Capitólio /MG

O lago formado pela Barragem Hidroelétrica de Furnas em Minas Gerais está atraindo milhares de turistas e viajantes por conta de suas belezas naturais, bem pertinho da Serra da Canastra.

O lago formou cânions de grande beleza

A região ficou conhecida como “Mar de Minas” e a cidade de Capitólio ganhou a fama como sede de tudo, apesar da barragem estar entre as cidades de São José da Barra e São João Batista do Glória.

Passamos um fim de semana por lá e com dois dias é possível conhecer os principais atrativos, pois além do lago a região oferece cachoeiras, trilhas e muita natureza.

Cachoeira desaguando nas águas do lago formado pela barragem

Lago de Furnas

Uma das maiores atrações da região é navegar nas águas do lago de Furnas em uma lancha, chalana ou escuna.

Passeio de lancha

O lago se formou com a construção da hidroelétrica em 1963 e hoje atrai praticantes de esportes náuticos e turistas que querem curtir as belezas do lugar.

Lago formado pela barragem de Furnas

No passeio de barco é possível admirar bem de perto os cânions alagados e mergulhar em suas águas. A paisagem em meio aos paredões de pedras é linda.

Paramos em três pontos com a lancha, sendo o primeiro mergulho no Vale dos Tucanos (apesar de não ver nenhum tucano por lá).

Vale dos Tucanos: primeiro ponto de parada para mergulho no passeio de lancha

Em cada cânion uma surpresa como uma cascatinha escondida entre os rochedos ou grandes cachoeiras desaguando no lago onde se pode mergulhar na segunda parada do barco.

Banho de cachoeira dentro do lago

Segunda parada para banho

A terceira e última parada é na Cachoeira do Lago Azul, em um rio que cruza a propriedade de uma pousada de mesmo nome com a queda d’água no lago de Furnas.

Lago Azul e a cachoeira

Neste lugar tem um restaurante flutuante (preços altos!) e um bom ponto para banho no lago e na cachoeira.

Bar flutuante

É possível pagar uma taxa e subir as pedras até outra queda d’água no mesmo rio um pouco acima, mas não fizemos isso, seria pagar para tomar banho na mesma cachoeira, só que alguns metros acima apenas...

Cachoeira do Lago Azul: Terceira e última parada para banho no passeio de lancha

A duração do passeio fica em torno de 2h30min e o preço varia, dependendo do tipo de embarcação que se escolhe, dê uma pesquisada antes de ir...

Trilha do Sol

A Trilha do Sol está na área de uma pousada (de mesmo nome) e oferece três cachoeiras além de uma boa caminhada em trilha. O lugar (que cobra para entrar) tem uma estrutura com piscina e redário, além do restaurante da pousada.

Mas não fomos até lá para ficar na piscina! Então seguimos para a Trilha do Cerrado, que cruza os topos de colinas em meio a vegetação rasteira (sol na cabeça) até a cachoeira mais distante no limite da propriedade.

Trilha do Cerrado com sol forte

A trilha é um tanto longa (cerca de 40 minutos de caminhada) até a Cachoeira “No Limite”, mas o lugar recompensa os trilheiros.

Poço da cachoeira No Limite

Cachoeira No Limite

Um lindo poço diante de um paredão de “Pedras São Thomé” e uma corredeira descendo entre paredes da mesma pedra rio abaixo.

No Limite da Trilha do Sol

As outras duas cachoeiras são bem mais perto da pousada e início da trilha. Para voltar usamos o mesmo caminho, mas é possível voltar por dentro do leito do rio também (com água um pouco acima da cintura em alguns trechos).

Trecho do rio que segue a partir da cachoeira

Para se chegar na Cachoeira do grito deve-se descer uma escada de pedras com mais de 300 degraus... mas vale a pena!

