Para
fugir das altas temperaturas de fim do ano no Rio de Janeiro, Aline e eu resolvemos subir em direção as montanhas
para esperar o ano novo chegar. Pela primeira vez deixaríamos o mar para
passar o réveillon longe do calor.
Encontramos nos mapas o vilarejo de Monte
Verde, um município de Camanducaia cravado nas montanhas entre SP e MG e partimos
no dia 29 de dezembro. Saindo do Rio de Janeiro são aproximadamente 480km (6h30min de
viagem). Seguindo pela BR-116 (Via Dutra) até Lorena e daí para Pouso Alegre
seguindo a estrada que passa por Itajubá (BR-459) subindo a serra até a Rodovia
Fernão Dias (BR-381), sentido São Paulo, seguindo até entrar em Camanducaia. Depois
são mais 29 km de subidas até Monte Verde. A estrada não é muito boa apesar de
ter recebido asfalto há pouco tempo.
Ficamos hospedados na pousada “A Casinha
Pequenina” (Rua da Represa, 168) e para nossa decepção não era nada parecida
com o que havíamos visto nas fotos da internet. O lugar estava em obras (não
sei como está hoje) e a fachada parecia de uma casa mal assombrada saída de
filmes de terror trash hollywoodianos.
O quarto e banheiro tinham chão de cimento e a cama ficava cravada entre 3
paredes, com uma pequena antessala. Odiamos o lugar só de olhar por fora, mas
com a cidade toda lotada para as festas de fim de ano, só nos restou driblar as
pilhas de areia e brita da obra e ficar no lugar mesmo.
Tirando esse pequeno detalhe da hospedagem Monte
Verde é uma cidadezinha bem aconchegante, com temperaturas amenas que não
passavam de 25ºC durante o dia e 15ºC a noite em pleno verão. Na avenida
principal está o centro comercial com lojas de artesanato, restaurantes,
chocolaterias, etc. A decoração de Natal dava um ar especial ao vilarejo.
O lugar respira o trekking, por todos os
lados vemos pessoas com seus tênis e roupas próprias para trilhas e caminhadas.
Apesar do cansaço da viagem aproveitamos a tarde ensolarada para conhecer a
trilha do Pinheiro Velho, um caminho em meio a mata que liga a Av Monte Verde
(centro) a rua do aeroporto, no ponto mais alto da cidade. O caminho é bem
sinalizado e curto, passando por uma pequena fonte de água na mata e pelo
“Pinheiro Velho” – uma araucária de aproximadamente 350 anos de idade – e
chegando ao aeroporto na parte alta da cidade.
Aline na fonte |
O próprio "Pinheiro Velho" |
O aeroporto de Monte Verde sustenta o
título de “mais alto do Brasil”, sendo na verdade uma pista de terra batida e
um hangar de onde partem voos panorâmicos pagos. A fila para o
voo estava grande e não encaramos o passeio.
Aeroporto mais alto do Brasil |
Hangar do aeroporto |
Aline na pista de terra do aeroporto |
Museu da MPB |
Acervo do museu |
A noite caiu enquanto olhávamos as lojas e
chocolaterias. A cidade se iluminava e a decoração natalina ganhava um charme
especial. O frio nos expulsou da rua e paramos para comer uma pizza. Depois era
voltar para a pousada e dormir.
Anoitecer em Monte Verde |
Presépio de luz |
Noite em Monte Verde |
Loja de artesanato local (o cão é de verdade... rs) |
No dia seguinte acordamos cedo e seguimos
para as montanhas da região. Em todos os casos é possível ir de carro até a
base da montanha onde se inicia a trilha, sendo elas de fácil visualização, não
necessitando de guias para vencê-las.
Trilhas de Monte Verde |
Aline na trilha |
Em apenas 30 min de caminhada com uma
trilha bem definida e escadas para ajudar nos trechos mais difíceis, chega-se a
Pedra Redonda (alt: 1.990 m), de onde se tem uma ótima vista da cidade e para toda
a região.
