiseta, que reúne todas as camisas usadas pela equipe até os dias atuais;
la gloria, a sala com troféus,
objetos, fotos e vídeos que relembram os principais títulos do time; la pasión, um espaço interativo de
multimídia; e genio y pasión,
dedicada a Maradona, o maior ídolo da história do clube, com fotos, história e
camisas originais.
Seção La Camiseta: Todas as camisas do time ao longo da história |
A seção Los Campeonatos destaca os anos em que o clube obteve os maiores feitos. São exibidos os registros dos jogos com datas, escalações e placares das principais conquistas. Em monitores as imagens dos jogos e os acontecimentos mais relevantes na Argentina e no Mundo, no mesmo ano, são mostrados lado a lado.
A menina que
iria nos guiar se apresenta e reúne o grupo no meio do museu. Ela nos explica
que o Tour La Bombonera passa pelas
arquibancadas, vestiários e sala de imprensa.
Seguimos
nossa guia até o as arquibancadas de La
Bombonera onde ela nos conta que o nome oficial do estádio é “Alberto
Jacinto Armando” e que seu apelido deve-se ao formato retangular que faz lembrar
uma caixa de bombons. A principal razão para isso é que o terreno disponível
para a construção, iniciada em 1923, não permitia o desenvolvimento de um estádio
tradicional. A solução encontrada foi criar três anéis de arquibancadas, de
modo que quem assiste o jogo da terceira arquibancada tem de olhar para baixo
para ver o jogo.
Arquibancadas de La Bombonera |
Acentos para damas |
O estádio foi inaugurado em 1940, com capacidade para 49 mil torcedores, planejado de forma que a acústica o faça ensurdecedor durante uma partida, já que a arquitetura do estádio faz com que a torcida fique muito próxima do campo criando um verdadeiro “caldeirão”. Os bancos de reservas ficam colados aos torcedores.
A guia
nos leva até o setor onde fica La Doce,
a principal torcida organizada do time e nos conta que este ponto foi pensado
para que o time visitante sinta-se intimidado mesmo antes do começo da partida,
pois o vestiário dos visitantes fica exatamente embaixo deste setor, que parece
tremer quando o grupo pula junto.
Entre as
curiosidades de La Bombonera está a
cabine VIP central, de cor amarela que pertence a Diego Maradona. A guia conta
que quando o estádio foi reformado, e o Boca ficou mal financeiramente, Diego
comprou o melhor lugar por 250 mil dólares, para dar exemplo. Acabado o contrato,
os sócios decidiram que o craque não precisaria renovar o pagamento e que a
cabine seria lugar perpétuo pera ele e sua família.
Seguimos
para as dependências internas do estádio e fomos conhecer o vestiário dos
visitantes, abaixo da arquibancada dedicada a torcida organizada do Boca. A
guia nos conta que o vestiário do time da casa é muito mais bonito, mas que não
se permite mais a visita ao local, por motivos de depredação por torcedores de
outros clubes (tipo invejinha, segundo ela... rs).
Vestiário dos visitantes |
Chuveiros para o time visitante |
Passamos
pela sala de imprensa, e pudemos tirar fotos na parede de entrevistas dos
jogadores.
No fim há
um salão com objetos de arte, como quadros e esculturas, dedicados ao clube e a
guia explica que a primeira cor da camisa do time era o “rosa”, mas que na
época foi motivo de deboche pelos torcedores rivais (e tenho certeza que hoje
seria também!). Decidido a acabar com as brincadeiras o clube tentou algumas
mudanças (do branco e preto ao celeste), sem agradar os torcedores, até que em
1907 decidiram que as cores do clube seriam as mesmas da bandeira do primeiro
navio que atracasse no porto de Buenos Aires. Dias mais tarde, o “Drottning
Sophia” (“Rainha Sophia”), de bandeira sueca, atracou no porto e, sem querer,
marcou a história do Boca Juniors que, desde então, veste azul e amarelo.
Homenagem a torcida |
Fim do tour pelo estádio |
Loja e cafeteria do clube |
O tour,
de 1h de duração termina na loja do clube, onde funciona um café e bonboniere, mas não comemos nem
compramos nada. Nos despedimos da guia e seguimos para a saída na direção do
famoso e antigo Café El Estaño que
funciona em uma esquina de La Boca desde 1880.
