domingo, 30 de novembro de 2014

Região de Parinacota e Parque Lauca


2º Dia no Chile (dia 10 do mochilão)

Depois de dormir sem jantar, acordamos as 6h mortos de fome. O Hostel Athenas em que estávamos hospedados em Arica não servia o desjejum e como faríamos o passeio ao Parque Lauca, teríamos que tomar o desayuno pelo caminho.

Aguardamos o guia para nosso tour do dia que seria ao Parque Nacional Lauca que fica no extremo norte do Chile na região de Tarapacá, ao leste da cidade de Arica. O parque de 138.000 hectares oferece extraordinárias atrações naturais, incluindo vulcões ativos, lagos de águas azuis e amplas planícies que servem de refúgio de grandes populações de vicunhas, lhamas e alpacas. Considerado Reserva Mundial da Biosfera pela UNESCO é atualmente o lar de mais de 130 espécies de aves.

É possível fazer um passeio com mais dias em que se conhece as áreas protegidas adjacentes ao parque, como a Reserva Nacional las Vicuñas e o Monumento Nacional Salar de Surire, mas como nosso tempo era curto, teríamos apenas um único dia para explorar a região.

Pegamos as mochilas e fechamos a conta no hostel, pois não voltaríamos após o tour. O ônibus da “Turismo Lauca” passou para nos buscar por volta das 7h e seguiu na direção da orla da Playa La Lisera parando para buscar mais turistas no caminho.

Deixamos a cidade percorrendo a rota internacional que segue em direção à Bolívia. A estrada margeia o Valle de Azapa, um verdadeiro Oasis no meio do deserto, famoso por conta dos geóglifos com contornos humanos e de animais em suas colinas. Estudiosos afirmam que estas imagens remontem ao período de ocupação inca na região.


Vale de Azapa em meio ao desrto

Infelizmente só conhecemos o Valle de Azapa e os geóglifos pela janela do ônibus.


Geóglifos de Azapa

Seguimos por aproximadamente 30 Km e a paisagem desértica que víamos pela janela ia dando lugar a vegetação com campos verdes nos arredores do Valle de Lluta.


Vale de lluta

Nossa primeira parada foi no vilarejo de Poconchile, que cresceu as margens do Rio Lluta que dá nome ao vale em que a cidade se encontra.

 
Poconchile

Depois de mais de dezoito horas sem comer e tendo a última refeição como um lanche de fast food, a parada foi um alívio. O desayuno não estava incluso no pacote, mas paramos em um restaurante para os que quisessem (como nós) pudessem comer algo. Começamos ali a conhecer alguns dos nossos companheiros no passeio, entre eles o Vinícius, um paulista que viajava sozinho entre Peru e Chile.

 
Restaurante: Finalmente uma refeição

A atração principal em Poconchile é a pequena Iglesia de San Jerónimo que é a mais antiga entre as igrejas coloniais existentes no norte do Chile. Foi erguida por padres espanhóis em 1580 para evangelização do povo Aymará que vivia na região.

 
Placa da igreja em azuleijos

Infelizmente a igrejinha estava em obras para restauração e não pudemos nem chegar perto, pois os tapumes cobriam a fachada que não apresentava a cor branca característica.

 
Igreja em reforma

Nos restou apenas a visita ao pequeno cemitério de San Jerónimo de Pocanchile nos fundos da igreja que rendeu bonitas fotos, apesar de um pouco mórbidas... rs

 
Cemitério no deserto

Seguimos no ônibus até um ponto conhecido como “Quebrada de Cordones”, na estrada em meio ao deserto. Neste ponto pode-se observar os Cactos Candelabros, uma espécie que cresce em altitudes acima de 2.000 metros.

 
Aline na Quebrada de Cordones

Com altura média de 3 metros e podendo chegar aos 5 metros, esta espécie de cacto possui o tronco alto e limpo com ramificações nas pontas, lembrando um grande candelabro.


Cacto Candelabro com mais de 3 metros de altura

Seguimos pela estrada no deserto por mais um tempo e paramos diante do mirante do Vale de Lluta, de onde é possível avistar o vale com o Rio Lluta abaixo. Aproveitamos para algumas fotos.

 
Mirante do Vale de Lluta
Vale de Lluta


Neste ponto o guia nos explica que toda a região norte do Chile era dominada pelos povos Aimarás, que posteriormente foram subjugados pelos Incas, mas que ainda hoje formam a segunda maior comunidade indígena do país, com cerca de 48.500 pessoas. A nossa frente pudemos observar ruínas que foram fortalezas Aimarás construídas entre os anos 1000 e 1450 d.c., ano em que os incas passaram a dominar a região.

 
Ruínas pré incas

Observamos com atenção enquanto o guia explicava que estas construções são chamadas “Pukarás” e que nos períodos de paz eram acomodações para famílias enquanto nos períodos de guerra o lugar era transformado em fortaleza.


