Congonhas,
em Minas Gerais, é conhecida pelas mais famosas obras do artista Antônio
Francisco Lisboa. Os Doze Profetas de Aleijadinho estão expostos diante da
Igreja de Bom Jesus de Matosinhos no coração histórico da cidade.
|
Congonhas é conhecida como "Cidade dos Profetas" devido as obras de Aleijadinho |
A
cidade, que surgiu durante o ciclo do ouro, ganhou sua famosa igreja graças ao
empenho de um ex-mineiro, que depois de muitos anos se dedicando a retirada de
ouro das entranhas de Minas Gerais, contraiu uma grave doença ocupacional. Reza
a lenda que após conseguir se curar o ex-mineiro português, Feliciano Mendes,
decidiu construir um templo em homenagem ao Bom Jesus dos Matosinhos como forma
de agradecimento.
|
Igreja de Bom Jesus dos Matosinhos |
Feliciano
passou o resto de sua vida pedindo esmolas e com este dinheiro começou a
construção da igreja no ano de 1757. O português faleceu no ano de 1765 sem ver
sua obra concluída.
|
Interior da Igreja |
A
história do homem que largou as minas para pedir esmolas e erguer uma igreja em
agradecimento a doença curada se espalhou pela região e atraiu alguns artistas
famosos da época, que se dirigiram para Congonhas com intuito de ajudar a
terminar a obra.
|
Detalhe da obra de Aleijadinho diante da igreja |
Nomes
como Manoel da Costa Ataíde, Francisco Xavier Carneiro, João Nepomuceno e
Antônio Francisco Lisboa se dedicaram a trabalhar na futura basílica, que foi
concluída em 1790, apesar de as obras para escadarias e outras áreas só terem
sido concluídas em 1830.
|
As imagens confeccionadas em tamanho real |
Mas
foi no ano de 1796 que Aleijadinho começou a trabalhar nas imagens que são
consideradas suas obras primas. O artista já era bem famoso nessa época e sua
doença estava em estado bem avançado, obrigando-o a trabalhar com as
ferramentas amarradas ao corpo.
|
Detalhe da obra de Aleijadinho |
|
Aline e a imagem do profeta Daniel com o leão aos pés |
Entre
os anos de 1796 e 1805 Aleijadinho confeccionou 78 imagens em pedra-sabão,
sendo os 12 Profetas as mais famosas e que estão hoje expostas no Adro da
Igreja. O conjunto arquitetônico e artístico da Igreja de Bom Jesus dos Matosinhos foi reconhecido como Patrimônio Cultural da Humanidade pela UNESCO em 1985.
|
A Igreja de Bom Jesus dos Matosinhos com os Doze Profetas de Aleijadinho: Patrimônio Cultural da Humanidade |
As
outras 66 imagens contam a história da Paixão de Cristo e estão distribuídas no
Jardim dos Passos na praça diante da Igreja.
|
Jardim dos Passos diante da igreja |
Cada
Passo da Paixão abriga imagens de Aleijadinho, mas muitas destas também
apresentam traços de outros artistas, provavelmente discípulos e aprendizes que
ajudaram no trabalho.
|
Uma das capelas dos Passos de Cristo |
|
Obras de Aleijadinho e seus discípulos |
Diferente
dos 12 Profetas as imagens no Jardim dos Passos ganharam cores, tendo sido
pintadas pelos mestres Ataíde e Francisco Xavier.
|
Parte das 66 obras de Aleijadinho nas Capelas dos Passos |
|
Diferentes dos Profetas estas imagens ganharam cores |
Ao
lado da igreja chama atenção a sala de Ex-Votos, onde estão centenas de objetos
oferecidos em agradecimento a curas e milagres atribuídos ao Bom Jesus dos
Matosinhos.
|
Ex-Votos: Agradecimentos por graças recebidas |
Nossa
passagem por Congonhas foi rápida, pois passamos apenas metade de um dia por
lá, mas aproveitamos para almoçar e indico o Restaurante Casa da Ladeira,
próximo a igreja, que tem uma boa comida mineira.
|
Restaurante Casa da Ladeira |
A
cidade hoje não apresenta muito mais ao viajante além da igreja e suas obras de
arte, mas em dezembro de 2015 foi inaugurado o Museu de Congonhas que conta um
pouco da história da região e funciona como uma extensão da parte histórica da
cidade e oferece um novo mergulho nas obras de pedra-sabão de Aleijadinho.
|
Recém inaugurado Museu de Congonhas |
|
Réplica das obras de Aleijadinho serão expostas no museu |
O
museu conta com sala de exposições, auditório e espaços educativos, além de uma
cafeteria e um anfiteatro ao ar livre que cercam a exposição permanente sobre a
as obras, a cidade e a fé do povo. Vale a pena passar por lá ;-)
|
Museu de Congonhas |
|
Exposição permanente sobre religião e cultura |
|
Raro retrato de Aleijadinho no museu |
No
final da Alameda das Palmeiras está a Romaria, uma área destinada a abrigar os
romeiros que até hoje caminham até Congonhas para o Jubileu do Senhor de Bom
Jesus de Matosinhos no início do mês de Setembro. As romarias até a cidade
ocorrem desde 1770.
|
Alameda das Palmeiras |
|
Área dedicada as romarias religiosas |
Não
há muito mais o que ver pela cidade, mas dei uma volta e fui conhecer outras
duas igrejas de Congonhas: Igreja de São José Operário e a Igreja de Nossa
Senhora da Conceição. Ambas estão em uma área alta da cidade e de uma se avista
a outra ao longe.
|
Igreja de São José Operário vista da Igreja de N. Sra da Conceição |
|
Igreja de N. Sra. da Conceição vista da Igreja de São José |
A
Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição foi a primeira da cidade tendo sido
aberta em 1735. Conta a história que a construção foi realizada a revelia da
Coroa Portuguesa e que seus alicerces foram construídos em apenas um único dia.
|
A Igreja Matriz de N. Sra. da Conceição foi a primeira de Congonhas |
A
Igreja de São José Operário encontra-se em meio a um casario colonial na
Ladeira do Bom Jesus e sua construção data de 1817. Em seu interior uma imagem
de São José ensinando o menino Jesus a rezar.
|
Igreja de São José Operário |
|
A Ladeira do Bom Jesus abriga o casario colonial |
Para
finalizar:
-
Não há muito o que fazer ou ver em Congonhas além, é claro, das obras de
Aleijadinho na Igreja de Bom Jesus dos Matosinhos;
-
Metade de um dia já é o suficiente na cidade, logo planeje seu mochilão por
Minas Gerais encaixando a cidade no deslocamento
- Se
estiver vindo do RJ ou de SP pela estrada para Belo Horizonte, vale uma parada
para almoçar em Congonhas, antes de chegar a BH, aproveite e conheça as obras
antes de seguir viajem;
-
Congonhas está a apenas 70 km de distância de Belo Horizonte.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe aqui seu comentário, dúvida ou sugestão