quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Cañón del Colca


8º Dia no Peru (dia 8 do mochilão)

Acordamos as 2h30min da madrugada, com muito pouco tempo de descanso. Havíamos marcado com o guia as 3h no hostel para o início do tour para o Cañón Del Colca.

Com mais de 100 Km de extensão e possuindo profundidades maiores que 3500 metros, o canyon formado ao redor do Rio Colca é um dos mais fundos do mundo. Existem diversas maneiras de explorar o canyon e pode-se conseguir passeios de 1 a 4 dias pelo lugar. Os pacotes com mais dias incluem caminhadas pelas montanhas, pedaladas, rafiting no rio Colca, escaladas e outras atividades. Mas a atração que faz do canyon mundialmente famoso está em um mirante de onde se pode observar o voo dos Condores.

Para a observação dos condores existem duas opções de pacote: de um e de dois dias. Pesquisamos em várias agências em Arequipa e percebemos que não há diferença nos roteiros entre os pacotes, independente do número de dias, ou seja, o trajeto e os pontos visitados são os mesmos em um ou em dois dias de Tour. A diferença está nos horários de saída e nas paradas no percurso de ida ao canyon. Em um dia teríamos que sair as 3h da madrugada e viaja-se sem paradas até o mirante, com exceção do desjejum e em dois dias a partida é as 9h da manhã com paradas nos mirantes de montanha durante o percurso e apenas no segundo dia de manhã chega-se ao mirante, com pernoite em um alojamento. O percurso de volta é o mesmo nos dois casos.

Por questões de logística com o tempo que tínhamos para a viagem decidimos otimizar o passeio e fazer em um único dia. As 3h da madrugada estávamos, Aline e eu, sentados na recepção do hostel em Arequipa aguardando o pessoal da Escandinavia Travel & Adventure (Portal San Agustin, 121 – Plaza de Armas) para o início do passeio.

Eram mais de 3h30min quando eles finalmente passaram para nos buscar. Não voltaríamos ao hostel, portanto levamos as mochilas na van que não estava totalmente cheia. Seguimos na direção das montanhas e nos acomodamos de forma a dormir durante o percurso que é bem cansativo, pois são três horas até a primeira parada para o desjejum.


Montanhas ao redor de Arequipa

Acordei diversas vezes com as curvas na estrada que sobe a cordilheira. O nascer do sol visto da janela da van foi bem bonito e o motorista/guia explica que no passeio de dois dias para-se ao longo do dia para observar a paisagem e os mirantes de montanha.

 
Paisagem pela janela

Cruzando o topo da cordilheira pode-se ver o resultado das nevascas noturnas quando a temperatura é bem baixa. A estrada está completamente cercada de neve e o motorista é obrigado a reduzir a velocidade para evitar acidentes com o piso escorregadio.

 
A neve ao alcance dos olhos em meio a Cordilheira dos Andes

Próximo as 7h da manhã chegamos na cidadezinha de Chivay, onde paramos em um restaurante tipo “Self Service” para o desayuno. Depois de horas na estrada, e sem dormir direito, a parada serviu bem para ir ao banheiro e poder esticar um pouco as pernas. Ainda teríamos mais uma hora de estrada até o nosso destino final.

 
Rua de Chivay com a cordilheira ao fundo

É necessário pagar uma taxa para entrar no Vale do Alto Colca. Essa taxa varia de acordo com a nacionalidade do visitante e para latino-americanos o valor é de vinte nuevos soles por pessoa.

 
Entrada do Vale da Alto Colca

Eram pouco mais de 8h da manhã quando finalmente chegamos ao Mirador de La Cruz del Cóndor que estava totalmente tomado pelas nuvens.

 
Cruz del Condor entre nuvens

O guia explica que deve-se chegar cedo, pois os condores deixam suas tocas em meio as pedras para sobrevoar o canyon atrás de alimentos sobre o sol da manhã e que não tem como saber se o tempo irá abrir e permitir a vista dos bichanos.

 
Cañon del Colca

Depois de um dia inteiro em Arequipa com as nuvens tampando os vulcões eu fiquei bem preocupado quando olhei a paisagem cinza em meio a neblina da manhã.

