quarta-feira, 23 de agosto de 2017

Estrada Real: Caminho dos Diamantes

O Caminho dos Diamantes da Estrada Real possui 395 Km de extensão, que ligam a cidade de Diamantina a Ouro Preto, sendo apenas 25% deste caminho asfaltado e o restante em estradas de terra.


Se nos outros caminhos ficamos menos tempo do que o estimado, neste foi bem diferente, já que o Instituto Estrada Real indica que de carro se percorre o caminho em 4 dias, mas ficamos por lá dois dias a mais para conhecer o Parque Estadual do Biribiri (Diamantina) e o Parque Natural Municipal do Tabuleiro (Conceição do Mato Dentro).

Paisagem da estrada dentro do Parque Estadual do Biribiri nos arredores de Diamantina

Nosso roteiro pelo Caminho dos Diamantes:

Dia 1: Diamantina (Biribiri)
Dia 2: Diamantina x Conceição do Mato Dentro
Dia 3: Conceição do Mato Dentro (Tabuleiro)
Dia 4: Conceição do Mato Dentro x Itambé do Mato Dentro
Dia 5: Itambé do Mato Dentro x Catas Altas (Caraça)
Dia 6: Catas Altas x Ouro Preto

Nosso percurso pela Estrada Real desde Diamantina até Ouro Preto

Dia 1: Diamantina

O Arraial do Tijuco foi o maior produtor de diamantes do mundo e por isso teve seu nome alterado para Diamantina.


Chegando de Caeté nos hospedamos na Pousada Vale do Garimpeiro, no centro histórico. Apesar de bem localizada e com um excelente café da manhã, essa foi a hospedagem mais cara da viagem e devem existir opções com melhor custo x benefício.

Nos hospedamos na Pousada Vale do Garimpeiro

Diamantina é uma cidade histórica, que você pode conhecer em pouco tempo (veja aqui), com destaque para a Casa de Juscelino Kubitscheck, o Museu do Diamante e a Casa da Glória, com seu famoso passadiço.

O passadiço da Casa da Glória é o cartão postal de Diamantina

Fomos conhecer o Parque Estadual do Biribiri, nos arredores de Diamantina e ainda deu tempo para conhecer um pouco do centro histórico de Diamantina e carimbar os Passaportes da Estrada Real.

Cachoeira dos Cristais no Parque Estadual do Biribiri

No fim do dia subimos a Serra de Santo Antônio até o Morro do Cruzeiro, onde um mirante natural de 360° permite ver a cidade. Nosso primeiro dia no Caminho dos Diamantes terminou com um espetacular pôr do sol.

Paisagens da Estrada Real: Mirante do Cruzeiro na Serra de Santo Antônio

Fim do dia em Diamantina com um bonito pôr do sol

Dia 2: Diamantina x Conceição do Mato Dentro

Na manhã do segundo dia caminhamos pelas ruas de Diamantina conhecendo a Casa de Chica da Silva e as Igrejas Históricas, antes de encerrar a hospedagem e partir pelo Caminho dos Diamantes.

Centro Histórico de Diamantina

A pouco mais de 6 Km de distância do centro histórico está a bifurcação que leva até a Gruta do Salitre e neste ponto saímos da Estrada Real para conhecer a formação geológica em um pequeno bate-e-volta.

Fomos conhecer a Gruta do Salitre nos arredores do Caminho dos Diamantes

São pouco mais de 2 Km da Estrada Real até a entrada do Monumento Natural da Gruta do Salitre e vale a pena ir visitar o lugar que parece uma construção medieval, com suas formas pontiagudas que lembram as igrejas góticas, e boa acústica entre as paredes.

Monumento Natural da Gruta do Salitre


Gruta do Salitre

Voltando para Estrada Real seguimos na direção das charmosas cidadezinhas nos arredores de Diamantina. Esse é um trecho com muitas cachoeiras e cidades pequeninas com ótima gastronomia.


Passamos por Vau e paramos para carimbar os passaportes em São Gonçalo do Rio das Pedras, depois seguimos para Milho Verde (também é ponto de carimbo) e me arrependi de não ter planejado um dia todo nesta região para curtir o ecoturismo pelas Serras do Raio e da Várzea do Lageado.

Ponte sobre o Rio Jequitinhonha em Vau

Igreja Matriz de São Gonçalo de Rio das Pedras

Chegando em Milho Verde

Uma estrada asfaltada leva até Três Barras onde paramos para tomar um banho na Cachoeira do Moinho.

A Estrada Real passa por cachoeiras em Três Barras

Paramos para um banho relaxante

Passamos por lugarejos aconchegantes e bucólicos até chegar em Serro com sua igrejinha de Santa Rita que é cartão postal da cidade.