Sempre
ouvi falar super bem do lugar, mas não achei nada de espetacular, na verdade,
fica lotado já que todos os ônibus turísticos fazem uma parada de 20 minutos no
lugar e quem quer seguir viagem direto no tour deve mudar de veículo.
Embarcamos
de volta em um ônibus e seguimos pelas ruas de La Boca. Pudemos ver a famosa Puente La Boca, que era utilizada para o
transporte de grãos do rio Riachuelo para os subúrbios ao sul. A ponte,
inaugurada em 1914, não funciona desde 1940, mas ainda está lá como um símbolo
da cidade.
Puente La Boca |
Nossa
próxima parada foi para conhecer El
Caminito, uma rua para pedestres que teve seu nome retirado de um tango
escrito em 1926.
A área
que tem sua localização próxima a zona portuária, foi habitada por muitos
estrangeiros que chegavam pelo porto para trabalhar e tem como característica o
fato de as casas serem construídas com tábuas de madeira, placas e telhas metálicas, sendo pintadas com cores fortes de tintas que sobravam das cargas de navios. A
história do Caminito é exatamente a mesma de Valparaíso, no Chile.
Casas de Caminito: Materiais reaproveitados do porto |
Aline nas ruas do Caminito |
Admito
que minha primeira impressão do lugar não foi tão boa assim, pois ao chegar
diante da primeira casa colorida fomos abordados por um imenso número de
pessoas querendo vender objetos ou nos oferecer almoço nos restaurantes da
região. Outro ponto importante é que existem dezenas de dançarinos de tango,
vestidos a caráter, para fotos e aulas relâmpagos com os turistas. Não se deixe
enganar: vão ser super simpáticos e depois vão extorquir alguns pesos
argentinos dos que se deixarem levar. Fugimos de todos.
As ruas
do Caminito abrigam muitos artistas e artesãos que vendem seus produtos em
barracas para os turistas, sem falar que minha camisa do Vasco fez sucesso e a
cada cinco passos que eu dava vinha alguém querendo troca-la por uma camisa do
Boca Juniors, do River Plate ou da seleção argentina. Não aceitei nenhuma
proposta pelo simples fato de a minha camisa ser oficial, enquanto as que me
ofereciam eram réplicas evidentes (se tivessem me oferecido uma oficial em bom
estado tinha trocado no ato! hehehe).
Vendedores nas ruas |
Vende-se de tudo por lá |
Ficamos
pouco tempo por lá, pois o número de pessoas que nos abordavam nas ruas era
insuportável. Nós andávamos alguns passos e nos ofereciam almoço, mais um passo
e vinha alguém querendo trocar minha camisa, mas dois passos e uma dançarina de
tango se oferecia para uma aula, outros pequenos passos e mais um panfleto de
restaurante era entregue, além de o panfleteiro vir atrás tentando nos
convencer...
Entre
tantas propostas paramos para ver uma agência que oferecia pacotes de shows de
tango e visitas ao famoso zoológico da cidade de Luján. Os shows de tango são
caríssimos e eu e Aline esperávamos ver um espetáculo menos pomposo dos que ali
eram oferecidos, já que eu não me animaria nunca para uma peça de quatro horas
de duração (pacotes custam em torno de AR$ 600,00, por pessoa, com jantar
incluso). Mas a menina brasileira nos convenceu de uma visita ao zoo e fechamos
um pacote para outro dia (essa história conto no próximo post).
Voltamos
para o ponto do ônibus (que nesse local tem filas gigantes) e embarcamos no
mesmo lugar onde descemos. Vimos as casas coloridas pela última vez, com a
certeza de que o lugar deve ser bem mais interessante sem tantos turistas e
vendedores.
O ônibus
segue passando por Puerto Madero e
pelo bairro do Retiro até a Recoleta, onde descemos mais uma vez na Praça das
Nações Unidas. Nesta praça está um dos cartões postais da cidade: a Floralis Generalis.
Floralis Generalis |
A flor
metálica de 20 metros de altura foi inaugurada em 2002 e deveria se abrir com o
nascer do sol, se fechando no fim do dia, mas por problemas no mecanismo de
engrenagens da escultura, ela permanece parada dia e noite.
