O Caminho
dos Diamantes da Estrada Real possui 395 Km de extensão, que ligam a cidade de
Diamantina a Ouro Preto, sendo apenas 25% deste caminho asfaltado e o restante
em estradas de terra.
Se
nos outros caminhos ficamos menos tempo do que o estimado, neste foi bem
diferente, já que o Instituto Estrada Real indica que de carro se percorre o
caminho em 4 dias, mas ficamos por lá dois dias a mais para conhecer o Parque
Estadual do Biribiri (Diamantina) e o Parque Natural Municipal do Tabuleiro
(Conceição do Mato Dentro).
Paisagem da estrada dentro do Parque Estadual do Biribiri nos arredores de Diamantina |
Nosso roteiro pelo Caminho dos
Diamantes:
Dia
1: Diamantina (Biribiri)
Dia
2: Diamantina x Conceição do Mato Dentro
Dia
3: Conceição do Mato Dentro (Tabuleiro)
Dia
4: Conceição do Mato Dentro x Itambé do Mato Dentro
Dia 5:
Itambé do Mato Dentro x Catas Altas (Caraça)
Dia
6: Catas Altas x Ouro Preto
Nosso percurso pela Estrada Real desde Diamantina até Ouro Preto |
Dia 1: Diamantina
O
Arraial do Tijuco foi o maior produtor de diamantes do mundo e por isso teve
seu nome alterado para Diamantina.
Chegando
de Caeté nos hospedamos na Pousada Vale do Garimpeiro, no centro histórico. Apesar
de bem localizada e com um excelente café da manhã, essa foi a hospedagem mais
cara da viagem e devem existir opções com melhor custo x benefício.
Nos hospedamos na Pousada Vale do Garimpeiro |
Diamantina
é uma cidade histórica, que você pode conhecer em pouco tempo (veja aqui), com
destaque para a Casa de Juscelino Kubitscheck, o Museu do Diamante e a Casa da
Glória, com seu famoso passadiço.
O passadiço da Casa da Glória é o cartão postal de Diamantina |
Fomos
conhecer o Parque Estadual do Biribiri, nos arredores de Diamantina e ainda deu
tempo para conhecer um pouco do centro histórico de Diamantina e carimbar os
Passaportes da Estrada Real.
Cachoeira dos Cristais no Parque Estadual do Biribiri |
No
fim do dia subimos a Serra de Santo Antônio até o Morro do Cruzeiro, onde um
mirante natural de 360° permite ver a cidade. Nosso primeiro dia no Caminho dos
Diamantes terminou com um espetacular pôr do sol.
Paisagens da Estrada Real: Mirante do Cruzeiro na Serra de Santo Antônio |
Fim do dia em Diamantina com um bonito pôr do sol |
Dia 2: Diamantina x Conceição do Mato
Dentro
Na
manhã do segundo dia caminhamos pelas ruas de Diamantina conhecendo a Casa de
Chica da Silva e as Igrejas Históricas, antes de encerrar a hospedagem e partir
pelo Caminho dos Diamantes.
Centro Histórico de Diamantina |
A
pouco mais de 6 Km de distância do centro histórico está a bifurcação que leva
até a Gruta do Salitre e neste ponto saímos da Estrada Real para conhecer a
formação geológica em um pequeno bate-e-volta.
Fomos conhecer a Gruta do Salitre nos arredores do Caminho dos Diamantes |
São
pouco mais de 2 Km da Estrada Real até a entrada do Monumento Natural da Gruta
do Salitre e vale a pena ir visitar o lugar que parece uma construção medieval,
com suas formas pontiagudas que lembram as igrejas góticas, e boa acústica
entre as paredes.
Monumento Natural da Gruta do Salitre |
Gruta do Salitre |
Voltando
para Estrada Real seguimos na direção das charmosas cidadezinhas nos arredores
de Diamantina. Esse é um trecho com muitas cachoeiras e cidades pequeninas com
ótima gastronomia.