Igreja de Santa Rita em Serro

Serro nasceu em 1701 às margens do Rio Jequitinhonha com o nome de Vila do Príncipe e mantém uma arquitetura colonial bem preservada até hoje. A Igreja do Carmo, erguida entre 1768 e 1780, é famosa pela riqueza de seu interior, mas estava fechada e não deu para conferir...
  
Igreja do Carmo no centro

A cidade tem uma culinária bem típica do interior mineiro e é famosa pelo queijo produzido na região. Aproveitamos para provar enquanto procurávamos o lugar para carimbar os passaportes.

Ruas tranquilas de Serro

Menos de 20 Km de percurso pela Estrada Real e chegamos na simpática Igreja de Alvorada de Minas.


Igreja de Santo Antônio

Carimbamos os passaportes e seguimos na direção de Itapanhoacanga. Cruzamos estradinhas estreitas e grandes estradas estaduais, mas sempre na terra.




Gostei muito desse trecho todo até Itapanhoacanga que é percorrido em grandes estradas de terra em meio a paisagens verdes que me fizeram perder a noção do tempo. A Estrada Real passa pela simples Igreja de São José, no alto de um platô com um muro de pedras que remete ao tempo em que foi erguido e faz termos certeza de que Itapanhoacanga parou no tempo.


Paisagens medievais nas margens da Estrada Real: Igreja de São José em Itapanhoacanga

O trecho até Santo Antônio do Norte é em aclive e declive, passando pela estrada no topo das colinas da região. São 14 Km de paisagens lindíssimas!


O trecho é todo em colinas com belas paisagens

Tapera passou a se chamar Santo Antônio do Norte em 1938, mas ainda hoje é conhecida pelo nome original. E não foi só isso que parece não ter mudado por lá, pois se no século XVII o arraial era uma única rua de casas baixas com a Igreja de Santana em uma das pontas e a de Santo Antônio no meio, hoje pouca coisa mudou.

Chegada em Santo Antônio do Norte, atual Tapera

O pequeno distrito que parece querer crescer com a Estrada Real já possui duas pousadas (que são pontos de carimbo) e tem um pouco da economia movimentada pelos viajantes que cruzam o Caminho dos Diamantes.

Tapera é um lugar abandonado no tempo

Apenas 20 minutos subindo e descendo morros nos levam a Córregos, mas um distrito pequenino em meio as montanhas. Uma curiosidade é a fazenda que cria búfalos junto a Estrada Real.

Criação de búfalos no Caminho dos Diamantes

Córregos

O último trecho do dia foi também nossa pior experiência na viagem, pois no topo do morro, na saída de Córregos, o motor do carro ferveu e apesar de fazer todas as manutenções previstas e ter bastante cuidado com as revisões, uma mangueira de água do radiador ressecada arrebentou junto a conexão por detrás do motor...

A mangueira do radiador arrebentou na conexão...

Paramos no topo do morro diante do marco nº 338 e demos muita sorte (apesar de tudo), pois um carro e uma moto pararam para nos ajudar. O atencioso rapaz da moto foi até o centro de Córregos buscar água para nós. Infelizmente era um vazamento (descobrimos depois) e após encher novamente o radiador o carro voltou a parar 5 Km adiante.

Paramos diante do Marco 338 sem saber o que fazer

O povo do interior mineiro é muito atencioso e novamente um anjo nos salvou. Um rapaz que capinava ali perto (no meio do nada!) me levou até a fazenda onde ele morava e me doou umas 10 garrafas PET’s com água. Com isso conseguimos seguir mais alguns quilômetros, parando sempre que o carro fervia sem água e completando o radiador.

Fomos ajudados por moradores da região que nos salvaram

No último trecho um grupo parou e nos doou água de beber e uma garrafa de água de cachoeira, além de nos acompanhar até a entrada da cidade, onde paramos em um posto de gasolina para repor a água que vazava pela mangueira.

Muitas garrafas de água para chegar em Conceição do Mato Dentro

Demoramos 1h 30min para percorrer os 17 Km até chegar em Conceição do Mato Dentro com o carro fervendo a toda hora e não teríamos conseguido sem as ajudas que conseguimos pelo caminho.


Nossa intenção era acampar na cidade, mas chegamos cansados e cobertos de terra, além de não poder rodar com o carro para procurar onde ficar, então aceitamos a indicação do frentista do posto e nos hospedamos na Pousada JK, na avenida principal e bem perto de uma oficina mecânica. A Pousada é bem simples, com quartos que precisam de pintura e um café da manhã modesto, mas em compensação pagamos um preço justo pelo que tínhamos e as duas noites que ficamos por lá saíram baratas.