O guia nos deixa e vai buscar um grupo de pessoas que havia feito o passeio de dois dias e iria se juntar a nós nesta manhã. Ficamos no mirante diante da famosa Cruz que dá o nome ao lugar tentando ver alguma coisa entre as nuvens, mas infelizmente o dia parecia que não nos traria sorte.


Aline na Cruz del Condor entre nuvens

Admito que eu estava bem tenso achando que não veria nenhum condor e que todo o passeio teria sido em vão quando uma pequena brecha nas nuvens revelou dois condores pousados nas pedras a nossa frente. A brecha foi rápida e logo o tempo fechou novamente, mas ficou uma esperança de ver as grandes aves voando.

 
Condores nas pedras

Eram mais de 9h da manhã quando o guia retornou com a van e os passageiros que estavam realizando o passeio em dois dias. As nuvens começavam a se dissipar neste momento e revelava mais condores sobre as rochas nas encostas da montanha.

 
Condor macho e condor fêmea

O guia explica que um Condor pode chegar a mais de 3 metros de envergadura com as asas abertas, pesando até 14 Kg. O Condor Andino é a maior ave voadora do mundo e pode voar até 300 Km de distância em um dia.

 
Ave de 3 metros de envergadura

As nuvens se dissipam de vez por volta das 10h da manhã e podemos ver todo o paredão do Vale do Rio Colca a nossa frente. O lugar é lindíssimo, fazendo com que nos sentíssemos pequeninos diante da grandiosidade da natureza no Canyon.

 
Canyon com mais de 2 Km de profundidade


Lindo o Vale do Rio Colca

Para nossa alegria e das dezenas de turistas que estavam lá com máquinas fotográficas em punho, os Condores se lançam sobre o vale como se quisessem se mostrar para todos.

 
Os primeiros condores em voo
 
Diversos condores surgiram



Condores ainda um pouco distantes

Condores se aproximando

Fiquei abismado com o tamanho das aves e a beleza do voo. Em alguns momentos eles sobrevoavam nossas cabeças passando bem próximos sem se importar com a presença humana no local.

 
O condor muito maior que o turista que tira uma foto
 

Condor diante de nós


 

O voo


 

Detalhe da ave gigante




Depois de mais de uma hora de espetáculo as aves andinas começam a se recolher entre as rochas pelo vale e somem de nossa vista.

 
Mais condores
 
Esse passou bem perto de nós


Cenas lindas no vale


O último condor que vimos



Aproveitamos o sol para algumas fotos no mirante antes de voltar para a estrada.

 
Cruz del Condor
 
Mirante no Canyon do Colca


O vale do rio Colca


As paisagens sempre compensam


Aline


Marco do mirante da Cruz


O Condor é o astro no Vale



Voltamos para a van e seguimos na estrada de terra em meio a montanha até os arredores do vilarejo de Pinchollo, onde paramos em um mirante de onde se pode ver os terraços agrícolas no vale com o Rio Colca ao fundo.

 
Rio Colca abaixo
 
Terraços agrícolas


Mirante de Pinchollo



Nossa próxima parada foi no vilarejo de Maca, um pequeno povoado que conta com uma linda igreja dedicada a Santa Ana de Maca.

 
Povoado de Maca

A igreja é linda por dentro, com o altar trabalhado em madeira e pinturas que se misturam as crenças andinas em meio as imagens dos santos católicos.

 
Igreja de Santa Ana de Maca
 
Altar da Igreja



Na praça diante da igreja estava a maior atração de Maca. Moradores locais exibiam uma águia andina e uma lhama para quem quisesse umas fotos.

 
Águia andina
 
Águia e Lhama na praça


Filhote de lhama



A águia andina é linda e muito simpática. Bem treinada ela subia nos ombros e braços dos turistas para fotos. O senhor que cuidava do animal não cobrava nada pelas fotos, pedindo apenas uma propina que variava de acordo com a generosidade do turista.

 
Águia andina super mansa
 
Sensação única de tocar a águia



Aline se apaixonou pela águia andina e ficou um bom tempo admirando o animal.

 
Aline e a simpática águia
 
Aline se apaixonou pela águia



No local existe um pequeno mercado artesanal, mas ficamos mais interessados nos animais e aproveitamos para umas fotos com a lhama também.