Escadas na trilha para Pedra Redonda |
Mirante na trilha |
Pedra Redonda |
A mesma trilha leva também para a Pedra
Partida (alt: 2.050 m), no entanto, esta é uma trilha um pouco mais puxada fisicamente,
sendo percorrida em aproximadamente 1h30min, e com trechos de mata um pouco
mais fechada que faz com que tenha que se abaixar para vencer alguns bambus e
galhos. Depois de passar pela “pedra partida” que da nome a trilha, siga mais
alguns minutos até o cume, de onde se tem uma vista panorâmica de toda monte
Verde, da A.P.A. Fernão Dias e das montanhas da região.
Trilha para Pedra Partida |
Parte mais fácil na trilha |
Pedra Partida |
Vista do topo da Pedra Partida |
Depois de descer das montanhas era hora de
tomar um banho na pousada e ir conhecer a cidade. Fizemos uma parada para uma
oração na Igreja de São Francisco de Assis antes de seguir para o centro.
Igreja de São Francisco |
Presépio montado na igreja |
Capela da Santíssima Eucaristia |
É um ótimo passeio caminhar pelas ruas
limpas de Monte Verde e conhecer suas lojas de artesanato e circuito de
compras. A cidade tem uma pista de patinação no gelo, que parece ser bem legal, mas nós não fomos. Mas vale dar uma olhada no Blog Viajantes da Baixada Santista, pois eles estiveram lá e contaram como foi a experiência.
Aline em meio as lojas de artesanato |
Conhecendo Monte Verde |
Esperando um chocolate quente (vício total! rs) |
A noite com temperaturas mais baixas pedia
uma boa refeição no estilo “queijos e vinhos”, então fomos comer um founde de queijo que é servido em vários
restaurantes na região.
No ultimo dia do ano fomos para nossa
ultima trilha do ano. Seguimos o caminho que leva ao Platô (alt: 1.990 m) de
onde se avista o Vale do Paraíba e onde se encontra a divisa MG/SP.
Início da trilha para o Platô |
Subindo para o Platô |
Aline descansando na trilha |
Chegando no Platô |
Platô |
De lá
partem duas trilhas. A primeira nos leva até o Chapéu do Bispo (alt: 2.030 m).
A segunda nos leva até o Pico do Selado, ponto mais alto da região com 2.083 m,
de onde se pode avistar todo o Vale e algumas das cidades paulistas, além da
Pedra do Baú em Campos do Jordão. A trilha é um pouco mais longa que as demais,
no entanto, é mais leve também, e pode ser feita em 1h30min a partir do Platô
(2h de caminhada desde a base).
Placa quebrada indicando o Pico do Selado |
Subindo para o Selado |
Aline no topo do Selado |
Eu no Pico do Selado |
A cidade e a pista do aeroporto vistas de cima |
No Pico do Selado apreciando a vista |
Na descida uma boa pedida é almoçar no Restaurante
e Café do Platô, que fica no início da trilha. O clima é bem acolhedor e o
ambiente tranquilo é convidativo para apreciar a boa comida caseira mineira.
O charmoso Café Platô |
Esperando o almoço |
Depois de um descanso nos preparamos para a
noite de réveillon. Uma parada para um chocolate quente ajudou a enfrentar o
frio da noite (14ºC em pleno verão). Estamos acostumados com muito calor na
virada do ano, então não levamos roupa de frio para essa noite...
Acompanhar a queima de fogos do réveillon
na pista do aeroporto foi sensacional. A prefeitura organiza uma ótima queima
de fogos na cabeceira da pista e a vista de 360º de toda a cidade permitiu-nos
ver a festa das pousadas também. O lugar fica bem cheio e o alto astral dos que
lá estavam deu o tom da virada do ano.
Esperando a meia noite na pista do aeroporto |
Réveillon em Monte Verde |
O primeiro dia do ano era só para a viagem de volta,
mas não resistimos a ansiedade de fazer a primeira trilha do ano e uma parada
nas corredeiras do rio Itapuá a 3Km de distância do portal de entrada da cidade
nos levou a trilha que fica dentro de um hotel com o mesmo nome do rio. Uma
caminhada de 1h (ida e volta) junto ao rio Itapuá com direito a cachoeiras nas
corredeiras e uma visita ao Lago Perdido (o hotel cobra R$ 2,00 por pessoa pela
visita).
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