A
região serrana do Rio de Janeiro guarda ótimas trilhas e travessias e a que
liga o Pico do Cobiçado ao Morro do Ventania é uma das mais conhecidas na
região de Petrópolis.
A Travessia Cobiçado x Ventania tem paisagens lindas |
A
Travessia é uma das mais bonitas da região, sendo percorrida em um único dia.
Com 12 Km de extensão a trilha segue pela linha de cumeada que divide
Petrópolis e Magé, passando por cinco cumes: Cobiçado, Vândalos, Pedra do
Diabo, Tridente e Ventania.
A travessia cruza as montanhas na divisa entre Petrópolis e Magé na região serrana do Rio de Janeiro |
Como Chegar
A
trilha se inicia próximo a Igreja de Nossa Senhora da Penha na localidade
conhecida como Três Pedras e se você for de carro dá para pegar um ônibus do
ponto final de chegada para este ponto ou até voltar caminhando se ainda tiver
disposição...
Indo
da rodoviária de Petrópolis basta pegar o ônibus para Caxambu - Santa Izabel e
descer na igrejinha de Três Pedras (pede para o motorista).
Tanto
o início como no final da trilha estão próximos (10 minutos andando) de pontos
de ônibus, no final você chega no fim da rua onde tem um largo com um bar e ali
mesmo pega o ônibus que te leva para a rodoviária de Petrópolis ou de volta ao
início na igrejinha.
A Travessia
Saindo
da Igrejinha de Três Pedras o caminho começa em uma rua de pedras, mas logo se
torna uma rua de terra (uns 15 minutos de caminhada) que vai estreitando até a
interseção com a trilha (nesse ponto a sinalização não é muito boa).
Início da travessia em caminho de pedras |
O
inicio pode ser um pouco confuso (na dúvida pergunte a algum morador), mas
depois fica mais bem sinalizado, mantenha a esquerda e logo verá o caminho com
as setas laranjas que ajudam na subida.
Entrando na trilha de terra com o Cobiçado ao fundo |
Setas laranjas ajudam a achar o caminho |
Em
alguns pontos da travessia se pode avistar a formação rochosa conhecida como
Castelos do Açu, que faz parte da Travessia Petrópolis x Teresópolis.
Os Castelos do Açu vistos de longe |
Vale
aproveitar e reparar a flora da região, pois a Serra dos Órgãos é rica em
biodiversidade e o PARNASO abriga uma área bem preservada da Mata Atlântica.
A fauna de toda a região é rica em flores |
Pico do Cobiçado
A
subida para o Cobiçado é bem pesada, pois a trilha tem uma inclinação muito
acentuada. As paisagens compensam e cada parada para recuperar o fôlego e beber
uma água é recompensada com belas fotos do vale e das montanhas.
Subindo o Cobiçado: início da travessia |
Detalhe do mapa na placa |
O
grande desnível faz com que demore-se a percorrer os cerca de 1,5 Km da subida,
já que o desnível chega aos 400 m, então subimos em 1h45m aproximadamente. A
trilha até o Cobiçado é quase toda aberta e o sol forte é um desafio a mais.
O Cobiçado com o trecho final da trilha bem marcado na paisagem |
Apesar
do sol no cume o vento frio é constante e mesmo no calor do dia tivemos que
colocar os casacos ou corta-ventos.
Do
alto do Cobiçado se tem uma vista incrível do vale abaixo e da cidade de
Petrópolis. Junto a uma grande pedra está o Livro de Cume (sim, lá tem um livro
para assinar J
!!!).
Aline assinando o livro de cume no alto do Cobiçado |
Hora
de descansar, comer alguma coisa e beber muita água, sempre tentando se abrigar
do vento gelado que parece atravessar os ossos...
Muito vento e muito frio no alto do Cobiçado |
Para
continuar o caminho cruzamos toda a crista do Cobiçado até a continuidade da
trilha no lado oposto, que segue descendo em direção a subida do próximo morro
da travessia: Pico dos Vândalos
Do cume se vê bem a cidade de Petrópolis |
Pico dos Vândalos
O
caminho atravessa uma região de mata fechada e demoramos aproximadamente 1h
para descer do primeiro pico e subir este segundo.
Trilha entre Cobiçado e Vândalos |
O
Pico dos Vândalos, que é o ponto mais alto da travessia, com 1742 metros de
altitude em relação ao nível do mar e dele se pode contemplar todos os morros
por onde se passa.
O Cobiçado ao fundo visto do alto do Pico dos Vândalos, o mais alto da travessia |
No
alto do Vândalos está uma placa do Projeto Caminhos da Serra do Mar, que possui
uma caderneta onde se pode ganhar carimbos sempre que se comprove ter feito a
trilha. Basta tirar uma foto junto da placa e depois apresentar na sede do
PARNASO.