Aline e a gigantesca flor |
A flor,
que totalmente aberta, teria o diâmetro de 32 metros não perdeu sua beleza com
o mal funcionamento do mecanismo de movimento e é parada obrigatória para uma
foto. Ao lado da praça está o imponente prédio da faculdade de Direito de
Buenos Aires.
Prédio da Faculdade de Direito de Buenos Aires |
O ônibus
atrasou bastante neste ponto e a fila era grande, perdemos um tempo por ali e
depois que embarcamos voltamos a ver a cidade pela perspectiva do segundo andar
do veículo. Margeamos o grande parque em que esta o Planetário de Buenos Aires
e o zoológico da cidade, além do famoso Jardim Japonês. É possível descer deste
ônibus e embarcar em outro que roda por dentro do parque, indo até o estádio do
River Plate, mas acabamos não tendo tempo para esta parte da cidade. Fica para
próxima.
Planetário visto do ônibus |
Estávamos
com fome e descemos no bairro Chino em Belgrano, onde existem muitas opções de
restaurantes. Paramos no Café Martinez, na esquina da Calle 11 de Septiembre e a Avenida
Juramento. Gostamos muito do lugar que serve um mega sanduíche (vale uma
boa refeição completa) e um chocolate quente fabuloso.
Café Martinez no Bairro Chino |
Seguimos
caminhando por Belgrano e passamos diante do Museo Historico Sarmiento, mas não entramos. Buenos Aires tem centenas
de museus, mas já havíamos visitados muitos ao longo da viagem e não estávamos
tão interessados neles.
Caminhamos
até a Plaza Manuel Belgrano, onde
acontece uma feira de artesanato nos fins de semana (não era o caso). No centro
da praça está uma escultura, em tamanho real, do General Belgrano inaugurada em
1961 e em uma das faces uma bonita escultural intitulada “As três Graças”.
Monumento a Manuel Belgrano |
Las Tres Gracias |
Diante da
Praça está Igreja da Imaculada Concepção, de estilo bizantino, com uma grande
cúpula central. Seu interior redondo é bem diferente das que havíamos visto até
então.
Caminhamos
um pouco por Belgrano e aproveitamos para sacar dinheiro em um banco, depois
voltamos para a praça e tomamos o ônibus de volta para Recoleta, pois tínhamos
visto apenas a Flor Genérica e ainda queríamos conhecer o bairro.
A
Recoleta foi a área adotada pelos portenhos ricos após um grande surto de febre
amarela que assolou San Telmo em 1871. Na época a população mais nobre
abandonou o antigo bairro e mudou-se para este, transformando a Recoleta no
reduto das altas classes sociais.
O sol já
estava baixando no horizonte quando fomos visitar a Iglesia de Nuestra Señora Del Pilar, cujo terreno foi doado aos
monges da Recoleta em 1716 sendo o templo consagrado em 1732. No interior há um
bonito altar barroco decorado com motivos incas que foi trazido do Peru pelo
Caminho Real.
Igreja de Nossa Senhora do Pilar na Recoleta |
Bonito altar da igreja |
Nos
claustros da igreja funciona um pequeno, mais super interessante, museu de arte
sacra. As fotos são permitidas então aproveitamos para registrar nossa visita e
algumas peças de arte como imagens sacras, livros e objetos diversos da vida
religiosa.
Arte Sacra |
Museu de Arte Sacra no antigo claustro |
Um dos
grandes atrativos da região é o Cemitério da Recoleta, um dos maiores do mundo,
ocupando mais de cinco hectares de área em uma quadra inteira atrás da igreja.
O cemitério é uma verdadeira necrópole onde estão enterradas grandes figuras da
história argentina, entre elas Eva Perón, mas quando chegamos os portões já
estavam fechados L. As
visitas se encerram as 17h e chegamos alguns minutos depois disso, pois eu
tinha visto em algum lugar (erradamente) que fechava as 18h.
Próximo a
praça da igreja está o Centro Cultural Recoleta em prédios do século XVII, onde
ocorrem exposições de artes e apresentações musicais e teatrais.
