Passamos
quatro dias na capital sergipana e aproveitamos para conhecer um pouco o menor
Estado do Brasil. No fim de ano sempre buscamos destinos em que se possa
conhecer e curtir em poucos dias e Aracaju caiu como uma luva no feriado de
Réveillon de 2015 para 2016.
Aracaju vista pela janela do avião |
Chegamos
cedo e passamos o primeiro dia na cidade caminhando pela Orla do Atalaia e pelo
Centro Histórico, no segundo dia rumamos para a Orla Pôr do Sol de onde
seguimos para conhecer a Croa do Goré e no terceiro dia saímos da cidade rumo
ao interior do Sergipe para um passeio de barco pelo Rio São Francisco. No
último dia ficamos na praia, pois só teríamos o período da manhã, já que nosso
voo de volta era no início da tarde. Nosso roteiro final ficou assim:
-
Dia 1: Aracaju (dia todo);
-
Dia 2: Croa do Goré;
-
Dia 3: Cânions do Xingó;
-
Dia 4: Aracaju (metade do dia).
Orla do Atalaia
Saindo
do hotel chegamos na Praia do Atalaia que é muito bem cuidada com ciclovia,
pistas de skate, restaurantes e o melhor: A praia maravilhosa com águas mansas,
quentes e limpas.
Os famosos arcos na Praia do Atalaia |
Uma
curiosidade é o tamanho da faixa de areia que se estende por muitos metros até
o mar, com passarelas de madeira que ajudam a ultrapassar a vegetação típica
sem destruí-la (ótimo exemplo de preservação ambiental).
Passarela ajuda a preservar a vegetação natural |
Imensa faixa de areia na Orla do Atalaia |
A maioria
das atrações de Aracaju se divide entre a Orla do Atalaia e o centro da cidade.
Bem perto dos Arcos do Atalaia está a famosa Passarela do Caranguejo.
Eu
admito que esperava uma passarela mesmo, mas esse é o nome do trecho da orla
onde estão muitos dos restaurantes especializados em frutos do mar e comidas
típicas nordestinas.
O caranguejo marca a região dos restaurantes especializados na orla |
Na
direção oposta estão os lagos com pedalinhos, pipoqueiros e vendedores de
algodão-doce. No entardecer e início da noite o lugar fica lotado de famílias,
principalmente nos fins de semana e feriados.
Lagos junto a orla |
Área de descanso junto aos lagos |
Logo
a frente está o Monumento dos Formadores da Nacionalidade que homenageia
diversas figuras brasileiras históricas.
Monumento dos Formadores da Nacionalidade |
Na
Orla do Atalaia está também o Oceanário de Aracaju, administrado pelo Projeto
Tamar.
Oceanário de Aracaju: Projeto Tamar |
A
estrutura do Oceanário tem a forma de uma tartaruga quando vista de cima (tirei
uma foto da foto existente lá rs) e abriga mais de 80 espécies em seus aquários,
incluindo alguns resgatados de situações tristes causadas pelo homem....
Oceanário visto de cima: Foto da foto ;-) |
Acima
de tudo o lugar é um centro de educação ambiental e um bom passeio para
crianças. É possível acompanhar a alimentação dos animais e assistir a vídeos
educativos sobre a preservação ambiental.
Aquários e tanques do Oceanário |
Educação ambiental |
Ainda
caminhando pela orla chegamos ao Centro de Arte e Cultura J. Inácio com um
espaço em que se vende todo tipo de artesanato local.
Centro de Arte e Cultura |
Centro de artesanato |
Diante
deste espaço está a Feira do Turista que vende roupas, artesanatos, rendas
nordestinas, tapiocas e tudo o mais que se possa imaginar até altas horas da
noite.
Feira do Turista |
Caminhamos
até o Farol da Coroa do Meio, junto da Praia dos Artistas, onde o Rio Sergipe
deságua no mar no final da Orla Atalaia.
Farol da Coroa do Meio |
Esta
é considerada umas das praias mais traiçoeiras do país, já que o arraste das
areias, causado pelas águas do Rio Sergipe, faz com que a profundidade alcance
quase seis metros em apenas três passos para dentro do mar.
Nós na Praia dos Artistas |
Centro Histórico
Depois
de uma manhã de caminhada na orla e banho de mar, seguimos para o centro da
cidade, nas margens do Rio Sergipe, na parte da tarde.
Centro da cidade margeando o Rio Sergipe |
Paramos
no Museu da Gente Sergipana que é considerado um dos melhores da cidade com
exposições interativas e modernas. Mas, infelizmente, estava fechado no
feriadão de Réveillon...
Museu da Gente Sergipana |
Caminhamos
pela avenida que margeia o Rio Sergipe até a Ponte do Imperador, que na verdade
é um ancoradouro, construído para receber Dom Pedro II em uma visita na cidade
no ano de 1860.
