A bucólica vila de pescadores de Galinhos, no Rio Grande do Norte |
Galinhos
fica a aproximadamente 160 Km de Natal e ainda é pouco conhecida pelos
turistas, que preferem transitar pelos litorais norte e sul da capital. Para se
chegar a partir de Natal é só seguir a BR-406, sentido Ceará-Mirim. Pelo
caminho passará por João da Câmara e a entrada fica logo depois de Jandaíra,
onde irá pegar a RN-402.
Na
RN-402 é só seguir em frente até o final da estrada e não se assuste quando a
estrada ficar mais deserta e cercada de lagoas de sal.
A
estrada termina no estacionamento público diante da balsa que faz a travessia
para Galinhos.
Fim da estrada na entrada do estacionamento |
Estacionamento municipal |
Píer no estacionamento, visto da balsa |
A
vila não fica em uma ilha, mas é como se fosse, já que não há estradas que
levem até ela. Erguida em uma península de areia entre o rio e o Oceano
Atlântico a única maneira de se chegar sem o barco é com um veículo 4x4
cruzando as dunas e areias das praias.
Não
vá esperando encontrar uma infraestrutura voltada ao turismo, a beleza de
Galinhos está na simplicidade. Não há carros ou motos e o transporte local é
feito em “jegue-taxi”, mas caminhando se conhece rapidamente todo o vilarejo.
A
rua principal e poucas adjacentes são de calçamento de pedras, as demais são
forradas de areia mesmo, apesar de achar que todas elas devem ser de
paralelepípedos, mas as areias das dunas móveis ocupam seu lugar entre as casas
cobrindo as ruas.
O
silêncio toma conta das ruas com os moradores sentados em cadeiras nas portas
de suas casas conversando com os vizinhos. Na praça central, diante da Igreja,
uma televisão pública (oi?!) reúne os moradores para assistir o telejornal da
noite e as novelas. Admito que nunca havia visto isso antes...
A
cidade tem sua margem do lado do rio e sua margem oceânica e se pode cruzar de
uma ponta a outra em pouco tempo.
As
opções de hospedagem e gastronomia em Galinhos são proporcionais ao tamanho do
lugar e devem existir apenas meia dúzia de hotéis e pousadas. Faça uma pesquisa
entre todas as opções e escolha a que mais se adapta ao seu estilo e grana.
Optamos
pela Pousada da Dalva que tem um bom tamanho, mas carece de um melhor
aproveitamento da estrutura. Apesar de super simples ela coube exatamente no
nosso orçamento mochileiro e me agradou bastante.
Escondida
na rua de trás, junto à praia, a pousada conta com uma varanda de frente para o
mar e acesso direto do nosso quarto para a areia, sendo simples e de bom
atendimento.
Pousada da Dalva diante do mar |
O
melhor a se fazer é descansar na praia, mas existem dois tipos de passeios
pelos arredores: Buggy ou barco. Como já havíamos feito passeio de buggy nas
dunas em Natal, optamos pelo barco e recomendo!
Os
barqueiros são pescadores que trabalham em escala para a travessia até o
estacionamento e também levam turistas para conhecer o Rio Aratuá e seu
entorno. Para fazer o passeio é só pedir na pousada que vão indicar um barco.
Barco só para nós dois |
Lindas paisagens |
No
passeio se navega pelo rio e pode-se observar os manguezais nas margens, com
caranguejos e aves diversas, entre elas a garça azul, típica da região e que eu
nunca havia visto antes.
Vegetação típica de mangue |
Manguezal |
Nosso
guia pelo Aratuá nos conta a origem do nome do lugar que, segundo ele, vem do
peixe-galo pescado nestas águas. Na região próxima ao encontro do rio com o mar
eram pescados os peixes pequenos, chamados de galinhos pelos pescadores. Na
praia de Galos eram pescados os peixes-galo grandes e por isso diziam que iam
pescar nos galinhos ou nos galos grandes, assim batizando as vilas de Galinhos
e Galos.
A
extração de sal é um mercado muito forte em toda região e próximo ao vilarejo
está uma estação de carregamento do produto. O barco contorna a montanha de
sal, que parece neve, enquanto o simpático guia se esforça para explicar um
pouco da história da indústria na região.
Montanha de sal |
Parece neve, mas é sal |
O
ponto alto do passeio é a parada nas Dunas do Capim, a aproximadamente 6,5 Km
de distância da vila, onde foi erguido um parque eólico.
O
barco ancora no rio e paramos por uma hora (ou mais, já que éramos só nós dois
e não estávamos presos a horário) para descansar e relaxar em um tipo de praia
particular.
Guardo
com carinho esse dia na memória, pois foi muito bom relaxar nas águas quentes e
salobras do delta do Aratuá, junto as dunas de areias brancas e finas dignas de
cenas de filmes e novelas.
Relaxando nas águas quentes do Rio Aratuá |
Paraíso "particular" |
Na
volta uma parada obrigatória na vila de Galos, que fica a 3 Km de Galinhos.
Galos está ainda mais isolada no meio da areia e a parada é para almoçar no
Restaurante da Irene (acho que o único do lugar), que fica bem diante do píer
de desembarque na praia.
Praia de Galos |
Píer de desembarque em Galos diante do Restaurante |
De
volta a Galinhos encerramos o passeio de barco e descobrimos que não há muito
mais o que se fazer na vila a não ser descansar ou voltar para praia. Aline
optou pela primeira e eu pela segunda escolha. Enquanto ela dormia o sono dos
justos no quarto eu aproveitava mais uns mergulhos no mar diante da pousada.
A
noite nada muda e o lugar continua calmo e sem badalação. Na verdade os
restaurantes e hotéis são a mesma coisa por lá e cada pousada abre sua área
gastronômica para os visitantes, não havendo opções fora das pousadas.
Percorremos
alguns e paramos para comer na Pousada “Made In Aqui” onde servem uma ótima
pizza no terraço. Uma dica do lugar é a sobremesa “Baba de Camelo” que eu nunca
havia ouvido falar e nos apaixonamos (não deixe de pedir).
Pizza na "Made In Aqui" |
Baba de Camelo: sobremesa de doce de leite |
No
segundo dia, antes de ir embora, aproveitamos um pouco a Praia de Galinhos. No
fim da praia, na ponta da península, está o Farol e para se chegar até lá
pode-se caminhar muito ou alugar uma carroça. Depois era só arrumas as mochilas
e pegar o barco de volta ao estacionamento público (e grátis) onde o carro ficou
nos aguardando.