Passamos
por Vau e paramos para carimbar os passaportes em São Gonçalo do Rio das
Pedras, depois seguimos para Milho Verde (também é ponto de carimbo) e me
arrependi de não ter planejado um dia todo nesta região para curtir o
ecoturismo pelas Serras do Raio e da Várzea do Lageado.
Ponte sobre o Rio Jequitinhonha em Vau |
Igreja Matriz de São Gonçalo de Rio das Pedras |
Chegando em Milho Verde |
Uma
estrada asfaltada leva até Três Barras onde paramos para tomar um banho na
Cachoeira do Moinho.
A Estrada Real passa por cachoeiras em Três Barras |
Paramos para um banho relaxante |
Passamos
por lugarejos aconchegantes e bucólicos até chegar em Serro com sua igrejinha
de Santa Rita que é cartão postal da cidade.
Igreja de Santa Rita em Serro |
Serro
nasceu em 1701 às margens do Rio Jequitinhonha com o nome de Vila do Príncipe e
mantém uma arquitetura colonial bem preservada até hoje. A Igreja do Carmo,
erguida entre 1768 e 1780, é famosa pela riqueza de seu interior, mas estava
fechada e não deu para conferir...
Igreja do Carmo no centro |
A
cidade tem uma culinária bem típica do interior mineiro e é famosa pelo queijo
produzido na região. Aproveitamos para provar enquanto procurávamos o lugar
para carimbar os passaportes.
Ruas tranquilas de Serro |
Menos
de 20 Km de percurso pela Estrada Real e chegamos na simpática Igreja de
Alvorada de Minas.
Igreja de Santo Antônio |
Carimbamos
os passaportes e seguimos na direção de Itapanhoacanga. Cruzamos estradinhas estreitas
e grandes estradas estaduais, mas sempre na terra.
Gostei muito desse trecho todo até Itapanhoacanga que é percorrido em grandes estradas de terra em meio a paisagens verdes que me fizeram perder a noção do tempo. A Estrada Real passa pela simples Igreja de São José, no alto de um platô com um muro de pedras que remete ao tempo em que foi erguido e faz termos certeza de que Itapanhoacanga parou no tempo.
Paisagens medievais nas margens da Estrada Real: Igreja de São José em Itapanhoacanga |
O
trecho até Santo Antônio do Norte é em aclive e declive, passando pela estrada
no topo das colinas da região. São 14 Km de paisagens lindíssimas!
O trecho é todo em colinas com belas paisagens |
Tapera
passou a se chamar Santo Antônio do Norte em 1938, mas ainda hoje é conhecida
pelo nome original. E não foi só isso que parece não ter mudado por lá, pois se
no século XVII o arraial era uma única rua de casas baixas com a Igreja de
Santana em uma das pontas e a de Santo Antônio no meio, hoje pouca coisa mudou.
Chegada em Santo Antônio do Norte, atual Tapera |
O
pequeno distrito que parece querer crescer com a Estrada Real já possui duas
pousadas (que são pontos de carimbo) e tem um pouco da economia movimentada
pelos viajantes que cruzam o Caminho dos Diamantes.
Tapera é um lugar abandonado no tempo |
Apenas
20 minutos subindo e descendo morros nos levam a Córregos, mas um distrito
pequenino em meio as montanhas. Uma curiosidade é a fazenda que cria búfalos
junto a Estrada Real.
Córregos |
O
último trecho do dia foi também nossa pior experiência na viagem, pois no topo
do morro, na saída de Córregos, o motor do carro ferveu e apesar de fazer todas
as manutenções previstas e ter bastante cuidado com as revisões, uma mangueira
de água do radiador ressecada arrebentou junto a conexão por detrás do motor...
A mangueira do radiador arrebentou na conexão... |
Paramos
no topo do morro diante do marco nº 338 e demos muita sorte (apesar de tudo),
pois um carro e uma moto pararam para nos ajudar. O atencioso rapaz da moto foi
até o centro de Córregos buscar água para nós. Infelizmente era um vazamento
(descobrimos depois) e após encher novamente o radiador o carro voltou a parar 5
Km adiante.