Escadaria leva até a segunda cachoeira

A Cachoeira do Grito tem uma boa queda d’água e um ótimo poço para banho, sendo exatamente o que se espera de uma cachoeira rs

Cachoeira do Grito

Poço visto de cima da cachoeira

Dizem que o nome da cachoeira se deve a uma lenda que garante ao banhista que entrar debaixo da cascata e soltar um grito uma lavagem contra mal olhado... Não acredito, mas não custa nada um grito, pois se bem não fizer, que mal tem? Hehehe

Cachoeira do Grito vista de frente

Por fim seguimos para o Poço Dourado, no caminho tem um desvio na trilha que leva a uma área de naturismo, está bem sinalizada.

Para se chegar a última das três cachoeiras deve-se seguir a trilha até ela chegar ao leito do rio, neste ponto verá o caminho por dentro de outro curso d’água à frente. Siga por dentro da água.

Para chegar ao poço é só caminhar pela água entre os paredões de pedras, mas fique tranquilo, pois a água não tem nem 30 cm neste rio (normalmente, mas pode estar um pouco mais cheio se for época de chuvas).

Uma caminhada leva até a cachoeira

Uma curiosidade, que encanta neste lugar,é que as pessoas deixam pequenos totens de pedras empilhados em todo o caminho e nos arredores do poço. As paredes estão repletas de pedrinhas umas sobre as outras, e dizem que enquanto seu totem estiver lá você terá equilíbrio garantido na vida.

Totens deixados pelos visitantes cobrem as paredes do pequeno cânion que leva ao poço

Deixamos os nossos totens também

Deixamos nossos próprios totens nas paredes e chegamos ao Poço Dourado, uma cachoeirinha simples em um poço raso. Bonita, mas admito que o encanto do lugar está na harmonia do poço com as pedras, que traz uma certa paz de espírito a quem chega ali.

Cachoeira e Poço Dourado

Paraíso Perdido

Apesar do nome o lugar não está nada perdido, e tem sido encontrado cada vez mais pelos visitantes. Para chegar é fácil, passando da Ponte do Rio Turvo siga por alguns quilômetros e logo verá placas indicando o caminho. Saindo da estrada seguirá por uma estradinha de terra tranquila até os portões do Paraíso ;-)

O Paraíso Perdido é na verdade uma pousada e camping (fica a dica) em uma área por onde corre o Ribeirão Quebra Anzol com 8 cachoeiras. Tem toda a estrutura para passar um dia por lá e é super bem preservado pelo dono.

Paraíso Perdido

Para se chegar nas cachoeiras deve-se seguir caminhando pelas pedras e cruzando pela água em alguns pontos, mas tudo está bem seguro com pés vermelhos pintados no lugares por onde andar (facilita muito) e cordas para ajudar em pontos molhados, já que as pedras são muito escorregadias.

Cruzando as pedras e rios do lugar

As marcas pintadas ajudam ao caminhante

Saindo da área de vivência em torno do restaurante você logo chega na primeira cachoeira com um ótimo poço do tipo piscina.

Poço no paraíso

Seguindo pelo curso do rio encontramos alguns poços em meio a corredeira e pequenas cachoeiras entre as pedras.

Poços e corredeiras pelo caminho

O ribeirão Quebra Anzol corta paredões de pedras em meio a um cânion pelo qual subimos caminhando. A paisagem é linda.

O Ribeirão quebra Anzol e sua bela paisagem no Paraíso Perdido

O caminho termina (ou parece terminar) na Cachoeira da Gruta, uma grande queda d’água ao lado de uma gruta na pedra com um ótimo lago formado à frente.

Cachoeira da Gruta

Apesar do lugar ser ótimo e não dar vontade de sair dali, percebemos que o caminho continuava meio escondido junto ao paredão de pedras e não resistimos de seguir mais um pouco.

Para seguir suba pela parede da esquerda olhando para a cachoeira. Você pode nadar até as pedras e subir nelas, logo verá um caminho que leva ao topo da cascata. (atenção neste trecho!).

Subindo pelo paredão com cuidado!

Quando subir cruze a água do ribeirão em meio aos paredões de pedras, você verá dois caminhos bem amplos, cada um tem uma cachoeira.

A paisagem por cima da Cachoeira da Gruta leva a dois outros caminhos cruzando o rio

Seguindo para direita, contra a correnteza, encontramos uma pequena cascatinha com um lindo poço de águas claríssimas.