O fim do
dia se aproximava rápido e tomamos o ônibus de volta. Percorremos toda a
Avenida 9 de Julio e Plaza de Mayo ouvindo as explicações no fone de ouvido.
Descemos
próximo a casa Rosada e resolvemos caminhar até Puerto Madero, pois apesar de o ônibus passar por lá teríamos que
dar toda a volta em Bavanera, San Telmo e La Boca antes. Da Casa rosada até o
porto são poucos metros atravessando uma avenida e um quarteirão junto ao rio.
Casa Rosada de outro ângulo |
Caminhando até Puerto Madero encontramos uma figura famosa |
Puerto
Madero foi um grande porto para importação e exportação de mercadorias, mas
seus ancoradouros estreitos não suportaram os navios cargueiros cada vez
maiores e entre os anos de 1911 e 1925 Buenos Aires criou um novo lugar para
esta atividade: Puerto Nuevo. Por mais de 50 anos Puerto Madero ficou
abandonado, até que no início dos anos 1990 o lugar foi revitalizado e hoje conta
com casas noturnas, restaurantes e um iate clube.
Puerto Madero |
O bairro
hoje é supervalorizado e badalado, mas apesar de pouco apelo cultural é
possível ver um pouco da história no lugar. Um museu bem recomendado, e que não
conseguimos ver, é o Museo Fragata Sarmiento,
um museu flutuante em um barco que tem visitação aberta até as 19h.
Infelizmente chegamos cinco minutos depois deste horário e não conseguimos
visitar o navio.
Cruzamos
a Puente de La Mujer, fabricada na
Espanha e inaugurada no ano 2001, cujo desenho representa a imagem de um casal
dançando tango. Com um calçadão de 170 metros de cumprimento, por 6 de largura,
possui uma estrutura que permite em menos de dois minutos a passagem de
embarcações. A secção central é sustenta por uma agulha de aço com 39 metros de
altura que, em diagonal, sustenta o trecho que gira através de cabos de aço.
Ponte da Mulher |
Deixamos
Puerto Madero e voltamos para o hotel caminhando, queríamos comer no famoso
Café Tortoni e não experimentamos nenhum restaurante no porto. No caminho
passamos pelo Café que estava lotado e uma placa na porta avisava dos horários
para os shows de tango no local. Foi um achado para nós, pois todos os pacotes
que tínhamos visto eram bem caros para grandes espetáculos de mais de quatro
horas de duração (longe das minhas expectativas musicais... rs). No Tortoni é
possível assistir a um tango com 1h30min de duração por um terço do valor.
Apenas deve-se reservar com antecedência, pois no dia pode ficar sem vaga.
Reservamos nossos lugares para o show do dia seguinte e desistimos de comer lá,
já que teríamos esse prazer durante o espetáculo. No fim Aline se animou com a
garantia de assistir ao tango e eu me livrei de quatro horas de musical.
Seguimos
para o hotel, procurando um lugar para comer e encontramos perto do hotel, uma
boa opção: Alameda Pizza Café (Avenida de Mayo, 1201). Depois era hora de
descansar do dia cheio que tivemos.
7º Dia na Argentina (dia 26 do mochilão)
O dia amanheceu nublado, descemos para o desayuno do hotel e depois saímos caminhando no pela Avenida de
Mayo. Na esquina, logo após o hotel, estava o Palácio Barolo, que inclusive podia
ser visto da janela de nosso quarto. O palácio é na verdade um prédio que,
quando construído no ano de 1923, era o mais alto da América Latina.
Seguimos pela avenida até a Plaza
Del Congresso, onde está o Palácio do Congresso Nacional. Na praça está o Monumento a Los Dos Congresos,
construído para comemorar a primeira assembleia constitucional da Argentina e a
Declaração da Independência. No alto do monumento uma estátua representa a
república e sob ela há figuras femininas desempenhando os deveres patrióticos
de carregar as armas nacionais e romper os grilhões da escravidão. Diante do
monumento um chafariz dá um toque de beleza à paisagem.
O prédio do Congresso é um belo exemplo de arquitetura, inaugurado
em 1906 tem sua fachada construída em granito e mármore e está situado na
frente da Casa Rosada, do outro lado da Avenida de Mayo.