Paramos diante do Marco 338 sem saber o que fazer |
O
povo do interior mineiro é muito atencioso e novamente um anjo nos salvou. Um
rapaz que capinava ali perto (no meio do nada!) me levou até a fazenda onde ele
morava e me doou umas 10 garrafas PET’s com água. Com isso conseguimos seguir
mais alguns quilômetros, parando sempre que o carro fervia sem água e
completando o radiador.
Fomos ajudados por moradores da região que nos salvaram |
No
último trecho um grupo parou e nos doou água de beber e uma garrafa de água de
cachoeira, além de nos acompanhar até a entrada da cidade, onde paramos em um
posto de gasolina para repor a água que vazava pela mangueira.
Muitas garrafas de água para chegar em Conceição do Mato Dentro |
Demoramos
1h 30min para percorrer os 17 Km até chegar em Conceição do Mato Dentro com o
carro fervendo a toda hora e não teríamos conseguido sem as ajudas que
conseguimos pelo caminho.
Nossa
intenção era acampar na cidade, mas chegamos cansados e cobertos de terra, além
de não poder rodar com o carro para procurar onde ficar, então aceitamos a
indicação do frentista do posto e nos hospedamos na Pousada JK, na avenida
principal e bem perto de uma oficina mecânica. A Pousada é bem simples, com
quartos que precisam de pintura e um café da manhã modesto, mas em compensação
pagamos um preço justo pelo que tínhamos e as duas noites que ficamos por lá
saíram baratas.
Depois de muito sufoco chegamos... |
Dia 3: Conceição do Mato Dentro
Apesar
de nossa chegada tumultuada passamos ótimos dias na cidade que é um centro para
o ecoturismo na região. Apesar de termos ficado apenas um dia todo e metade do
dia seguinte, além da noite em que chegamos cansados, Deu para curtir as
cachoeiras nos arredores e conhecer o centrinho (veja aqui).
Praça tranquila no centro da cidade |
Nesse
primeiro dia na cidade fomos conhecer uma das mais famosas cachoeiras do país.
A Cachoeira do Tabuleiro tem 273 metros de queda, é a terceira maior do Brasil,
e está localizada na Serra do Espinhaço no distrito do Tabuleiro a 20 Km de
distância do centro de Conceição do Mato Dentro.
Cachoeira do Tabuleiro a 20 Km do centro de Conceição do Mato Dentro |
A Cachoeira do Tabuleiro é impressionante possuindo a terceira maior queda de água do país |
Depois
de retornarmos do Tabuleiro rodamos um pouco pela cidade e conhecemos o centro
no período da tarde até o anoitecer, quando comemos em uma pizzaria no centro
(não lembro o nome, mas era a maior e mais cheia por lá: valeu a pena) e
voltamos para o hotel para descansar do dia cheio.
Em um dia curtimos a cachoeira e rodamos o centro da cidade |
Dia 4: Conceição do Mato Dentro x Itambé
do Mato Dentro
Descansamos
bem durante a noite e aproveitamos a metade deste dia nos rios e poços nos
arredores da cidade. Depois de curtir bem o lugar voltamos para o hotel,
tomamos um banho e encerramos a hospedagem. Era hora de partir...
Passamos metade desde dia nos rios e poços de Conceição do Mato Dentro |
Deixamos
Conceição do Mato Dentro pela Estrada Real em meio as montanhas e subimos até o
Morro do Pilar, pacata cidade onde paramos para carimbar os passaportes no
“Café com Arte e Chocolate”, ao lado do antigo prédio da prefeitura. Além dos
carimbos saímos de lá com deliciosos doces... fica a dica ;-)
Café com Arte e Chocolate: Ponto de carimbo da ER |
A
estrada cruza rios e sobe morros até chegar em Itambé do Mato Dentro em uma
viagem de pouco mais de 2h de duração desde Conceição do Mato Dentro, já que
são menos 65 Km de estrada.