Cachoeira da Juventude

Esse é o Poço da Juventude e imagine que ficar ali naquelas águas em um dia de sol é realmente rejuvenescedor.

Pequena queda d'água em um poço transparente

Poço da Juventude

Nem tente continuar subindo, pois não há mais cachoeiras acima desta. Voltando e seguindo na direção oposta encontramos a que eu achei a mais bonita das cachoeiras da região.

Cachoeira das Esmeraldas

A Cachoeira das Esmeraldas tem um poço bem fundo, mas com grandes pedras que servem de apoio para ficar na água.

Poço das Esmeraldas visto de cima: áreas rasas e uma área muito funda no meio

As águas claras enganam um pouco, pois as pedras permitem que se fique em pé com água na altura da cintura apesar de parecer bem mais raso. A quantidade de peixinhos no poço é enorme...

Muitos peixes no poço

Subindo pelas pedras até a parte de cima da cachoeira e seguindo a corredeira por alguns metros encontramos a última cachoeira do complexo. Uma pequena queda d’água e um poço para banho.

Última Cachoeira no alto do Paraíso Perdido

Poucas pessoas sobem pela parede na Cachoeira da Gruta, então essas últimas três de cima estavam bem vazias.

Águas claras marcam o lugar

Nosso Roteiro

- Dia 1: Lago de Furnas (manhã) e Trilha do Sol (tarde);

- Dia 2: Mirante dos Cânions e Paraíso Perdido.

Claro, que a região tem diversas outras atrações como a Trilha do Morro do Chapéu e outras quedas d’água, mas nesse roteiro conhecemos 14 cachoeiras, incluindo as do passeio de barco, em um único fim de semana. Perto da Ponte do turvo tem uma cachoeira em que é só parar o carro no recuo e descer o caminho até lá, fácil de ver da estrada, além de outras espalhadas pela região, muitas junto a campings.

Nós no famoso Mirante dos Cânions

Como Chegar

Capitólio está a 280 Km de Belo Horizonte, a 636 do Rio de Janeiro e a 460 Km de São Paulo. Para nós, cariocas, é uma viagem de muitas e muitas horas! Por isso pela primeira vez utilizamos uma agência para conhecer o lugar, já que só teríamos um fim de semana comum, viajando a noite toda entre sexta e sábado e chegando ao RJ na madrugada de domingo para segunda. Mas isso foi uma solução que encontramos para nosso tempo disponível. Se você tem tempo vá por sua conta e monte seu roteiro...

Se você tem pouco tempo disponível fica a dica de ir com uma agência (o custo x benefício compensou muito para nós). Viajamos com a SOLEIL VIAGENS e gostamos bastante, a Luciana é uma ótima pessoa e o passeio não é do tipo “turistão” o que fez com que conseguíssemos conhecer tudo em um fim de semana, mais ou menos no mesmo estilo de quando viajamos por nossa conta (e este NÃO é um post patrocinado!!!).

Fomos em uma excursão da SOLEIL VIAGENS

Onde Ficar

Existem diversos hotéis na região, mas um pouco caros, as opções mais baratas ainda estão crescendo e é preciso procurar bastante para achar algo com bom custo x benefício (não existem Hostels por lá). Os campings estão crescendo também e apesar de nós termos ficado em um rancho (fechado no pacote) que não é uma opção aberta a todos sempre, eu conheço outras pessoas que foram e encontraram vários campings na região, com destaque para o próprio Paraíso Perdido e o Camping Canarinho. Vale procurar para encontrar algo que caiba no seu orçamento.

Dicas:

- A cidade de Capitólio fica bem distante dos principais atrativos turísticos naturais da região e ficar hospedado por lá pode não ser uma boa ideia, por tanto procure hospedagens afastadas da cidade na direção de São João Batista do Glória, perto das cachoeiras;

- Grande parte dos passeios de barco saem da Ponte sobre o Rio Turvo, onde tem um restaurante e agências de passeios;

- É possível comer no restaurante da Trilha do Sol, mas a comida lá é bem cara, enquanto no Paraíso Perdido é uma ótima opção.