Depois de muito sufoco chegamos...

Dia 3: Conceição do Mato Dentro

Apesar de nossa chegada tumultuada passamos ótimos dias na cidade que é um centro para o ecoturismo na região. Apesar de termos ficado apenas um dia todo e metade do dia seguinte, além da noite em que chegamos cansados, Deu para curtir as cachoeiras nos arredores e conhecer o centrinho (veja aqui).

Praça tranquila no centro da cidade

Nesse primeiro dia na cidade fomos conhecer uma das mais famosas cachoeiras do país. A Cachoeira do Tabuleiro tem 273 metros de queda, é a terceira maior do Brasil, e está localizada na Serra do Espinhaço no distrito do Tabuleiro a 20 Km de distância do centro de Conceição do Mato Dentro.

Cachoeira do Tabuleiro a 20 Km do centro de Conceição do Mato Dentro

A Cachoeira do Tabuleiro é impressionante possuindo a terceira maior queda de água do país

Depois de retornarmos do Tabuleiro rodamos um pouco pela cidade e conhecemos o centro no período da tarde até o anoitecer, quando comemos em uma pizzaria no centro (não lembro o nome, mas era a maior e mais cheia por lá: valeu a pena) e voltamos para o hotel para descansar do dia cheio.

Em um dia curtimos a cachoeira e rodamos o centro da cidade

Dia 4: Conceição do Mato Dentro x Itambé do Mato Dentro

Descansamos bem durante a noite e aproveitamos a metade deste dia nos rios e poços nos arredores da cidade. Depois de curtir bem o lugar voltamos para o hotel, tomamos um banho e encerramos a hospedagem. Era hora de partir...

Passamos metade desde dia nos rios e poços de Conceição do Mato Dentro

Deixamos Conceição do Mato Dentro pela Estrada Real em meio as montanhas e subimos até o Morro do Pilar, pacata cidade onde paramos para carimbar os passaportes no “Café com Arte e Chocolate”, ao lado do antigo prédio da prefeitura. Além dos carimbos saímos de lá com deliciosos doces... fica a dica ;-)

Café com Arte e Chocolate: Ponto de carimbo da ER

A estrada cruza rios e sobe morros até chegar em Itambé do Mato Dentro em uma viagem de pouco mais de 2h de duração desde Conceição do Mato Dentro, já que são menos 65 Km de estrada.

Foi uma viagem em meio a paisagens bucólicas
Escultura no topo da montanha em meio a Estrada Real

A chegada é na Igreja de Nossa Senhora das Oliveiras e logo a frente está o Centro de Artesanato que também é ponto de carimbo.

Itambé do Mato Dentro

Galpão do Artesanato: Ponto de carimbo da ER

Nosso almoço foi um pão com linguiça em uma simpática vendinha que me fez achar que tinha voltado no tempo. O ar de cidade do interior, com pessoas solícitas e simpáticas, me faz sentir saudades da cidade até hoje.

Lanchamos em uma vendinha que parece parada no tempo

Ficamos no Camping Ouro Fino e mega recomendo o lugar que tem um grande gramado com mesas cobertas e pontos de luz, além de grande faixa de areia e uma “praia” particular no leito do rio no fundo do terreno. Banheiros e vestiários amplos e área de tanque para lavar e estender as roupas completam o ambiente (só não lembro de lugar para preparar refeições...).

Camping Ouro Fino: Indicamos cm certeza

Praia no rio dentro do camping

Várias cachoeiras estão nas redondezas, sendo as do Encantado e da Maçã as mais distantes, (cerca de 16 Km do centro). As cachoeiras da Serenata e do Funil estão a menos de 10 Km, enquanto as cachoeiras da Vitória e da Baixada das Crioulas estão a menos de 5 Km do centro de Itambé do Mato Dentro.

Itambé do Mato Dentro está atrás da Serra do Cipó

A Cachoeira do Lúcio está a apenas 1 Km do centro da cidade e foi a que ficamos mais tempo. É bem fácil de chegar e tem um grande estacionamento com uma trilha curta de alguns metros até o poço.

Depois das cachoeiras em Conceição do Mato Dentro no início do dia, terminamos nas de Itambé

A noite a Praça 1º de Março, diante da Igreja Matriz, fica lotada de carrocinhas de lanches, mas como já não havíamos almoçado fomos jantar. Encontramos o ótimo Hotel e Restaurante Estrela onde os simpáticos proprietários prepararam a refeição na hora com aquele gosto de comida mineira caseira.

