quarta-feira, 7 de junho de 2017

Diamantina /MG

O Arraial do Tijuco foi fundado em 1702, mas depois da descoberta dos diamantes no século XVIII a antiga vila cresceu e se transformou na atual cidade de Diamantina.


Depois de ostentar o título de maior produtor de diamantes do mundo a cidade cai em decadência com o fim do ciclo da pedra na região, mas preserva seu casario e arquitetura no centro histórico, eleito Patrimônio Cultural da Humanidade pela UNESCO em 1999.

Antiga Estação Ferroviária de Diamantina

Hoje a cidade atrai milhares de turistas com a Vesperata, onde são realizadas apresentações de músicas das bancadas de fachada do casario colonial, em dois sábados de cada mês entre abril e outubro. Não estivemos lá na época, mas as meninas do Blog Mineiras Viajantes deixaram um relato cheio de vídeos da Vesperata.


As sacadas históricas recebem músicos nas Vesperatas

Centro Histórico

As atrações no centro histórico estão no casario colonial e nas igrejas barrocas, separados por alguns restaurantes e poucas lojas para turistas. Não espere encontrar em Diamantina um ambiente parecido com os de Tiradentes e Ouro Preto, pois a cidade recebe bem menos turistas do que as demais...

Ruas do centro histórico

Casario histórico da cidade

Caminhando pelo centro se vê belas construções históricas, como o prédio da Prefeitura que foi a antiga Intendência dos Diamantes.

Prefeitura

Na Praça Barão do Guaicuí está o Mercado Municipal, antigo rancho dos tropeiros, erguido em 1835 e até hoje utilizado para festivais e eventos diversos. O mercado marca o ponto de início do Caminho dos Escravos que liga Diamantina ao Distrito de Mendanha, cruzando o Vale do Jequitinhonha e a Serra do Espinhaço.

Praça Barão do Guaicuí

Mercado Municipal e antigo rancho dos Tropeiros

Caminho dos Escravos da Estrada Real

A casa de Chica da Silva é outro ponto de visitação importante na história da cidade, pois o contratador de diamantes português João Fernandes de Oliveira se apaixonou pela escrava alforriada e lhe concedeu privilégios que somente os brancos poderosos da época gozavam. Apesar de nunca terem se casado oficialmente, o casal viveu neste lugar por 17 anos e tiveram 13 filhos juntos.

Casa de Chica da Silva

O prédio do Teatro Santa Izabel já foi quartel de polícia no século XIX e antiga cadeia pública até 1994 e agora, reformado, volta a ter a função cultural.

O Teatro Santa Izabel que já foi a antiga cadeia da cidade e hoje volta a sua função artística

Caminhando pelo centro histórico você encontrará várias boas opções para refeições, entre restaurantes, bares e cafeterias. Na Rua da Quitanda, próximo à Igreja Matriz, um largo se abre e fica repleto de mesas e cadeiras.

Diversos bares ocupam a Rua da Quitanda

Existem muitas boas opções de cafeterias pelas ruas do centro

Museus

Alguns museus interessantes estão pelo centro histórico e podem ser conhecidos em um dia de caminhada pela cidade.

Caminhando por Diamantina

Casa de Juscelino Kubitschek

O filho mais ilustre da cidade, Juscelino Kubitschek, nasceu aqui em 1902 e sua casa se transformou em um museu aberto ao público.

A Casa de Juscelino Kubitschek é um museu sobre a vida do político

A Casa Museu de Kubitschek conta a história familiar e política do ex-presidente do Brasil através de objetos e documentos históricos.

Objetos pessoais do ex-presidente

No porão foi montado o Bar do Nonô onde funcionam um restaurante e uma cafeteria sob o assoalho da casa.

No porão funciona o Bar do Nonô: uma receptiva cafeteria com ares históricos

Museu dos Diamantes

Apesar do nome o casarão no centro histórico abriga apenas uma sala dedicada as pedras preciosas que deram nome à cidade.

Museu dos Diamantes

A história do garimpo é contada em uma sala

A maior parte da coleção é dedicada a objetos históricos dos séculos XVIII e XIX, com destaque para obras de artes sacras e objetos curiosos de uso diário da época.

Arte sacra no museu

Objetos antigos são expostos como a mala com espaço para chapéus

Casa da Glória

Uma das construções mais conhecidas da cidade é a Casa da Glória e seu famoso passadiço, cartão postal de Diamantina.