Pukarás

As pukarás, que foram construídos com pedra e lama, transformavam encostas em terraços e o topo funcionava como ponto estratégico de observação dos inimigos. O acesso íngreme ampliava a proteção.

 
Vestígios das Pukarás nas montanhas

Deixamos o vale e seguimos cruzando belas planícies com montanhas ao fundo, sob um céu extremamente azul. As paisagens pela janela do ônibus eram sempre lindas, não importa para que lado se olhasse.


Olhando pela janela na estrada

No meio do caminho uma grata surpresa: Uma solitária viscazia. Um tipo de coelho do deserto que é típico da região mas difícil de se ver, pois vive em tocas entre as rochas e possui hábitos noturnos. O motorista avistou o bichano e parou próximo o bastante para que pudéssemos admirá-lo sem o afungentar.

 
A Viscazia entre as pedras

Pela janela pudemos observar alguns grupos de vicunhas, que são os menores camelídeos entre as espécies andinas. Estes são animais selvagens que vivem em altitudes acima de 3.000 metros do nível do mar e que não podem ser domesticados, pois morrem do coração durante o aprisionamento. As vicunhas possuem pelagem constituída da lã com a melhor qualidade que se conhece, sendo muito valorizada e por este motivo sempre foi alvo de caçadores, chegando a estar próxima da extinção. O guia explica que a criação do Parque Nacional Lauca e da Reserva Nacional Las Vicuñas fez com que o número destes animais subisse de menos de 25.000 para mais de 170.000 nos dias de hoje.

 
As vicunhas selvagens e protegidas pela reserva ambiental

O ônibus continua a subir pela estrada de terra e a paisagem desértica vai mudando aos poucos até que atingimos mais de 4.000 metros acima do nível do mar, quando chegamos em nossa próxima parada, a Laguna Cotacotani.

 
Laguna Catacotani

Na verdade um complexo lagunar formado em meio as montanhas andinas. O guia explica que o nome da laguna vem da expressão “quta-qutani” que quer dizer “conjunto de lagunas” na língua Aymara.


Eu, Cotacotani e os vulcões



 
Cotacotani está cercada de diversos picos nevados e vulcões, sendo os mais famosos os chamados “vulcões gêmeos” Parinacota e Pomerape que formam os Nevados Payachatas. Aproveitamos nosso novo amigo brasileiro e pedimos ao Vinícius algumas fotos de nós dois juntos, coisa rara quando se viaja em dupla... rs

 
Aline e eu: poucas fotos a dois por falta de quem registre




Segundo o guia, o Vulcão Pomerape tem o cume a aproximadamente 6.280 metros acima do nível do mar, enquanto o Parinacota atinge os 6.350 metros acima do nível do mar.

 
Os vulcões "gêmeos" de Parinacota e Pomerape

Voltamos para o ônibus e de volta à estrada pudemos ver que o complexo lagunar é imenso e possui diversas ilhas formadas por rochas vulcânicas, resultado das erupções nas montanhas ao redor.

 
Complexo lagunar de Cotacotani visto da estrada

Seguimos alguns quilômetros até um dos poucos locais aonde ainda se fala o dialeto Aymará no Chile, a pequena vila que dá nome ao lugar: Parinacota.

 
Parinacota

O pequenino vilarejo é um rústico povoado no meio do nada! A população é de cerca de 70 famílias, mas no momento em que chegamos parecia uma cidade fantasma, já que a grande maioria dos seus habitantes estava nas áreas de criação de lhamas trabalhando com seus rebanhos.

 
Uma solitária moradora e sua lhama

As pequenas casas da vila foram construídas ao redor de uma pequenina igreja erguida com pedra vulcânica e barro no começo do século XVII e considerada Patrimônio Histórico da Humanidade.

 
Praça da igreja

O templo tem o teto sustentado por vigas de eucalipto entrelaçadas por pele de lhama, mas infelizmente estava fechado quando chegamos. O guia explica que a chave fica com um morador local, mas que naquele momento ele estava nas montanhas, então não conheceríamos o interior da igreja.

 
A bonita e histórica igreja de Parinacota

Caminhamos entre as casas simples e ruas de terra no meio da imensidão do deserto. O guia nos deixou livres por trinta minutos para conhecer o lugar e tirar fotos.

 
Casas simples de Parinacota

A vila está aos pés de uma pequena colina e seguimos um caminho que levava ao topo. Subir andando uma elevação a quase 4.500 metros acima do nível do mar não é fácil. O guia havia dito que deveríamos caminhar bem devagar e parar para respirar sempre. No início achei exagero, mas admito que a subida que parecia fácil foi quase impossível.