Igreja Matriz de Nossa Senhora das Oliveiras

Dia 5: Itambé do Mato Dentro x Catas Altas (Caraça)

Acordamos cedo depois de um dia relaxando nas cachoeiras, e no rio do camping, desmontamos a barraca e pegamos a estrada (que é asfaltada) até Senhora do Carmo.

Registro de nossa passagem por Senhora do Carmo

Depois seguimos por um pequeno trecho de terra até Ipoema onde está o Museu do Tropeiro, que conta um pouco da história das tropas que circularam pela Estrada Real no passado e também é ponto de carimbo.

Museu do Tropeiro: Ponto de carimbo da ER

O museu tem um acervo que conta a história dos tropeiros

O caminho até Bom Jesus do Amparo é por uma estrada asfaltada que vira calçamento na cidade e passa diante da singela Igreja Matriz antes de seguir em direção a Cocais.

Igreja Matriz de Bom Jesus do Amparo

Aproveitei para uma oração no meio do caminho

Nos mantivemos na Estrada Real até a BR-381, quando seguimos direto para Cocais cortando um trecho de terra e ganhando tempo.

Paramos para carimbar os passaportes

A vila de Cocais é o final do Caminho do Sabarabuçu, mas não havíamos vindo aqui, justamente por que passaríamos descendo pelo Caminho dos Diamantes, portando faltava esse carimbo no nosso passaporte.

A Igreja Matriz do Rosário é o marco de chegada em Cocais
Casarão do Cartório em estilo colonial

Depois de uma parada rápida no centro de Cocais era hora de voltar à estrada de terra e seguimos subindo a Serra da Conceição. No caminho entre a Vila de Cocais e a cidade de Barão de Cocais, a Estrada Real passa por um belo sítio arqueológico.

Sítio Arqueológico da Pedra Pintada

O Sítio da Pedra Pintada está em uma propriedade particular que fica aberta sempre e os proprietários conduzem os visitantes até os paredões de pedra onde estão os painéis com as pinturas rupestres que possuem cerca de 6000 anos de idade e apresentam animais e rituais dos povos que por ali passaram.

Pinturas rupestres com 6.000 anos de idade na Estrada Real

O Sítio Arqueológico também é ponto de carimbo da Estrada Real e além dos impressionantes desenhos o lugar ainda é um mirante para as montanhas e vales a 1250 metros acima do nível do mar. Um pouco mais a frente está a Cachoeira de Cocais que também está em uma área particular. Mas para se chegar até a queda d’água deve-se percorrer uma trilha de 1h de caminhada e decidimos não descer.


O trecho até Barão de Cocais exigiu bastante do carro, então se você não está em um 4x4 prefira a estrada convencional.

Se não estiver em um 4x4 prefira o asfalto
Chegada na Igreja Matriz no centro de Barão de Cocais

Seguimos viagem e em apenas 20 minutos de estrada chegávamos na Igreja Matriz de Santa Bárbara, na cidadezinha de mesmo nome, onde paramos para almoçar e carimbar os passaportes

Marco de chegada junto da igreja
O bonito interior da igreja

Vale visitar o interessante museu montado na casa de Afonso Penna, ex-presidente do Brasil, e a Casa do Mel onde vende o famoso Bolo de Mel de Santa Bárbara.

Casa de Afonso Penna em Santa Bárbara

Detalhe do aposento com o teto pintado

Seguimos então para a Serra do Caraça onde iríamos pernoitar no famoso Santuário considerado uma das Sete Maravilhas da Estrada Real.

O Santuário do Caraça fica em Catas Altas mas que tem a entrada em Santa Bárbara

Apesar de estar localizado, geograficamente, em Catas Altas a entrada se dá por Santa Bárbara, seguindo o caminho para Brumal.

Santuário do Caraça e a Estrada Real

Foi minha melhor experiência na Estrada Real, chegamos pouco depois das 16h, dormimos por lá e no dia seguinte ficamos até as 15h, fechando um dia todo por lá (veja aqui).

O Santuário é uma área protegida em meio à natureza com muita paz e tranquilidade

Além do complexo religioso o Caraça reserva outros atrativos, pois toda área de preservação ambiental possui cachoeiras, rios e trilhas que levam a mirantes e mesmo que você não durma por lá, vale a pena reservar um dia para conhecer o lugar.

Cachoeira na Serra do Caraça

O pernoite lá não é barato, mas para nós compensou cada centavo. Um clima de paz toma o lugar depois que os visitantes vão embora e a noite a maior atração é o lobo guará que sobe as escadas do adro da igreja para comer em uma bandeja especialmente colocada para ele pelos padres do Caraça.

