Com
um carro alugado fomos conhecer o norte do Rio Grande do Norte, conhecendo as
praias da região, passando por Touros e indo até a pequena cidade de São Miguel
do Gostoso.
Infelizmente
esse dia em especial o tempo estava bem nublado e até umas poucas gotas de
chuva caíram sobre nós. Não mergulhamos em nenhum das praias e passamos o dia
apenas conhecendo a região. Saindo de Natal nossa primeira parada foi
Maracajaú.
Maracajaú
Pouco
mais de 50 Km separam a Natal de Maracajaú e para se chegar lá é só seguir a
BR-101 para o norte até ver a placa da saída para o lugar. Da rodovia federal
até a praia são 6 Km.
Um
dos destinos mais badalados do Rio Grande do Norte, a pequena Maracajaú é um distrito
da cidade de Maxaranguape e ficou famosa pela região de corais, chamada de
Parrachos de Maracajaú, uma Reserva Ecológica Marinha onde os turistas
mergulham.
Esperávamos
conseguir fazer o mergulho, mesmo com o tempo ruim, mas logo nos decepcionamos,
pois a maré estava alta. Aqui deixo uma dica para quem quer mergulhar na
região: Verifique a maré com antecedência, pois as operadoras não fazem o
passeio todos os dias. A verdade é que com o tempo ruim a visibilidade também
não estaria boa e o passeio ficaria abaixo da expectativa, então não fazer
acaba nem sendo tão ruim, mas na hora não pesamos nisso e fiquei bem chateado
por não conseguir.
Para
quem se hospedar na região e quiser um programa família, pode aproveitar o Mano
Park, um parque aquático junto a praia que fica bem próximo ao centro de
Maracajaú. Chegamos cedo na cidade e como não iríamos fazer o mergulho
resolvemos conhecer o parque.
Manoa Park |
Tobogã no parque aquático |
O lugar parece ser muito bom, principalmente para
quem estiver com crianças, fizemos uma visita para conhecer a estrutura antes
do lugar abrir, mas com o tempo ruim não ficamos para curtir as piscinas e
apenas tiramos umas poucas fotos e voltamos no sentido da BR-101.
Ótima estrutura no parque aquático |
Para quem está com crianças é imperdível |
Touros
Seguindo
pela BR-101, Touros está a 85 Km de Natal e a 40 Km da entrada para Maracajaú. A
estrada não margeia as praias e a única maneira de conhecê-las é entrando em
cada cidade e vila e voltando para estrada novamente. No caminho se passa pelas
entradas das praias de Pititinga, Zumbi, Rio do Fogo e Carnaubinha.
Touros
foi uma das portas de entrada do Brasil colonial, pois em 1501 os portugueses
desembarcaram na região. Um dos comandantes dessa expedição fixou um marco de
posse colonial na praia de Touros. Hoje esse marco encontra-se na Fortaleza dos
Reis Magos em Natal, enquanto uma réplica está, na agora chamada, Praia do
Marco.
Na
praça principal está a Igreja de Bom Jesus dos Navegantes. Na fachada estão
expostas em uma das torres as pedras originais da época da construção da
igreja, em 1800, que foram descobertas durante uma restauração. Em seu interior
estão a imagem do padroeiro e o barco utilizado nas procissões marítimas
religiosas.
Igreja de Bom Jesus dos Navegantes |
Pedras originais de 1800 |
O barco para procissão marítima de Bom Jesus |
Ainda
na praça estão alguns canhões coloniais que foram deixados na Praia do Marco no
ano de 1638 para proteger a costa dos navios holandeses.
Canhões Coloniais de Touros |
Canhões deixados para proteção da costa |
Touros
é uma típica cidade do interior de vida simples e é possível ver a devoção
religiosa do povo ao Bom Jesus dos Navegantes em diversos pontos. Um rio corta
a cidade já quase diante do mar e ao cruzar a ponte chega-se na praia.