Fazendo pose para foto

A conversa tava boa

De volta a estrada nos dirigimos ao povoado de Yanque. Algumas nuvens negras começavam a nos cercar. Não paramos em Yanque e fizemos um tipo de city tour pela janela da van, por onde o guia nos mostrou a praça e a Iglesia Inmaculada Concepción.

 
Arco de entrada de Yanque
 
Igreja da Imaculada Conceição em Yanque



Nossa próxima parada seria nos arredores de Yanque, em um lugar conhecido como La Calera, um conjunto de piscinas de águas naturais do Rio Colca.

 
Rio Colca em Yanque
 
La Calera



A van nos deixa diante de uma ponte de madeira e cordas sobre o Rio Colca. Cruzamos o rio em direção ao complexo onde ficam as piscinas.

 
Acesso a La Calera sobre o Rio Colca

O lugar conta com uma pequena estrutura de vestiário para se trocar de roupas e diversas piscinas de águas termais à beira do Rio Colca. Deve-se pagar quinze nuevos soles por pessoa e aqueles que não entraram ficaram na van.

 
Nuvens negras se aproximavam

Cada piscina tem temperatura mais quente que a outra e o banho é bem agradável, mesmo com o vento frio e as nuvens negras que voltavam a nos cercar.

 
Piscinas termais na margem do Rio Colca

O tempo de parada para banho foi de 1h e no fim a chuva chegou nos fazendo correr pela ponte de madeira para retornar até a van.

Banho em águas quentes enquanto a chuva não vem

Nos acomodamos na van e seguimos para Chivay, nossa última parada, onde iríamos almoçar no mesmo restaurante em que tomamos o desayuno de manhã cedo.

 
Chivay

O almoço no restaurante Los Portales foi do tipo self service e estava bem agradável com uma boa variedade de comidas, misturando as típicas andinas e também as tradicionais com carnes e batatas, além do já tradicional refrigerante servido à temperatura ambiente direto da prateleira.

 
Restaurante Los Portales de Chivay

A chuva deu uma trégua e aproveitei para um rápido passeio pela praça principal diante da Igreja de Nossa Senhora da Assunção.

 
Igreja de Nossa Senhora da Assunção em Chivay

Depois do almoço estava terminado o tour e voltamos para a estrada com sentido a cidade de Arequipa. No caminho pudemos ver grupos de vicunhas em meio a paisagem andina.

 
Paisagem rural na estrada

A viagem é longa e cansativa, tanto quanto na ida, e a noite caiu enquanto ainda estávamos na estrada.

 
Mais tempo na estrada do que nas paradas

O motorista/guia nos deixou de volta na iluminada Praça de Armas de Arequipa as 19h30min. Aproveitamos para admirar a praça pela última vez e comemos um lanche nos arredores.

 
Catedral de Arequipa

Tomamos um taxi para o terminal terrestre (rodoviária), onde compramos passagem com a “Moquegua Turismo” para as 22h30min com destino a cidade de Tacna, nossa última parada no Peru.

 
Esperando o taxi na Praça de Armas de Arequipa com a bagagem para 30 dias nas costas
 
Mochilando em Arequipa



Apesar de acordar as 2h30min da madrugada e passar o dia quase todo sentado em uma van, posso dizer que o passeio ao Canyon Del Colca foi um dos grandes passeios de toda a viagem. Estar tão próximo aos condores com quase 3 metros de tamanho e poder interagir com a águia andina de Maca foi uma experiência indescritível. No fim o banho nas piscinas termais naturais lavou nossa má impressão do dia anterior em Arequipa quando não conseguimos aproveitar todas as atrações da cidade.


Compramos alguns biscoitos e doces na rodoviária para enfrentar a noite, já que não sabíamos se teríamos um desjejum no dia seguinte, pagamos a taxa de embarque e nos acomodamos no ônibus semi-leito para mais uma noite viajando.


Gastos para 2 pessoas em 14/03/2014:

- Entrada Canyon Del Colca: S./ 40,00
- Entrada Águas Termais: S./ 30,00
- Fotos em Maca: S./ 7,00
- Água: S./ 3,00
- Jantar: S./ 15,90
- Taxi para rodoviária: S./ 7,00
- Lanche: S./ 4,50
- Passagem para Tacna (Moquegua Turismo): S./ 80,00
- Taxa de embarque: S./ 5,00

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