O lobo guará que vai ao adro da igreja é uma atração à parte nas noites no Caraça

Dia 6: Catas Altas x Ouro Preto

Passamos mais da metade deste dia nas trilhas do Caraça e depois de relaxar nas cachoeiras e rios da serra seguimos a Estrada Real.


Passamos metade do dia nas trilhas e rios do Caraça

Seguimos em direção ao centro de Catas Altas na estrada que liga a cidade a Santa Bárbara e diante do marco nº 505 está o Bicame de Pedra, ruína de um aqueduto datado de 1792 e um dos cartões postais da Estrada Real. São aproximadamente 100 metros de aqueduto com um arco de pedras no meio e uma escadaria que dá acesso a parte de cima da ruína.

Bicame de Pedra junto ao Marco nº 505 do Caminho dos Diamantes: Antigo Aqueduto

Deste ponto são apenas 7 Km de estrada de terra até o centro de Catas Altas, onde chegamos na praça da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição, que começou a ser erguida em 1712 e foi concluída em 1739. Diante da igreja a praça oferece uma vista linda da paisagem.

Catas Altas tem uma vista privilegiada da Serra do Caraça

A Praça da Matriz é cercada por um belo conjunto arquitetônico com a serra ao fundo, possuindo um chafariz que no passado foi o pelourinho da cidade. Após a abolição da escravatura a coluna de pedra que servia para o castigo público de escravos foi transformada em fonte de abastecimento para a população e ainda hoje tem sua água canalizada desde a Cachoeira da Santa na Serra do Caraça.

Antigo pelourinho e atual fonte de água na praça diante da igreja

Valeu a visita à Igreja de Santa Quitéria no alto de uma colina e depois de carimbar os passaportes seguimos viagem.

Igrejinha de Santa Quitéria no alto de uma colina

Depois de passar por Morro de Água Quente saímos da Estrada Real e tomamos a rodovia MG-129 em direção a cidade de Mariana.



O caminho original ainda passava por Santa Rita do Durão, Bento Rodrigues e Camargos, mas depois do desastre ambiental que destruiu Bento Rodrigues após o rompimento de uma barragem da mineradora Samarco, em novembro de 2015, o caminho foi fechado nesse trecho.

Cidade de Bento Rodrigues arruinada pelo desastre ambiental (foto de reprodução da internet)

Chegamos em Mariana já próximo ao fim do dia, carimbamos os passaportes e rodamos rapidamente a cidade antes do sol se pôr. Mariana é uma cidade que merece um pouco mais de tempo, mas nós já a conhecíamos (veja aqui).


Indico uma visita à Igreja de São Pedro dos Clérigos, o Museu Arquidiocesano de Artes Sacras e a Praça Minas Gerais, com as duas igrejas que são o cartão postal da cidade

Chegamos em Mariana no fim do dia

Apenas 11 Km por vias asfaltadas separam Mariana de Ouro Preto, no caminho não deixe de conhecer a Mina da Passagem, que fica junto à Estrada Real e de onde foram retiradas mais de 35 toneladas de ouro no período colonial. Descer os 120 metros até o interior da mina em um trole já vale a visita.


Depois de dirigir por 100 Km ao longo do dia chegamos novamente a Ouro Preto, desta vez finalizando o Caminho dos Diamantes (já havíamos passado pela cidade no final do Caminho Novo, na primeira parte desta viagem). Aproveitamos para pegar os certificados de conclusão do Caminho do Sabarabuçu e do Caminho dos Diamantes no centro de informações turísticas na Praça Tiradentes.

Ouro Preto: Ponto de encontro de todos os caminhos da Estrada Real

As hospedagens em Ouro Preto não são baratas, mas passamos a noite na Pousada Caminhos da Liberdade, no centro histórico, onde negociamos um bom preço por um quarto no fundo do casarão.

Pousada Caminhos da Liberdade: Fim do Caminho dos Diamantes e Início do Caminho Velho

Circuito do Ouro: Entre Serras da Piedade ao Caraça

No Caminho dos Diamantes completamos o mapa “Entre Serras da Piedade ao Caraça” do projeto Circuito do Ouro e pegamos nosso certificado digital com um pen drive de brinde na sede do projeto em Catas Altas. Visitamos todos os lugares que fornecem os adesivos para o mapa em e ainda aproveitamos os descontos em um restaurante em Santa Bárbara e na hospedagem no Caraça (valeu muito o desconto!!!).

Não deixe de acompanhar o próximo post com o final da nossa viagem pelo Caminho Velho ;-)


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