O famoso Passadiço da Casa da Glória é o cartão postal de Diamantina

A construção é composta de dois sobrados, um de cada lado da rua, interligados por um passadiço suspenso. A Casa da Glória foi construída em 1780 e tem esse nome por conta da antiga proprietária.

Por dentro do Museu: O passadiço liga os dois casarões em lados opostos da rua


A casa serviu aos intendentes de diamantes antes de passar a ser administrada pelo bispado de Minas Gerais. Em 1867 foi entregue às Irmãs de São Vicente que instalaram ali um educandário e em 1878 as freiras construíram o passadiço para interligar a casa a um orfanato, do outro lado da rua.

No interior pode-se conhecer um pouco sobre a história do casarão

Em 1979 a Casa da Glória passa a ser administrada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), que mantém até os dias de hoje um museu em funcionamento no local.

Pátio interno da casa

Igrejas

As igrejas estão espalhadas pelas ruas da cidade e contam um pouco da história de Diamantina.



Catedral de Santo Antônio

Erguida entre 1930 e 1940 a atual Igreja Matriz está no mesmo lugar em que no século XVIII encontrava-se a Capela de Santo Antônio do Tijuco.

A Igreja Matriz de Santo Antônio se destaca no centro histórico

As torres das igrejas ficam iluminadas a noite

Igreja de Nossa Senhora do Carmo

A Igreja foi erguida entre 1760 e 1765 por João Fernandes de Oliveira que vivia com Chica da Silva e a curiosa posição da torre sineira nos fundos do templo é atribuída a ex-escrava no dito popular.

Fachada da Igreja do Carmo

A torre sineira encontra-se na pate de trás do templo

Igreja de Nossa Senhora do Rosário

O Largo do Rosário é formado pela Cruz da Gameleira, por um chafariz do século XVIII e pela igreja que dá nome à praça.

Largo do Rosário

O Chafariz do Rosário é uma das muitas fontes antigas de abastecimento de água de Diamantina

A igreja construída em 1731 é a mais antiga de Diamantina e foi erguida como uma capela simples até 1970, a partir de quando reformas e ampliações deixaram o templo com o tamanho e formas atuais.

Igreja do Rosário

A antiga cruz e a árvore diante da igreja estão ligadas a uma lenda, pois um homem teria dito que se sua alma se salvasse algo aconteceria com o cruzeiro, depois de sua morte uma gameleira cresceu junto a cruz de madeira elevando-a do solo e se misturando a ela. Hoje os restos do cruzeiro ainda estão em meio a árvore e uma nova cruz foi erguida mais à frente.

A frondosa Gameleira que cresceu no cruzeiro

Os restos da antiga cruz estão no tronco e galhos da lendária árvore

Igreja de Nossa Senhora do Amparo

Começou a ser construída em 1773 e é conhecida como Capela Imperial do Amparo por conta de um Brasão da República inserido em uma reforma logo após a Independência do Brasil.

Igreja do Amparo

Igreja do Senhor do Bonfim dos Militares

A construção foi financiada pelos militares e concluída em 1771 tem como atração a visita ao alto das torres sineiras.

Igreja de Nosso Senhor do Bonfim dos Militares

Igreja de Nossa Senhora das Mercês

Construída por um grupo de mulatos que abandonou a Irmandade do Rosário dos Homens Pretos, a igreja começou a ser erguida em 1778 e só ficou pronta no início do século XIX.

Igreja das Mercês

Igreja de São Francisco de Assis

A igreja foi fundada em 1762 e também tem a torre sineira aberta à visitação, tendo sido neste templo que a famosa Chica da Silva foi sepultada.

Foi nesta Igreja de São Francisco de Assis que Chica da Silva foi sepultada

Igreja de Nossa Senhora da Luz

Igreja onde JK foi batizado e serviu como coroinha, é conhecida por ter sido erguida por uma senhora portuguesa, em agradecimento por ter sobrevivido ao grande terremoto que atingiu Lisboa no ano de 1755.

A Igreja da Luz foi o local de batismo de JK

Basílica do Sagrado Coração de Jesus

Fora do centro da cidade, essa igreja não é histórica, mas destaca-se pelo estilo gótico e vitrais franceses.

Basílica gótica fora do centro histórico
Interior com bonitos vitrais

Atrativos Naturais

Mas Diamantina vai além do centro histórico, seu casario e igrejas, tendo muitas cachoeiras em seus arredores.

Diamantina é cercada pela natureza

Cachoeira da Toca

A cachoeira está a cerca de 5 Km de distância do centro de Diamantina e possui uma bonita queda de 15 metros de altura e um ótimo poço para banho.