 
Parada para descanso na subida: a vista já compensa

Por fim chegamos ao topo onde está um ornamentado cruzeiro. Do alto pode-se ver a pequena vila de Parinacota no meio das areias e pedras do deserto. Um tempo para respirar e era hora de descer e deixar a simpática cidade para trás.

 
Parinacota inteira vista de cima
 
Cruzeiro de Parinacota com os picos dos vulcões gêmeos ao fundo


Voltamos para a Ruta CH-11, conhecida como “Rota do Deserto” que atravessa Parinacota em direção a La Paz. Iríamos seguir por mais 4 Km até o Lago Chungará, antes do Paso Fronteriço de Tambo Quemado na divisa com a Bolívia.

 
Rota Internacional CH-11

Quando finalemente chegamos a região do Lago Chungará fiquei abismado com a paisagem. O lugar é lindíssimo e de fácil acesso, uma vez que a rodovia margeia o lago.

 
Lago Chungará junto a rodovia

O Chungará está localizado a 4.500 metros acima do nível do mar e é considerado o lago mais alto do mundo (estando em cota acima do Titicaca que é o lago navegável mais alto que existe). O guia nos conta que o lago possui uma superfície de 22 Km² e sua profundidade atinge os 35 metros no ponto mais fundo.

 
O lago mais alto do mundo

Dali podemos admirar o Vulcão Parinacota, localizado na fronteira entre Bolívia e Chile. O guia explica que o vulcão possui uma cratera de 500 metros de diâmetro e 100 metros de profundidade e que o nome “Parinacota” quer dizer “Lago dos Flamingos” na lingua indígena Aymara.

 
Vulcão Parinacota no Lago Chungará

O lago tem como principal afluente o Rio Lauca, que dá nome ao Parque Nacional, e é o principal responsável pelo abastecimento da Laguna Cotacotani que havíamos visitado anteriormente. O guia explica que o fluxo subterrâneo do Chungará abastece todas as lagunas da região.


Lago Chungará

A beleza da paisagem impressiona qualquer visitante. O Parinacota possui um glaciar permanente acima da cota de 5.200 metros, e é refletido nas águas do lago como uma pintura viva a nossa frente.

 
Paisagem andina perfeita

A fauna da região é outro ponto alto da visita, pois é possível observar a presença de flamingos e jarinas gigantes (uma espécie de pato andino) se alimentando nas águas no Chungará.

 
Flamingos dão um ar especial ao lugar
 
Jarinas Gigantes típicas da região


Era a hora de voltar para Arica, mas antes teríamos uma última parada para o almoço na cidade de Putre, cujo valor já estava incluso no pacote do tour. No caminho de volta pudemos ver as pastagens de criação de Lhamas de Parinacota.

 
Lhamas pastando em Parinacota
 

Pequenas Lhamas no rebanho


O caminho de volta é bem cansativo e a parada para almoço ainda está a longínquos 140 Km de distância de Arica. Putre está a 3500 metros acima do nível do mar e é a capital da província de Parinacota, mas apesar disso é um vilarejo pequeno e simples onde o tempo parece não passar.

 
Vilarejo de Putre na região de Parinacota

Sentamos para almoçar e jogar conversa fora com nossos novos amigos de viagem e descobrimos que o Vinícius também iria para o Atacama quando deixasse Arica. Aproveitamos o tempo após o almoço para um rápido passeio nos arredores da praça da cidadezinha. Todo o lugar é muito bem cuidado, com jardins verdejantes, apesar de estarmos no meio do deserto andino.


Praça de Putre

Uma pena que a igreja construída em 1670 e restaurada em 1871 estivesse fechada. Sempre procuramos visitar as igrejas históricas quando viajamos, mas neste dia não demos sorte em nenhum templo e só pudemos olhar por fora.


Mais uma igreja fechada

O retorno à Arica foi silencioso, já que a paisagem desértica e o balanço do ônibus eram um convite a um cochilo pós-almoço. Ao chegar percorremos a cidade mais uma vez, enquanto os companheiros de tour eram deixados em seus respectivos hotéis. Nos despedimos do Vinícius quando ele desceu próximo a praia na região costeira onde ficava seu hostel e pedimos ao motorista que nos deixasse na rodoviária, pois havíamos encerrado nossa estadia no hostel e tomaríamos o ônibus para San Pedro de Atacama a noite.

Eram mais de 20h quando chegamos no Terminal Terrestre Nacional de Arica, o lugar estava lotado e parecia que todos os ônibus já estavam com os lugares esgotados. Havíamos comprado as passagens na Buses Frontera Del Norte ($ 10.000 por pessoa), com destino a San Pedro de Atacama com uma “conexão” em Calama. Olhando o movimento me dei conta de como foi importante ter comprado as passagens no dia anterior quando chegamos a cidade, pois a rodoviária estava um caos.