Ponte do Imperador construída para receber D. Pedro II em 1860 |
Originalmente
de madeira, sofreu reformas e hoje é em alvenaria. Na década de 1920 era
utilizado para desembarque dos hidroaviões que chegavam e partiam do Rio
Sergipe. Do lugar se tem a visão completa da Ponte João Alves na Orla
Industrial de Aracaju que leva as praias do litoral norte.
Ponte do Imperador: Ancoradouro no Rio Sergipe |
Diante
da Ponte do Imperador estão as Praças Fausto Cardoso e Olímpio Campos as maiores
da cidade, que estão interligadas bem no centro de Aracaju.
Nas
praças estão importantes construções, como o Palácio Fausto Cardoso, sede do
Poder Legislativo, e o Palácio Olímpio Campos, que já foi sede do Governo
Estadual e onde hoje funciona um museu.
Palácio Fausto Cardoso |
Palácio Olímpio Campos |
Na
praça está a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição, que foi erguida em
1862 e se transformou na Catedral Metropolitana de Aracaju em 1910.
Catedral Metropolitana de Aracaju |
Na
lateral da praça está o Centro de Turismo e Comercialização Artesanal que leva
a Rua do Turista, uma passarela de lojas diversas.
Centro de Turismo |
Comércio no Centro do Turismo |
Rua do Turista |
Caminhamos
pelo centro até Os Mercados Centrais, isso por que são dois lado a lado em
Aracaju e reúnem um pouco da arte e costumes sergipanos.
Mercado Central |
O
Mercado mais antigo vende frutas, peixes, castanhas e abastece a cidade e sua
população, enquanto o mais novo é bem voltado ao turista com artes e doces típicos
da região.
Réveillon
Era
o último dia do ano, portanto voltamos para a Praia do Atalaia onde ficamos
curtindo o mar até o sol se pôr.
Fim do último dia do ano na Praia do Atalaia |
Mas
nossa viagem não era para festas de fim de ano, que costumam ser caras, então
passamos no mercadinho e compramos nossa “ceia” com pacotes de biscoitos,
salgados e uma garrafa para celebrar a virada do ano.
O
Réveillon em Aracaju acontece na Orla do Atalaia com um palco montado na
Passarela do Caranguejo, que na despedida de 2015 contou com um show de
abertura de um cover de Raul Seixas! Nós dois e mais umas 10 pessoas curtimos
muito o show rs. As outras atrações eu nem lembro quais eram e não fiquei para
ver e enquanto a multidão chegava, nós íamos embora depois do “Raulzito”...
Poucas pessoas foram prestigiar o "Raul" |
Show no Réveillon de Aracaju |
Depois
de um banho e uma ceia de ano novo comprada na esquina, seguimos para a Praia
do Atalaia onde tinha uma queima de fogos na virada do ano. Me surpreendeu
positivamente e foi um bom espetáculo de fogos.
Croa do Goré e Ilha dos Namorados
Partimos
para um dos melhores passeios a partir da capital sergipana em um catamarã que
sai da Orla do Pôr do Sol navegando pelo Rio Vaza Barris.
Paisagem da Orla Pôr do Sol |
Aline no catamarã na Orla Pôr do Sol |
A
embarcação navega pelas águas do rio até um banco de areia formado no meio do
Vaza Barris onde existe uma pequena estrutura de barracas e cadeiras, além de
um barco restaurante.
Croa do Goré |
Com
a maré alta as águas do mar entram pelo rio e cobrem o banco de areia criando
um paraíso onde a água cobre todo o lugar com o nível bem baixo.
A maré alta entrando pelo rio cobre o banco de areia formando esse paraíso |
As
fotos falam por si só, não vou ficar tentando descrever esse lugar maravilhoso.
A parada por lá é rápida, pois em menos de 1h a maré vazante recua e as águas
deixam de cobrir o banco de areia.
Com o recuo da maré a vazante do rio expõe novamente a areia e o passeio acaba |
Pouco
mais de meia hora de navegação nos leva até a foz do Vaza Barris em seu
encontro com o Oceano Atlântico, onde o acúmulo de areia forma uma grande ilha.
Ilha dos Namorados |
O
lugar é chamado de Ilha dos Namorados por conta de uma história de um casal que
sobreviveu a um naufrágio nessa ilha. Não existe estrutura e tudo é montado
apenas para o proveito de quem vem no passeio, com tendas e um pequeno bar.
Descansar é preciso |
É
possível caminhar até o outro lado da ilha, onde está o mar, passando por
lagoas formadas na maré alta no centro da ilha.
O encontro do Rio Vaza Barris com o mar |
Cânions do Xingó
O
Rio São Francisco faz a divisa entre Sergipe e Alagoas e apesar do pouco tempo
que tínhamos decidimos ir conhecer os famosos cânions do “velho Chico” em um
tour que durou o dia todo e começou cruzando o sertão de Sergipe.
