Tiradentes
reserva algumas surpresas para quem está disposto a sair do pacote básico da
cidade histórica e virar sua atenção para a Serra de São José atrás das ruas e
casas.
Alto da Serra de São José em Minas Gerais |
Trilha
do Carteiro
A
trilha mais conhecida da região é a chamada “Trilha do Carteiro” que é
oferecida pelas agências de eco turismo da cidade, mas que pode ser feita sem
guia, já que está bem sinalizada.
A Calçada dos Escravos está na Trilha do Carteiro |
Para
se chegar na trilha, saindo do Largo das Forras ou da Rodoviária, siga pela Rua
Nicolau Panzera, passando diante da colina onde está a Igreja de São Francisco
de Paula, seguindo até a bifurcação com a Rua Padroeiro santo Antônio. Neste
ponto tome o caminho da direita e siga em frente sempre! O início da trilha
fica no bairro Cascalho.
Início da Trilha do Carteiro |
Logo
no início da trilha um rio com águas avermelhadas guarda pequenas piscinas
naturais, mas deixe para tomar um banho na volta ;-)
A
trilha é bem demarcada e de nível de dificuldade fácil, mas o início já guarda
uma subida que leva até um pequeno mirante na mata de onde se pode ver a cidade
de Tiradentes ficando pequena mais abaixo.
Tiradentes vista da encosta da Serra de São José durante a Trilha do Carteiro |
A
caminhada varia sobre pedra e terra e o percurso facilmente visível e
delimitado desaparece junto a uma cerca de arame farpado. Estávamos entrando em
uma área de fazenda, mas nada difícil... caminhamos pelo pasto e logo entramos
na mata mais a frente. Estávamos alcançando os 1000 metros de altitude em
relação ao nível do mar.
A
trilha tem um desnível de menos de 300 metros entre seu início e fim e depois
de caminhar aproximadamente 1 Km encontramos a Calçada dos Escravos. O trecho
ainda coberto de pedras em meio a mata foi construído pelos escravos no século
XVIII para abrir o caminho entre Tiradentes (na época Vila de São José) até as
cidades a norte da montanha, de forma a ajudar a escoar o ouro da região e
facilitar o transporte de alimentos.
Calçada dos Escravos |
Subindo
pelo caminho dos escravos se chega ao topo da serra de São José de onde se pode
ver os dois lados com a cidade de Tiradentes bem abaixo.
A
vista do topo da serra é linda e ficamos ali um tempo admirando a paisagem. O
percurso todo durou cerca de 1h30min em um ritmo bom de caminhada.
A linda paisagem do topo da Serra de São José |
Mas
chegar até o topo é só a primeira parte do passeio, já que nosso objetivo final
era encontrar as piscinas naturais no topo.
Para
se chegar até lá cruze o alto da serra indo do lado de onde subiu e de onde se
avista a cidade até o lado oposto. Procure uma trilha a direita depois que
chegar diante da paisagem do lado oposto da serra.
Caminho no topo da Serra |
Esse
é o caminho que leva ao túmulo do carteiro e é o lugar que dá o nome a trilha.
O caminho recebeu esse nome depois que um informante da inconfidência mineira
que levava uma correspondência para o outro lado da serra foi morto em uma
emboscada armada pelas tropas da Coroa Portuguesa no meio do caminho.
A Cruz do Carteiro |
O
corpo foi enterrado na margem da estrada de terra e uma cruz foi colocada no
local para marcar o túmulo do carteiro. Reza a lenda que todos que passem por
este caminho e avistem o cruzeiro depositem uma pedra para aliviar a alma do
defunto. Fiz minha parte ;-)
Apoiando o costume de colocar uma pedra sobre o túmulo do carteiro |
Após
encontrar a Cruz do carteiro siga mais a frente por alguns metros e vai avistar
finalmente as pequenas piscinas naturais com água avermelhada na cor de
ferrugem.
Piscinas naturais são nascentes de águas no topo da Serra |
Tomar
banho nestas águas frias de nascentes naturais na montanha depois de tanto
caminhar é relaxante. É o fim do caminho, depois é hora de voltar e descer...
Banho no topo da montanha |
Trilha
do Mangue
Além
da trilha do Carteiro outros caminhos levam a verdadeiros paraísos na Serra
atrás da cidade. Aconselho a Trilha do Mangue, que liga Tiradentes até o
balneário de Águas Santas do outro lado da serra.
A
trilha começa no final da Rua Frei Veloso, no Bairro do Pacu, passando por detrás
da Igreja da santíssima Trindade, e seguindo em direção a Cachoeira do Bom
Despacho.