Aproveitamos para ir ao banheiro e depois tive que enfrentar uma verdadeira guerra para chegar até o guichê do pagamento da taxa de embarque. Aline ficou me aguardando com as mochilas (não dava para andar com mochilas nas costas), próximo a porta da área de embarque, onde havia um pequeno aparelho de TV passando o noticiário local.

Uma nova guerra para chegar até a porta de embarque, junto a Aline e finalmente entendi o que estava acontecendo na cidade e porque tanta gente procurava passagens para fora: Um terremoto de 6,5 graus na escala richter havia sacudido a região de Iquique e foi sentido em Arica, fazendo com que as sirenes de alerta de Tsunamis soassem na cidade.

O noticiário na TV era do tipo sensacionalista e ficava repetindo cenas de evacuação das praias de Iquique e Arica e a grande parte dos turistas estava ali na rodoviária procurando sair da cidade em alerta. Tudo isso havia acontecido a pouco tempo enquanto estávamos retornando das montanhas de Parinacota e me dei conta que o guia havia deixado muita gente nas áreas de praia, evacuadas por segurança, sem saber do risco. Lembramos imediatamente do nosso novo amigo paulista Vinícius que havia descido do ônibus na costa.

 
Reprodução da internet: Noticiário da TV chilena

O ônibus da Frontera Del Norte encostou na plataforma de embarque e as 21h30min e embarcamos para uma viagem noturna em direção a San Pedro de Atacama, com uma parada de 1h30min na cidade de Calama. Antes de adormecer ainda me lembrei que minha intenção original era ir de Arica para Iquique e só depois para Atacama e que se fosse assim estaríamos com passagens para a cidade epicentro do terremoto e de onde todos fugiam. Concluí que foi um grande golpe de sorte nosso caminho não se cruzar com o terremoto, apesar de estarmos tão perto. Recostei o assento do ônibus e dormi contente por estar indo para longe dali, sem saber que aquele seria o primeiro terremoto de uma série de tremores na região e que, em uma semana, culminaria com um grande evento trágico de repercussão internacional, que envolveria até o desabamento de parte do morro de Arica. Felizmente isso tudo iria acontecer quando já estivéssemos bem longe dali...


Gastos para 2 pessoas em 16/03/2014:

- Desjejum: $ 2.800,00 CLP
- Lanche: $ 4.100,00 CLP
- Água: $ 750,00 CLP
- Banheiro: $ 300,00 CLP
- Taxa de embarque: $ 400,00 CLP

4 comentários:

  1. Ei, Tiago! Achei as informações desse post bastante informativas e só me deixaram com mais vontade ainda de visitar a região! Você lembra quanto saiu esse passeio na época? Todos os valores que tenho achado na internet me parecem muito caro! Acha que alugar um carro e ir por conta própria é uma opção válida ou muito cansativa?

    Obrigada, Marina!

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    1. Olá Marina, fico feliz de ajudar e que bom que as informações estão sendo úteis. Quanto ao valor, sempre coloco nos posts, mas realmente neste não coloquei o preço do tour... falha minha rs. Vou olhar em minhas anotações e te respondo, mas creio que os preços praticados pelas agências em Arica devem ser menores do que os que está vendo na internet. Alugar um carro sempre pode ser uma boa opção, mas existem diversos pacotes de passeios com as agências, daí vale avaliar o custo benefício com o tempo que vc tem livre.

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  2. Olá Tiago! Estarei fazendo um mochilão Bolívia/Chile/Peru em maio/junho de 2018, e após ver esse relato me deu vontade de adcionar também esse passeio do Parque Lauca... O problema é achei pouquíssimas informações na internet a respeito dele! Como no planejamento estaria chegando em Arica quase a noite (as agências estariam provavelmente fechadas) teria que infelizmente fechar pela internet, e não achei muitas informações no site do "Turismo Lauca"... Sabe me informar se esse tour é realizado todos os dias? Pois para encaixá-lo teria que ser para mim em uma segunda, poderia tentar em um domingo (mas safricaria um dia a menos no Atacama, o que poderia não ser interessante), mas o que me diz?

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    1. Olá Pablo, realmente não sei dizer qnt aos dias, pois chegamos lá e fomos na agencia fazer a reserva no mesmo dia, não vi pela internet antes. Acredito que deve ter td dia sim, pois é um dos maiores atrativos da região, junto com o vale de azapa, e é muito turístico. A agência pode estar fechada a noite, mas me lembro que encontramos ela depois do sol se pôr, depois que descemos do Morro de Arica onde vimos o fim do dia. Na época em q fui eu tb não achei muita informação pela internet e acabei fechando lá mesmo a noite já, ou seja, vc pode conseguir assim tb... na época meu plano B era o vale de azapa, que acabamos não conhecendo, apenas de passagem

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