Foi uma viagem em meio a paisagens bucólicas |
Escultura no topo da montanha em meio a Estrada Real |
A
chegada é na Igreja de Nossa Senhora das Oliveiras e logo a frente está o
Centro de Artesanato que também é ponto de carimbo.
Itambé do Mato Dentro |
Galpão do Artesanato: Ponto de carimbo da ER |
Nosso
almoço foi um pão com linguiça em uma simpática vendinha que me fez achar que
tinha voltado no tempo. O ar de cidade do interior, com pessoas solícitas e
simpáticas, me faz sentir saudades da cidade até hoje.
Lanchamos em uma vendinha que parece parada no tempo |
Ficamos
no Camping Ouro Fino e mega recomendo o lugar que tem um grande gramado com
mesas cobertas e pontos de luz, além de grande faixa de areia e uma “praia”
particular no leito do rio no fundo do terreno. Banheiros e vestiários amplos e
área de tanque para lavar e estender as roupas completam o ambiente (só não
lembro de lugar para preparar refeições...).
Camping Ouro Fino: Indicamos cm certeza |
Praia no rio dentro do camping |
Várias
cachoeiras estão nas redondezas, sendo as do Encantado e da Maçã as mais
distantes, (cerca de 16 Km do centro). As cachoeiras da Serenata e do Funil
estão a menos de 10 Km, enquanto as cachoeiras da Vitória e da Baixada das
Crioulas estão a menos de 5 Km do centro de Itambé do Mato Dentro.
Itambé do Mato Dentro está atrás da Serra do Cipó |
A
Cachoeira do Lúcio está a apenas 1 Km do centro da cidade e foi a que ficamos
mais tempo. É bem fácil de chegar e tem um grande estacionamento com uma trilha
curta de alguns metros até o poço.
Depois das cachoeiras em Conceição do Mato Dentro no início do dia, terminamos nas de Itambé |
A
noite a Praça 1º de Março, diante da Igreja Matriz, fica lotada de carrocinhas
de lanches, mas como já não havíamos almoçado fomos jantar. Encontramos o ótimo
Hotel e Restaurante Estrela onde os simpáticos proprietários prepararam a refeição
na hora com aquele gosto de comida mineira caseira.
Igreja Matriz de Nossa Senhora das Oliveiras |
Dia 5: Itambé do Mato Dentro x Catas
Altas (Caraça)
Acordamos
cedo depois de um dia relaxando nas cachoeiras, e no rio do camping, desmontamos
a barraca e pegamos a estrada (que é asfaltada) até Senhora do Carmo.
Registro de nossa passagem por Senhora do Carmo |
Depois
seguimos por um pequeno trecho de terra até Ipoema onde está o Museu do
Tropeiro, que conta um pouco da história das tropas que circularam pela Estrada
Real no passado e também é ponto de carimbo.
Museu do Tropeiro: Ponto de carimbo da ER |
O museu tem um acervo que conta a história dos tropeiros |
O
caminho até Bom Jesus do Amparo é por uma estrada asfaltada que vira calçamento
na cidade e passa diante da singela Igreja Matriz antes de seguir em direção a
Cocais.
Igreja Matriz de Bom Jesus do Amparo |
Aproveitei para uma oração no meio do caminho |
Nos
mantivemos na Estrada Real até a BR-381, quando seguimos direto para Cocais
cortando um trecho de terra e ganhando tempo.
Paramos para carimbar os passaportes |
A
vila de Cocais é o final do Caminho do Sabarabuçu, mas não havíamos vindo aqui,
justamente por que passaríamos descendo pelo Caminho dos Diamantes, portando
faltava esse carimbo no nosso passaporte.
