domingo, 25 de dezembro de 2016

Aracaju /SE

Passamos quatro dias na capital sergipana e aproveitamos para conhecer um pouco o menor Estado do Brasil. No fim de ano sempre buscamos destinos em que se possa conhecer e curtir em poucos dias e Aracaju caiu como uma luva no feriado de Réveillon de 2015 para 2016.

Aracaju vista pela janela do avião

Chegamos cedo e passamos o primeiro dia na cidade caminhando pela Orla do Atalaia e pelo Centro Histórico, no segundo dia rumamos para a Orla Pôr do Sol de onde seguimos para conhecer a Croa do Goré e no terceiro dia saímos da cidade rumo ao interior do Sergipe para um passeio de barco pelo Rio São Francisco. No último dia ficamos na praia, pois só teríamos o período da manhã, já que nosso voo de volta era no início da tarde. Nosso roteiro final ficou assim:

- Dia 1: Aracaju (dia todo);
- Dia 2: Croa do Goré;
- Dia 3: Cânions do Xingó;
- Dia 4: Aracaju (metade do dia).

Orla do Atalaia

Saindo do hotel chegamos na Praia do Atalaia que é muito bem cuidada com ciclovia, pistas de skate, restaurantes e o melhor: A praia maravilhosa com águas mansas, quentes e limpas.

Os famosos arcos na Praia do Atalaia

Uma curiosidade é o tamanho da faixa de areia que se estende por muitos metros até o mar, com passarelas de madeira que ajudam a ultrapassar a vegetação típica sem destruí-la (ótimo exemplo de preservação ambiental).

Passarela ajuda a preservar a vegetação natural

Imensa faixa de areia na Orla do Atalaia

A maioria das atrações de Aracaju se divide entre a Orla do Atalaia e o centro da cidade. Bem perto dos Arcos do Atalaia está a famosa Passarela do Caranguejo.


Eu admito que esperava uma passarela mesmo, mas esse é o nome do trecho da orla onde estão muitos dos restaurantes especializados em frutos do mar e comidas típicas nordestinas.

O caranguejo marca a região dos restaurantes especializados na orla

Na direção oposta estão os lagos com pedalinhos, pipoqueiros e vendedores de algodão-doce. No entardecer e início da noite o lugar fica lotado de famílias, principalmente nos fins de semana e feriados.

Lagos junto a orla

Área de descanso junto aos lagos

Logo a frente está o Monumento dos Formadores da Nacionalidade que homenageia diversas figuras brasileiras históricas.

Monumento dos Formadores da Nacionalidade

Na Orla do Atalaia está também o Oceanário de Aracaju, administrado pelo Projeto Tamar.

Oceanário de Aracaju: Projeto Tamar

A estrutura do Oceanário tem a forma de uma tartaruga quando vista de cima (tirei uma foto da foto existente lá rs) e abriga mais de 80 espécies em seus aquários, incluindo alguns resgatados de situações tristes causadas pelo homem....

Oceanário visto de cima: Foto da foto ;-)


Acima de tudo o lugar é um centro de educação ambiental e um bom passeio para crianças. É possível acompanhar a alimentação dos animais e assistir a vídeos educativos sobre a preservação ambiental.

Aquários e tanques do Oceanário

Educação ambiental

Ainda caminhando pela orla chegamos ao Centro de Arte e Cultura J. Inácio com um espaço em que se vende todo tipo de artesanato local.

Centro de Arte e Cultura

Centro de artesanato

Diante deste espaço está a Feira do Turista que vende roupas, artesanatos, rendas nordestinas, tapiocas e tudo o mais que se possa imaginar até altas horas da noite.

Feira do Turista

Caminhamos até o Farol da Coroa do Meio, junto da Praia dos Artistas, onde o Rio Sergipe deságua no mar no final da Orla Atalaia.

Farol da Coroa do Meio

Esta é considerada umas das praias mais traiçoeiras do país, já que o arraste das areias, causado pelas águas do Rio Sergipe, faz com que a profundidade alcance quase seis metros em apenas três passos para dentro do mar.

Nós na Praia dos Artistas

Centro Histórico

Depois de uma manhã de caminhada na orla e banho de mar, seguimos para o centro da cidade, nas margens do Rio Sergipe, na parte da tarde.

Centro da cidade margeando o Rio Sergipe

Paramos no Museu da Gente Sergipana que é considerado um dos melhores da cidade com exposições interativas e modernas. Mas, infelizmente, estava fechado no feriadão de Réveillon...

Museu da Gente Sergipana

Caminhamos pela avenida que margeia o Rio Sergipe até a Ponte do Imperador, que na verdade é um ancoradouro, construído para receber Dom Pedro II em uma visita na cidade no ano de 1860.