A
orla na região de Touros tem diversas praias lindas de águas quentes, mas o
tempo ruim e nublado não era um convite a um mergulho. Nas areias da Praia de
Touros mulheres limpavam os peixes trazidos do mar pelos pescadores.
Praia de Touros |
Pescadores chegam na praia e as mulheres limpam os peixes ali mesmo |
Onde o Vento faz a Curva: O Calcanhar
do Brasil
Nesta
região está o Marco Zero da BR-101. Para se chegar nele é só seguir a estrada
até o final! Óbvio né? Pois é simples assim... rs
Saindo
de Touros percorre-se os 4,5 Km que ligam a cidade à BR-101 e depois é só
seguir por mais 6 Km até o fim da rodovia. A estrada possui algum movimento até
a entrada da RN-221 que vai para São Miguel do Gostoso, mas os últimos 2 Km que
ligam a entrada da estrada estadual até o Marco Zero, nós percorremos sozinhos.
Marco Zero da BR-101 no Rio Grande do Norte |
A
região do marco zero tem outra curiosidade: É o ponto onde a costa brasileira
deixa de seguir na direção Sul-Norte e passa para a direção Leste-Oeste e por
isso o lugar é conhecido como “Calcanhar do Brasil”.
Ponto onde o "Vento faz a curva" |
Neste
ponto está o maior farol da costa brasileira e segundo maior do mundo em
operação (com 62 metros de altura e 298 degraus internos) e que foi batizado em
homenagem ao lugar em que se encontra: Farol do Calcanhar.
Farol do Calcanhar |
O
Farol do Calcanhar está em área militar e a visita guiada ao seu interior é
realizada somente aos domingos (entre 14h e 17h), mas não era o caso, então só
pudemos ver de longe.
Um pouco mais de praia
Nosso
último destino do dia foi São Miguel do Gostoso e para se chegar lá deve-se
entrar na RN-221 um pouco antes do Marco Zero da BR-101 e percorrer 17 Km até a
cidade. No caminho muitos coqueiros junto a estrada e diversas praias em
vilarejos pequenos.
Paramos
em algumas praias e destaco a Praia de São José e a Praia de Monte Alegre, essa
segunda já na entrada da cidade.
São José na RN-221 |
São Miguel do Gostoso
São
Miguel do Gostoso é uma pequena vila de pescadores, que apesar de contar com
aproximadamente 10.000 habitantes nos dias de hoje, ainda está sendo descoberta
pelos turistas.
No
centro está a Igreja de São Miguel Arcanjo, construída por um comerciante no
início do século XIX em agradecimento por uma graça alcançada e que deu nome a
cidade. O curioso nome atual com a palavra “Gostoso” acrescentada a São Miguel
se deu por conta de um homem que ali vivia e que era um grande contador de
histórias divertidas. Diziam que o homem ria gostoso com elas e por isso passou
a ser chamado de “seu Gostoso”, e ficou tão popular que muita gente passou a se
referir ao lugar como a vila de “São Miguel de Seu Gostoso”, o nome pegou...
Talvez
pela proximidade com o calcanhar do Brasil a vila parece estar onde o vento faz
a curva. Os fortes ventos que sopram nas praias, principalmente na Praia de
Santo Cristo, fez São Miguel entrar no circuito de kite e windsurf.
Diversas
praias se dividem em uma única orla com nomes diferentes e para percorrer a
região deixe o carro e vá caminhando mesmo. Curta o sossego e a paz e conheça
as praias cruzando pela faixa de areia.
No
centro a Praia da Xêpa, com sua larga faixa de areia, é um convite a prática de
Lual nas noites da vila. A praia é central e está paralela a rua principal.
A Praia da Xêpa é a mais central da cidade |
Larga faixa de areia da Xêpa |
Concluo
afirmando que São Miguel é um lugar para descansar, bem diferente de Pipa ou de
ouros destinos simples que cresceram, a cidade continua com o clima de vila
pequena, portanto, esqueça a badalação, pois o lugar é calmo de dia e a noite.
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