Cachoeira da Toca

Para chegar siga a estrada na direção de Belo Horizonte até avistar a Concessionária da FIAT de um lado da via e um Posto BR do outro. Saia da estrada virando na concessionária e passando na frente da loja, seguindo pela rua ao lado. Siga pela rua de terra sempre virando a direita até uma porteira e uma ponte, lá pare o carro e desça a trilha junto ao rio. Na dúvida é só perguntar que todos ali conhecem.

A Cachoeira da Toca está nos arredores de Diamantina próxima a um bairro junto à estrada

Parque Estadual do Biribiri

Situado na Serra do Espinhaço nos arredores de Diamantina o lugar é uma ótima opção para quem busca cachoeiras tranquilas.

Para visitar o Biribiri é melhor estar de carro

Próximo a entrada do parque está a Cachoeira da Água Limpa que é muito frequentada pela população local por ser de fácil acesso caminhando. Poços e pequenas quedas no rio são as atrações deste ponto.

Cachoeira da Água Limpa perto da entrada do Parque do Biribiri

Na estrada de terra que cruza o parque está o Mirante da Cruzinha, com uma pequena trilha que permite subir a colina e admirar a paisagem do alto. O nome vem de um cruzeiro em que devotos colocam imagens de santos na encruzilhada de acesso à trilha.

Subida curta para o Mirante da Cruzinha

Mirante da Cruzinha

Mais um pouco à frente está o início da trilha para o Poço dos Estudantes, que na verdade conduz por um trecho de rio em que existem diversos poços bons para banho escondidos em meio a vegetação.

Poço dos Estudantes: Paredão de pedra represa a água cristalina formando um poço bem fundo

Seguindo na estrada uma bifurcação aponta o caminho para o Mirante do Guinda a 2,2 Km de distância, na estrada para o Distrito de Pinheiro.

Mirante do Guinda


São 7 Km em estrada de terra batida desde a portaria do parque até a Cachoeira do Sentinela, com estacionamento ao lado do rio.

Cachoeira do Sentinela

O lugar é ótimo para ir com a família, pois são várias quedas de água de até 5 metros de altura e poços interligados uns aos outros, todos rasos.

Ótimo lugar para curtir com a família e crianças pequenas

Mais 5 Km de estrada, atravessando uma ponte de madeira, chegamos até a Cachoeira dos Cristais, onde deve-se parar o carro e atravessar uma passarela sobre o rio, além de caminhar um pouco até o poço.



Uma queda d’água com um poço bem grande e um segundo poço logo abaixo do primeiro. O lugar é bem bonito e se pode nadar até a queda para uma ducha, mas tenha cuidado por que o poço é fundo!

Cachoeira dos Cristais

O final da estrada de terra é na Vila do Biribiri, erguida no ano de 1876 em função da Companhia Industrial de Estamparia, que hoje está desativada no local.

Vila do Biribiri


O povoado que serviu à indústria têxtil conta com um casario onde funcionam restaurantes e lojas, além de uma igreja. Cerca de 30 pessoas moram e trabalham na vila que é totalmente voltada ao turismo e um ótimo lugar para almoçar no Parque Estadual.

A Vila do Biribiri possui restaurantes para atender a quem quer passar o dia nas cachoeiras do lugar

Mirante do Cruzeiro

Subindo a Serra de Santo Antônio pelo bairro Rio Grande se chega a um mirante a apenas 5 Km de distância da cidade.

O cruzeiro no alto do morro de pedras

Morro do Cruzeiro com Diamantina abaixo

Do alto da serra se tem uma vista de 360º da região, incluindo a cidade de Diamantina à frente. Um cruzeiro luminoso marca o ponto mais alto que fica bem disputado enquanto o sol se põe.

O pôr do sol visto do alto do cruzeiro com as luzes da cidade se acendendo é um espetáculo


Dicas e Informações:

- Das cidades histórica mineiras, Diamantina é a que menos chama a atenção quanto ao centro histórico, que em apenas um dia você conhece bem;

- Alguns pontos de interesse podem ser longe um do outro, portanto, diferente das outras cidades históricas, em Diamantina vale utilizar o carro para se deslocar;

- No Biribiri fique atento aos seus pertences, principalmente na Cachoeira da Água Limpa, muito frequentada pelos moradores locais e não muito segura por conta do movimento intenso;

- No Biribiri a Cachoeira da Sentinela é ideal para crianças, enquanto a dos Cristais pode ser perigosa.



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