O sertão sergipano |
O
percurso entre Aracaju e Canindé de São Francisco dura pouco mais de 3h e no
caminho passamos pela cidade de Poço Redondo que é conhecida por ter sido o
lugar onde morreu o cangaceiro Virgulino Ferreira, o Lampião.
Poço Redondo foi a cidade onde Lampião morreu |
O
passeio se inicia próximo da barragem da Hidroelétrica de Xingó, que foi
construída entre 1987 e 1994, formando o lago na região.
Hidroelétrica de Xingó |
Apesar
de divulgado como passeio pelos Cânions do São Francisco o barco apenas navega
sobre o lago e em nenhum momento vimos um único cânion se quer do catamarã...
Passeio pelo Rio São Francisco |
Eu
esperava por paisagens lindas e grandes paredões de pedra e foi bem
decepcionante o simples passeio pelas águas do rio. Não me entendam mal, pois
curto conhecer lugares novos e sei apreciar a beleza de um passeio por um dos
mais importantes rios do país, mas diante da expectativa criada achamos o
passeio bem fraquinho.
Paisagem |
Para
piorar era feriado de ano novo e o lugar estava super lotado. Antes de embarcar
existe uma estrutura com restaurante, mas as filas eram quilométricas e o pior,
a comida acabou e ficamos com fome. No barco não foi diferente, pois eles
deveriam ter um cardápio que permitisse o visitante usufruir do bar na
embarcação, mas acho que não repuseram nada entre os passeios e o nosso ficou
sem nada para vender logo no início. E digo nada mesmo! Nem água tinha!!!!
A parede de pedra mais alta que vimos: Bem longe de um Cânion |
Com
fome e com sede durante todo o percurso minha má impressão do passeio só
piorou, pois navega-se por quase uma hora sem uma grande paisagem até chegar no
único ponto de parada: Um cercadinho em um trecho de rio com uma rede para
tomar banho.
O lugar estava super lotado no feriado |
Me
senti um peixe no aquário dentro daquele cercadinho lotado de gente e ainda
descobri que nem no Rio São Francisco estávamos e sim em um afluente chamado
Riacho Seco em território alagoano.
Não foi relaxante... |
Nem
tudo foi ruim, pois neste lugar é possível um passeio de barco a remo por
dentro de um cânion e mesmo em poucos metros é possível sentir a paz em meio ao
silêncio no lugar. No fim uma imagem de São Francisco para ter o que mostrar ao
turista, apesar de estarmos no Riacho Seco, mas gostei desse pequeno passeio.
Cânion lindo e tranquilo no Riacho Seco |
Imagem de São Francisco |
Depois
voltamos para a barulhenta piscina de redes onde um bar com altos preços nos
salvou da fome e sede, antes de voltar para quase uma hora de navegação no
catamarã e mais 3h de viagem de volta a Aracaju em uma van.
Aline e eu conseguimos um lugar na lotada piscina |
Já
ouvi muita gente falando bem desse passeio, mas tenho certeza que para nós não
valeu a pena. Saiu caro (pois pagamos uma empresa para fazer tudo em um dia ao
invés de ir por nossa conta) e com certeza decepcionante perante a expectativa
criada.
Dicas:
-
Normalmente procuramos hospedagens em hostels e pousadas com preços baixos, mas
no feriado de ano novo foi muito difícil encontrar onde ficar. Conseguimos um
quarto no Hotel Rekinte que tem uma boa estrutura, com um ótimo café da manhã e
fica a duas quadras da Praia do Atalaia. Gostamos de lá e mesmo no feriado da
virada do ano pagamos um preço justo, o que é muito difícil;
- Um
dia inteiro foi o suficiente para conhecer grande parte da cidade e ainda
descansar na praia, apenas não fomos no mirante da Igreja de Santo Antônio e
nas praias da Ilha de Santa Luzia, pois optamos em ficar na praia na nossa
última metade de dia por lá;
- A
noite o movimento maior é na Passarela do Caranguejo, com muitos restaurantes
apresentando música ao vivo;
- O
Restaurante Cariri é um dos mais famosos e badalados, mas não gostamos muito.
Música alta e muito barulho nem permitia conversar na mesa durante o almoço,
sem falar que é um programa bem “turistão”;
- A
Croa do Goré é realmente maravilhosa, até em feriadão, imagino fora de época.
Vale o passeio;
-
Como eu relatei não curtimos muito o passeio pelos Cânios do Xingó e acho que
quem já conheceu os Cânios de Capitólio vai se decepcionar muito em Sergipe. Em
feriadões garanto que não compensa nem pensar em ir. Fora isso, achamos apenas
um passeio simples sem nada de mais e com certeza existem muitas outras belezas
no Rio São Francisco que merecem atenção.