Diversos prédios históricos estão nos arredores da praça, sendo um
dos mais famosos o da Confeitaria Molino,
cujo nome se deve ao moinho que adorna sua fachada, e onde os políticos
argentinos costumavam tomar seu desayuno.
Infelizmente o prédio está com aspecto de abandono nos dias atuais.
Seguimos na direção da Av. 9 de Julio até a calma Plaza Lavalle,
onde está o palácio de Justiça de Buenos Aires. A praça fica nos fundos do
famoso Teatro Colon, para onde realmente seguíamos.
Palácio de Justiça na Praça Lavalle |
O Teatro Colón é uma das principais atrações culturais da cidade e
oferece visitas guiadas em inglês, espanhol e português.
Fizemos a visita guiada em português e logo no início o rapaz nos
chama a atenção para a escadaria central de mármore de Carrara branco, com
corrimãos de mármore português, coroados por um par de cabeças de leão
esculpidas na cor rosa.
O guia explica que o atual Colón foi inaugurado em 25 de março de
1908 e substituiu o teatro original, inaugurado em 1857.
O guia nos conduziu por todo o prédio contando as histórias do
lugar até que ouvimos uma música ao longe. Fomos em silêncio até uma mulher que
tocava violino e pudemos ter uma amostra do treino da moça, um espetáculo
particular.
Bonito interior do prédio |
Uma artista tocava ao fundo do corredor |
Finalmente fomos conhecer o saguão principal, com três níveis de
camarotes, onde fica o palco das grandes apresentações de ópera. Sentamos em um
dos camarotes superiores para ouvir as explicações do guia.
Teatro Colón |
Aline e eu |
O auditório em forma de ferradura tem capacidade para 2.487
espectadores, mais mil lugares em pé e um palco com 20 metros de largura, 15
metros de altura e 20 metros de profundidade.
Palco e acentos da plateia |
Descemos até o lugar dos acentos da plateia e pudemos caminhar por
todo o auditório. A acústica do Colón é incrível, sendo considerada uma das
cinco melhores entre todos os teatros no mundo.
Impressionante o teatro |
O guia nos mostra a cúpula central no teto e conta que ela foi
pintada pelo argentino Raúl Soldi e ostenta figuras de dançarinas, músicos e
cantores líricos.
Cúpula com figuras de Raúl Soldi |
Deixamos o teatro e seguimos caminhando em direção ao bairro
“Retiro” que tem esse nome porque era local de retiro dos monges no século
XVII.
Igreja de St Catalina de Sierra |
Caminhando para o Retiro |
Logo na chegada ao bairro nos deparamos com a bonita Plaza San
Martin, rodeada de prédios com forte influência da arquitetura francesa e
italiana. Na praça está um monumento que exibe uma estátua de mármore do
general.
Arquitetura ao redor da Praça San Martin |
José de San Martin e seu cavalo na praça |
A praça que é ladeada por dois impressionantes Ombús centenários e
muito bem usada pela população para passeios, piqueniques e romances. Achamos o
lugar muito agradável.
Diante da praça existe um grande memorial para lembrar os mortos
na Guerra das Malvinas de 1982. O Monumento
a Los Caídos em Malvinas é um memorial feito com 25 placas de mármore
preto, onde estão inscritos os nomes de 649 soldados argentinos que perderam a
vida no conflito e uma chama que arde sobre um mapa das ilhas do Atlântico Sul.
Neste dia em específico, era aniversário do conflito, perdido
pelos hermanos argentinos, e o local
estava cheio de gente que prestava homenagens aos mortos na guerra. Coroas de
flores eram deixadas diante das placas com os nomes e soldados de uma banda
militar se preparavam para uma apresentação em um palco improvisado diante do
memorial. Pudemos ver muitos veteranos de guerra, uniformizados, diante das
placas e pessoas emocionadas que derramavam suas lágrimas pelos parentes e
amigos mortos no conflito. Admito que foi difícil não se emocionar no local,
junto com as pessoas que lá estavam.