Ponte do Imperador construída para receber D. Pedro II em 1860

Originalmente de madeira, sofreu reformas e hoje é em alvenaria. Na década de 1920 era utilizado para desembarque dos hidroaviões que chegavam e partiam do Rio Sergipe. Do lugar se tem a visão completa da Ponte João Alves na Orla Industrial de Aracaju que leva as praias do litoral norte.

Ponte do Imperador: Ancoradouro no Rio Sergipe

Diante da Ponte do Imperador estão as Praças Fausto Cardoso e Olímpio Campos as maiores da cidade, que estão interligadas bem no centro de Aracaju.




Nas praças estão importantes construções, como o Palácio Fausto Cardoso, sede do Poder Legislativo, e o Palácio Olímpio Campos, que já foi sede do Governo Estadual e onde hoje funciona um museu.

Palácio Fausto Cardoso

Palácio Olímpio Campos

Na praça está a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição, que foi erguida em 1862 e se transformou na Catedral Metropolitana de Aracaju em 1910.

Catedral Metropolitana de Aracaju

Na lateral da praça está o Centro de Turismo e Comercialização Artesanal que leva a Rua do Turista, uma passarela de lojas diversas.

Centro de Turismo

Comércio no Centro do Turismo
Rua do Turista

Caminhamos pelo centro até Os Mercados Centrais, isso por que são dois lado a lado em Aracaju e reúnem um pouco da arte e costumes sergipanos.


Mercado Central


O Mercado mais antigo vende frutas, peixes, castanhas e abastece a cidade e sua população, enquanto o mais novo é bem voltado ao turista com artes e doces típicos da região.



Réveillon

Era o último dia do ano, portanto voltamos para a Praia do Atalaia onde ficamos curtindo o mar até o sol se pôr.

Fim do último dia do ano na Praia do Atalaia

Mas nossa viagem não era para festas de fim de ano, que costumam ser caras, então passamos no mercadinho e compramos nossa “ceia” com pacotes de biscoitos, salgados e uma garrafa para celebrar a virada do ano.

O Réveillon em Aracaju acontece na Orla do Atalaia com um palco montado na Passarela do Caranguejo, que na despedida de 2015 contou com um show de abertura de um cover de Raul Seixas! Nós dois e mais umas 10 pessoas curtimos muito o show rs. As outras atrações eu nem lembro quais eram e não fiquei para ver e enquanto a multidão chegava, nós íamos embora depois do “Raulzito”...

Poucas pessoas foram prestigiar o "Raul"

Show no Réveillon de Aracaju

Depois de um banho e uma ceia de ano novo comprada na esquina, seguimos para a Praia do Atalaia onde tinha uma queima de fogos na virada do ano. Me surpreendeu positivamente e foi um bom espetáculo de fogos.



Croa do Goré e Ilha dos Namorados

Partimos para um dos melhores passeios a partir da capital sergipana em um catamarã que sai da Orla do Pôr do Sol navegando pelo Rio Vaza Barris.

Paisagem da Orla Pôr do Sol

Aline no catamarã na Orla Pôr do Sol

A embarcação navega pelas águas do rio até um banco de areia formado no meio do Vaza Barris onde existe uma pequena estrutura de barracas e cadeiras, além de um barco restaurante.

Croa do Goré

Com a maré alta as águas do mar entram pelo rio e cobrem o banco de areia criando um paraíso onde a água cobre todo o lugar com o nível bem baixo.

A maré alta entrando pelo rio cobre o banco de areia formando esse paraíso

As fotos falam por si só, não vou ficar tentando descrever esse lugar maravilhoso. A parada por lá é rápida, pois em menos de 1h a maré vazante recua e as águas deixam de cobrir o banco de areia.

Com o recuo da maré a vazante do rio expõe novamente a areia e o passeio acaba

Pouco mais de meia hora de navegação nos leva até a foz do Vaza Barris em seu encontro com o Oceano Atlântico, onde o acúmulo de areia forma uma grande ilha.

Ilha dos Namorados

O lugar é chamado de Ilha dos Namorados por conta de uma história de um casal que sobreviveu a um naufrágio nessa ilha. Não existe estrutura e tudo é montado apenas para o proveito de quem vem no passeio, com tendas e um pequeno bar.


Descansar é preciso

É possível caminhar até o outro lado da ilha, onde está o mar, passando por lagoas formadas na maré alta no centro da ilha.


O encontro do Rio Vaza Barris com o mar

Cânions do Xingó

O Rio São Francisco faz a divisa entre Sergipe e Alagoas e apesar do pouco tempo que tínhamos decidimos ir conhecer os famosos cânions do “velho Chico” em um tour que durou o dia todo e começou cruzando o sertão de Sergipe.