A Igreja Matriz do Rosário é o marco de chegada em Cocais |
Depois
de uma parada rápida no centro de Cocais era hora de voltar à estrada de terra
e seguimos subindo a Serra da Conceição. No caminho entre a Vila de Cocais e a
cidade de Barão de Cocais, a Estrada Real passa por um belo sítio arqueológico.
Sítio Arqueológico da Pedra Pintada |
O
Sítio da Pedra Pintada está em uma propriedade particular que fica aberta
sempre e os proprietários conduzem os visitantes até os paredões de pedra onde
estão os painéis com as pinturas rupestres que possuem cerca de 6000 anos de
idade e apresentam animais e rituais dos povos que por ali passaram.
Pinturas rupestres com 6.000 anos de idade na Estrada Real |
O Sítio Arqueológico também é ponto de
carimbo da Estrada Real e além dos impressionantes desenhos o lugar ainda é um mirante para as montanhas e vales a 1250 metros acima do nível do mar. Um pouco mais a frente está a Cachoeira de Cocais que também está em uma área particular. Mas para se chegar até a queda d’água deve-se percorrer uma trilha de 1h de caminhada e decidimos não descer.
O
trecho até Barão de Cocais exigiu bastante do carro, então se você não está em
um 4x4 prefira a estrada convencional.
Se não estiver em um 4x4 prefira o asfalto |
Chegada na Igreja Matriz no centro de Barão de Cocais |
Seguimos viagem e em apenas
20 minutos de estrada chegávamos na Igreja Matriz de Santa Bárbara, na cidadezinha de mesmo nome, onde paramos para almoçar e carimbar os passaportes
Marco de chegada junto da igreja |
O bonito interior da igreja |
Vale
visitar o interessante museu montado na casa de Afonso Penna, ex-presidente do
Brasil, e a Casa do Mel onde vende o famoso Bolo de Mel de Santa Bárbara.
Casa de Afonso Penna em Santa Bárbara |
Detalhe do aposento com o teto pintado |
Seguimos
então para a Serra do Caraça onde iríamos pernoitar no famoso Santuário considerado
uma das Sete Maravilhas da Estrada Real.
O Santuário do Caraça fica em Catas Altas mas que tem a entrada em Santa Bárbara |
Apesar
de estar localizado, geograficamente, em Catas Altas a entrada se dá por Santa
Bárbara, seguindo o caminho para Brumal.
Santuário do Caraça e a Estrada Real |
Foi
minha melhor experiência na Estrada Real, chegamos pouco depois das 16h,
dormimos por lá e no dia seguinte ficamos até as 15h, fechando um dia todo por
lá (veja aqui).
O Santuário é uma área protegida em meio à natureza com muita paz e tranquilidade |
Além
do complexo religioso o Caraça reserva outros atrativos, pois toda área de
preservação ambiental possui cachoeiras, rios e trilhas que levam a mirantes e
mesmo que você não durma por lá, vale a pena reservar um dia para conhecer o
lugar.
Cachoeira na Serra do Caraça |
O
pernoite lá não é barato, mas para nós compensou cada centavo. Um clima de paz
toma o lugar depois que os visitantes vão embora e a noite a maior atração é o
lobo guará que sobe as escadas do adro da igreja para comer em uma bandeja
especialmente colocada para ele pelos padres do Caraça.
O lobo guará que vai ao adro da igreja é uma atração à parte nas noites no Caraça |
Dia 6: Catas Altas x Ouro Preto
Passamos
mais da metade deste dia nas trilhas do Caraça e depois de relaxar nas
cachoeiras e rios da serra seguimos a Estrada Real.
Passamos metade do dia nas trilhas e rios do Caraça |
Seguimos
em direção ao centro de Catas Altas na estrada que liga a cidade a Santa
Bárbara e diante do marco nº 505 está o Bicame de Pedra, ruína de um aqueduto
datado de 1792 e um dos cartões postais da Estrada Real. São aproximadamente
100 metros de aqueduto com um arco de pedras no meio e uma escadaria que dá
acesso a parte de cima da ruína.