Curiosamente, diante do monumento dos mortos no conflito pelo
domínio das Ilhas Mavinas está a Torre dos Ingleses, que foi doada pela
comunidade inglesa para comemorar o centenário da revolução de maio de 1810 e
apresenta os escudos de armas britânicos e ingleses. A torre foi inaugurada
oficialmente em 1916 e teve seu nome alterado para Torre Monumental após o
conflito de 1982. Mas todos na cidade ainda a chamam de Torre de Los Ingleses.
Torre dos Ingleses |
Ficamos um tempo descansando no gramado da praça e admirando a
paisagem antes de voltar caminhando para a Avenida 9 de Julio.
Gramado da Plaza San Martin |
Plaza San Martin |
No Retiro está o maior centro de compras de Buenos Aires, mas
decidimos que voltaríamos no dia seguinte (nosso último), depois que fizéssemos
o tour ao zoológico de Luján. Atravessamos a Calle Florida apenas olhando as vitrines e só paramos para comer e
almoçamos em um fast food (Burguer King). Aproveitamos para uma
última troca de dinheiro na cidade e me assustei com a quantidade de gente que
oferece câmbio nas ruas, por um preço muuuito bom. Na verdade, as lojas que
oferecem o câmbio também tem bons preços e são tão clandestinas quanto nas
calçadas. Só nos bancos se troca no câmbio oficial, mas lá os preços são bem
ruins.
Seguimos caminhando pela Avenida 9 de Julio até o obelisco que tem
68 metros de altura e foi inaugurado em 1936 e é um importante ponto de
concentração de massas em Buenos Aires. A população utiliza este espaço diante
do Obelisco para comemorar as vitórias dos times de futebol argentinos e nós
não poderíamos deixar de marcar o local com uma foto bem brasileira...
Voltamos ao hotel para descansar e dormir um pouco. Depois, mais a
noite, nos arrumamos e seguimos para o Café Tortoni, onde assistiríamos a um
show de tango.
O Café Tortoni foi inaugurado em 1858 e sempre foi o ponto de
encontro de importantes poetas, escritores e artistas argentinos e, ainda, hoje
é um dos mais charmosos cafés de Buenos Aires.
Café Tortoni |
Fomos conduzidos ao porão, onde já se apresentou Carlos Gardel e
outros grandes nomes da música argentina.
As mesas são para quatro lugares e logo chega um casal de
brasileiros para dividir a mesa conosco. Eles estavam em grupo com outro casal
de brasileiros que se sentou em uma mesa ao lado e foi assim que conhecemos o
David, a Eliana, a Karine e o Luiz, todos cariocas como nós.
O show de tango no Tortoni dura 1h30min e no fim posso dizer que
gostei bastante, pois foi no melhor estilo “Bom, Bonito e Barato”.
Show de Tango no Tortoni |
O valor pago é somente para o show e não inclui alimentação.
Durante o espetáculo pedimos uma tábua de frios, além de churros com chocolate
quente: tudo muito gostoso.
Com nossos novos amigos David, Eliana, Karine e Luiz |
Depois do show ficamos conversando com nossos novos amigos e
saímos juntos para beber alguma coisa em um bar do outro lado da rua. Trocamos
contatos das redes sociais e marcamos de jantar na noite seguinte em Puerto
Madero, pois seria nossa última noite na Argentina. No fim da noite voltamos
para o hotel.
Gastos
para 2 pessoas em 30/03/2014:
-
Taxi da rodoviária para o centro: A$ 50,00
- Hotel
Chile: A$ 360,00- Almoço: A$ 94,00
- Lanche: A$ 85,00
- Água: A$ 12,00
- Jantar: A$ 260,00
- Ônibus
Turístico: A$ 390,00
- Museu
de La Bombonera: A$ 160,00- Reserva para Zoo de Lujan: U$ 50,00
- Almoço: A$ 194,00
- Museu dos claustros da igreja em Recoleta: A$ 16,00
- Jantar: A$ 140,00
Gastos
para 2 pessoas em 01/04/2014:
- Teatro
Colón: A$ 260,00
- Almoço
Burguer King: A$ 49,00- Lanche: A$ 85,00
- Água: A$ 12,00
- Jantar Tortoni: A$ 244,00
- Bar (bebida): A$ 24,00
Câmbio em Buenos Aires: U$ 1,00
em A$ 10,00
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