As travessias da Serra do Mar possuem esta placa para a foto que prova o percurso realizado |
Do
alto do Morro dos Vândalos se tem uma vista espetacular da região e da Baía da
Guanabara com a Cidade Maravilhosa ao fundo. É possível ver o Pão de Açúcar, o
Corcovado, a Pedra da Gávea e todo o Maciço da Tijuca, mas tudo bem longe...
A Baía da Guanabara aos nossos pés |
Fizemos
a maior parada do dia ali e aproveitamos para almoçar (um lanche mais elaborado
na verdade rs) diante daquela vista linda.
Para
a continuação da trilha segue-se cruzando o pico andando pela crista em um
caminho bem bonito com a Pedra do Diabo ao fundo.
Nosso grupo reunido cruzando o Pico dos Vândalos |
Pedra do Diabo
O
terceiro cume da travessia não é uma subida obrigatória e muitos trilheiros
apenas margeiam a pedra na trilha seguindo direto o caminho.
A trilha desce ainda aberta e depois entra na mata para a subida em direção a Pedra do Diabo |
Pedra do Diabo a frente vista da descida do Vândalos |
Independente
de subir ou não deve-se seguir a trilha que passa junto a base da pedra. Tenha
cuidado nesse trecho, pois é necessário uma pequena descida de uma pedra de
poucos metros (muito poucos mesmo), onde muitos usam uma corda, mas é bem
tranquilo de fazer sem (acho que a corda é só apoio moral mesmo... não
precisamos de uma).
Trecho margeando a pedra |
Nós
subimos a Pedra do diabo para ver a paisagem lá de cima (soa só 10 minutos de
subida e já estávamos na trilha mesmo... hehehe). Do alto dos 1734 metros de
altitude da pedra se tem uma boa visão da região de Magé.
O grupo no cume da pedra |
A cidade de Magé vista da pedra |
Morro do Tridente
A
trilha passa pelo Morro do Tridente e nesse ponto ela mistura vegetação
rasteira e mata mais fechada. Uma subida abrupta leva ao cume do Morro do
Tridente que tem 1700 metros de altitude.
O
Morro do Tridente tem a vegetação bem fechada, mas no alto uma clareira permite
ver o vale do caxambu e parte do percurso para o ventania mais abaixo no
caminho.
Morro do Tridente |
A
descida do Tridente em direção ao ventania é o trecho mais chato de toda a
travessia, pois é íngreme e escorregadio, fazendo com que tivéssemos que apoiar
as mãos no chão e descer agachados em muitos pontos.
Fizemos em um ritmo bem tranquilo parando para descansar várias vezes |
Cuidado
para não errar o caminho na descida, pois uma bifurcação leva à trilha que
conduz para a Pedra do Inferno em Magé (não faz parte da travessia).
Caminhando pela linha de cumeada do relevo |
Saindo
da mata fechada a trilha segue com uma bela paisagem que tem o Pico Grande de
Magé à direita, o Alcobaça à esquerda e os Castelos do Açú ao fundo.
O Pico Grande de Magé visto da trilha |
Morro do Ventania
Finalmente
chegamos ao último morro do dia e também o marco do final da travessia. Uma
placa mostra o caminho da descida, já que existe outro caminho a partir dali
(travessia de Caxambu para Santo Aleixo. Cuidado para não errar).
O
topo do ventania é na verdade um grande platô por onde cruzam as linhas de alta
tensão que seguem entre a serra e o mar e apesar do nome não senti nenhum vento
ali.
Tiramos
as fotos da paisagem e logo seguimos o caminho de descida em direção a Caxambu,
seguindo por debaixo das torres com as linhas de energia.
Trilha por baixo da rede elétrica |
A
descida é um tanto monótona, um caminho com baixo declive cruzando pastos e
charcos por quase 1h. Em alguns pontos tivemos que desviar da trilha por causa
dos bois que insistiam em não sair do descanso para nos deixar passar...
No meio do caminho tinha um touro, tinha um touro no meio do caminho |
No
fim do caminho um riacho pode servir para um banho relaxante em um dia quente,
mas prepare-se para as águas geladas.
Riacho no fim da trilha |
A
trilha termina em meio as plantações de flores e fazendas que vão se
transformando em ruas e casas do bairro do Caxambu Pequeno. Uma vez na rua é só
seguir caminhando por uns 15 minutos até o bar na praça onde se pode brindar o
fim da travessia.
Plantações de flores finalizam as lindas paisagens |
Dicas e Informações:
- A
travessia toda durou cerca de 7h;
- A
trilha tem nível de dificuldade considerado “Pesado”, principalmente pela
subida do Cobiçado, se não está acostumado com trilhas é melhor se preparar
antes;
-
Toda a travessia, desde o Cobiçado até o Ventania é relativamente bem
sinalizada, mas tome cuidado, pois existem casos de trilheiros que se perderam
e passaram a noite na mata. Aconselhamos fortemente ir com um guia;
-
Leve bastante água, pois não há ponto de abastecimento na trilha, um casaco
corta-vento e chapéu ou boné, além de lanche de trilha.
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