Bicame de Pedra junto ao Marco nº 505 do Caminho dos Diamantes: Antigo Aqueduto |
Deste
ponto são apenas 7 Km de estrada de terra até o centro de Catas Altas, onde
chegamos na praça da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição, que começou a
ser erguida em 1712 e foi concluída em 1739. Diante da igreja a praça oferece
uma vista linda da paisagem.
Catas Altas tem uma vista privilegiada da Serra do Caraça |
A
Praça da Matriz é cercada por um belo conjunto arquitetônico com a serra ao
fundo, possuindo um chafariz que no passado foi o pelourinho da cidade. Após a
abolição da escravatura a coluna de pedra que servia para o castigo público de
escravos foi transformada em fonte de abastecimento para a população e ainda
hoje tem sua água canalizada desde a Cachoeira da Santa na Serra do Caraça.
Antigo pelourinho e atual fonte de água na praça diante da igreja |
Valeu
a visita à Igreja de Santa Quitéria no alto de uma colina e depois de carimbar
os passaportes seguimos viagem.
Igrejinha de Santa Quitéria no alto de uma colina |
Depois
de passar por Morro de Água Quente saímos da Estrada Real e tomamos a rodovia
MG-129 em direção a cidade de Mariana.
O
caminho original ainda passava por Santa Rita do Durão, Bento Rodrigues e
Camargos, mas depois do desastre ambiental que destruiu Bento Rodrigues após o
rompimento de uma barragem da mineradora Samarco, em novembro de 2015, o
caminho foi fechado nesse trecho.
Cidade de Bento Rodrigues arruinada pelo desastre ambiental (foto de reprodução da internet) |
Chegamos
em Mariana já próximo ao fim do dia, carimbamos os passaportes e rodamos
rapidamente a cidade antes do sol se pôr. Mariana é uma cidade que merece um
pouco mais de tempo, mas nós já a conhecíamos (veja aqui).
Indico
uma visita à Igreja de São Pedro dos Clérigos, o Museu Arquidiocesano de Artes
Sacras e a Praça Minas Gerais, com as duas igrejas que são o cartão postal da
cidade
Chegamos em Mariana no fim do dia |
Apenas
11 Km por vias asfaltadas separam Mariana de Ouro Preto, no caminho não deixe
de conhecer a Mina da Passagem, que fica junto à Estrada Real e de onde foram
retiradas mais de 35 toneladas de ouro no período colonial. Descer os 120
metros até o interior da mina em um trole já vale a visita.
Depois
de dirigir por 100 Km ao longo do dia chegamos novamente a Ouro Preto, desta
vez finalizando o Caminho dos Diamantes (já havíamos passado pela cidade no
final do Caminho Novo, na primeira parte desta viagem). Aproveitamos para pegar
os certificados de conclusão do Caminho do Sabarabuçu e do Caminho dos
Diamantes no centro de informações turísticas na Praça Tiradentes.
Ouro Preto: Ponto de encontro de todos os caminhos da Estrada Real |
As
hospedagens em Ouro Preto não são baratas, mas passamos a noite na Pousada
Caminhos da Liberdade, no centro histórico, onde negociamos um bom preço por um
quarto no fundo do casarão.
Pousada Caminhos da Liberdade: Fim do Caminho dos Diamantes e Início do Caminho Velho |
Circuito do Ouro: Entre Serras da
Piedade ao Caraça
No
Caminho dos Diamantes completamos o mapa “Entre Serras da Piedade ao Caraça” do
projeto Circuito do Ouro e pegamos nosso certificado digital com um pen drive de brinde na sede do projeto
em Catas Altas. Visitamos todos os lugares que fornecem os adesivos para o mapa
em e ainda aproveitamos os descontos em um restaurante em Santa Bárbara e na
hospedagem no Caraça (valeu muito o desconto!!!).
Não
deixe de acompanhar o próximo post com o final da nossa viagem pelo Caminho
Velho ;-)
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