O sertão sergipano

O percurso entre Aracaju e Canindé de São Francisco dura pouco mais de 3h e no caminho passamos pela cidade de Poço Redondo que é conhecida por ter sido o lugar onde morreu o cangaceiro Virgulino Ferreira, o Lampião.

Poço Redondo foi a cidade onde Lampião morreu

O passeio se inicia próximo da barragem da Hidroelétrica de Xingó, que foi construída entre 1987 e 1994, formando o lago na região.

Hidroelétrica de Xingó

Apesar de divulgado como passeio pelos Cânions do São Francisco o barco apenas navega sobre o lago e em nenhum momento vimos um único cânion se quer do catamarã...

Passeio pelo Rio São Francisco

Eu esperava por paisagens lindas e grandes paredões de pedra e foi bem decepcionante o simples passeio pelas águas do rio. Não me entendam mal, pois curto conhecer lugares novos e sei apreciar a beleza de um passeio por um dos mais importantes rios do país, mas diante da expectativa criada achamos o passeio bem fraquinho.

Paisagem

Para piorar era feriado de ano novo e o lugar estava super lotado. Antes de embarcar existe uma estrutura com restaurante, mas as filas eram quilométricas e o pior, a comida acabou e ficamos com fome. No barco não foi diferente, pois eles deveriam ter um cardápio que permitisse o visitante usufruir do bar na embarcação, mas acho que não repuseram nada entre os passeios e o nosso ficou sem nada para vender logo no início. E digo nada mesmo! Nem água tinha!!!!

A parede de pedra mais alta que vimos: Bem longe de um Cânion

Com fome e com sede durante todo o percurso minha má impressão do passeio só piorou, pois navega-se por quase uma hora sem uma grande paisagem até chegar no único ponto de parada: Um cercadinho em um trecho de rio com uma rede para tomar banho.

O lugar estava super lotado no feriado

Me senti um peixe no aquário dentro daquele cercadinho lotado de gente e ainda descobri que nem no Rio São Francisco estávamos e sim em um afluente chamado Riacho Seco em território alagoano.

Não foi relaxante...

Nem tudo foi ruim, pois neste lugar é possível um passeio de barco a remo por dentro de um cânion e mesmo em poucos metros é possível sentir a paz em meio ao silêncio no lugar. No fim uma imagem de São Francisco para ter o que mostrar ao turista, apesar de estarmos no Riacho Seco, mas gostei desse pequeno passeio.

Cânion lindo e tranquilo no Riacho Seco

Imagem de São Francisco

Depois voltamos para a barulhenta piscina de redes onde um bar com altos preços nos salvou da fome e sede, antes de voltar para quase uma hora de navegação no catamarã e mais 3h de viagem de volta a Aracaju em uma van.

Aline e eu conseguimos um lugar na lotada piscina

Já ouvi muita gente falando bem desse passeio, mas tenho certeza que para nós não valeu a pena. Saiu caro (pois pagamos uma empresa para fazer tudo em um dia ao invés de ir por nossa conta) e com certeza decepcionante perante a expectativa criada.
 
Navegando pelo Velho Chico de volta

Dicas:

- Normalmente procuramos hospedagens em hostels e pousadas com preços baixos, mas no feriado de ano novo foi muito difícil encontrar onde ficar. Conseguimos um quarto no Hotel Rekinte que tem uma boa estrutura, com um ótimo café da manhã e fica a duas quadras da Praia do Atalaia. Gostamos de lá e mesmo no feriado da virada do ano pagamos um preço justo, o que é muito difícil;

- Um dia inteiro foi o suficiente para conhecer grande parte da cidade e ainda descansar na praia, apenas não fomos no mirante da Igreja de Santo Antônio e nas praias da Ilha de Santa Luzia, pois optamos em ficar na praia na nossa última metade de dia por lá;

- A noite o movimento maior é na Passarela do Caranguejo, com muitos restaurantes apresentando música ao vivo;

- O Restaurante Cariri é um dos mais famosos e badalados, mas não gostamos muito. Música alta e muito barulho nem permitia conversar na mesa durante o almoço, sem falar que é um programa bem “turistão”;

- A Croa do Goré é realmente maravilhosa, até em feriadão, imagino fora de época. Vale o passeio;

- Como eu relatei não curtimos muito o passeio pelos Cânios do Xingó e acho que quem já conheceu os Cânios de Capitólio vai se decepcionar muito em Sergipe. Em feriadões garanto que não compensa nem pensar em ir. Fora isso, achamos apenas um passeio simples sem nada de mais e com certeza existem muitas outras belezas no Rio São Francisco que merecem atenção.