A
trilha margeia a Serra de São José e conduz a um vale entre a serra e o Morro
de Santa Luzia, não estando bem sinalizada...
Trilha do Mangue |
Com
aproximadamente uma hora de caminhada se chega a cachoeira do Mangue que é
bonita e tem um bom poço para banho.
Cachoeira do Mangue |
Bom poço para banho na Cachoeira |
Uma
dica é subir pela trilha ao lado do poço, pois você irá encontrar outro poço na
parte superior em meio a uma paisagem bucólica (me apaixonei pela paisagem e
calma do lugar).
Paisagem em cima da cachoeira |
Travessia
Tiradentes x Águas Santas
As
agência da cidade vendem pacotes de travessia até o balneário de águas santas,
do outro lado da Serra de São José e não sei o percurso que fazem, vale a pena
verificar, pois da última vez que estive por lá vi que subiam a trilha da serra
de São José dobrando a esquerda lá em cima ao invés de dobrar em direção a cruz
do carteiro e descendo pelo vale da cachoeira do mangue em um caminho que chega
a ser percorrido em 5h e passa por cachoeiras.
Paisagem da Travessia |
Quando
estivemos por lá fizemos a trilha do mangue e depois seguimos na direção de
Águas Santas ao invés de voltar pelo mesmo caminho, passando por um antigo muro
de pedras que fazia parte da estrada dos escravos perto de onde o caminho desce
da Serra (para quem faz o percurso subindo pela trilha do carteiro).
Antigo muro que teve sua construção por mãos escravas |
Achei
o caminho bem tranquilo, a não ser pela jararaca que estava descansando no meio
da trilha e fez com que tivéssemos que nos atirar no mato para passar pelo
trecho...
Surpresa no caminho: Jararaca!!! |
Depois
de pouco menos de 1h de caminhada, depois que deixamos a cachoeira, já é
possível avistar o balneário de Águas Santas mais abaixo.
Águas Santas ao fundo da paisagem |
Por
fim encontramos um calçamento de pedras que demarca a antiga estrada de
comércio percorrida pelos escravos e que conduz ao fim da trilha em Águas Santas.
Calçada de pedra construída na época da escravatura |
Para
quem quer relaxar mais o balneário possui piscinas com águas termais, mas me
decepcionei, pois achava que eram piscinas naturais e na verdade são piscinas
de um clube, mas tirando o visual as águas térmicas não são aquecidas
artificialmente. Pode-se pagar para entrar no clube, mas não entramos e nem
perguntei o valor...
Dicas:
-
Não é necessário guia para percorrer a Trilha do Carteiro, mas você perderá um
tempinho até achar o caminho no too da Serra de São José, depois de cruzar a
calçada dos Escravos;
-
Também não é necessário guia para a trilha da Cachoeira do Mangue. A trilha é
fácil e pode ser percorrida por iniciantes em problemas;
-
Para a travessia vale procurar uma agência, pois eles fazem o translado na
volta e o caminho pela trilha do mangue não atravessa a Serra de São José,
apenas margeando-a (foi o que fizemos).
Bom saber que existe essa opção! Quem sabe para a prox vez que eu estiver em Tiradentes...
ResponderExcluirTiradentes tem a vantagem de misturar história e natureza. A cachoeira do Mangue é ótima para um banho em um dia quente de verão... se voltar lá vale muito conhecer sim Kenia ;-)
Excluirfiz com a "uai Trip" a travessia achei super valido exatamente pela quantidade de cobras que existem no local
ResponderExcluirLegal Liliane, fica a indicação de uma boa agência para quem está interessado! Obrigado ;-)
ExcluirTiago, por favor, quantas horas de caminhada a Trilha do Carteiro?
ResponderExcluirOlá Rosa, desculpe a demora em responder dessa vez... A questão do tempo de caminhada varia muito em função do ritmo de cada um, nós fizemos em 1h30m mas pode-se demorar mais ou menos, considerando que há trechos mais íngremes que exigem um pouco do caminhante
ExcluirBom dia queremos ir na cachoeira do Mangue. Sem guia. É fácil mesmo?
ResponderExcluirBom dia, tem tempo que fomos pela última vez, era bem tranquila, mas se não tem costume vale ir com um guia, até pela questão de segurança, pois encontramos uma cobra no caminho, então evite de ir sozinho. Mas a trilha era um caminho único sem bifurcações quando fomos e não vimos a necessidade de um guia para mostrar o trajeto. Espero que tenha ajudado ;-)
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