O
Arraial do Tijuco foi fundado em 1702, mas depois da descoberta dos diamantes
no século XVIII a antiga vila cresceu e se transformou na atual cidade de
Diamantina.
Depois
de ostentar o título de maior produtor de diamantes do mundo a cidade cai em
decadência com o fim do ciclo da pedra na região, mas preserva seu casario e
arquitetura no centro histórico, eleito Patrimônio Cultural da Humanidade pela
UNESCO em 1999.
Antiga Estação Ferroviária de Diamantina |
Hoje
a cidade atrai milhares de turistas com a Vesperata, onde são realizadas
apresentações de músicas das bancadas de fachada do casario colonial, em dois
sábados de cada mês entre abril e outubro. Não estivemos lá na época, mas as meninas do Blog Mineiras Viajantes deixaram um relato cheio de vídeos da Vesperata.
As sacadas históricas recebem músicos nas Vesperatas |
Centro Histórico
As
atrações no centro histórico estão no casario colonial e nas igrejas barrocas,
separados por alguns restaurantes e poucas lojas para turistas. Não espere
encontrar em Diamantina um ambiente parecido com os de Tiradentes e Ouro Preto,
pois a cidade recebe bem menos turistas do que as demais...
Ruas do centro histórico |
Casario histórico da cidade |
Caminhando
pelo centro se vê belas construções históricas, como o prédio da Prefeitura que
foi a antiga Intendência dos Diamantes.
Prefeitura |
Na
Praça Barão do Guaicuí está o Mercado Municipal, antigo rancho dos tropeiros,
erguido em 1835 e até hoje utilizado para festivais e eventos diversos. O
mercado marca o ponto de início do Caminho dos Escravos que liga Diamantina ao
Distrito de Mendanha, cruzando o Vale do Jequitinhonha e a Serra do Espinhaço.
Praça Barão do Guaicuí |
Mercado Municipal e antigo rancho dos Tropeiros |
Caminho dos Escravos da Estrada Real |
A
casa de Chica da Silva é outro ponto de visitação importante na história da
cidade, pois o contratador de diamantes português João Fernandes de Oliveira se
apaixonou pela escrava alforriada e lhe concedeu privilégios que somente os
brancos poderosos da época gozavam. Apesar de nunca terem se casado
oficialmente, o casal viveu neste lugar por 17 anos e tiveram 13 filhos juntos.
Casa de Chica da Silva |
O
prédio do Teatro Santa Izabel já foi quartel de polícia no século XIX e antiga
cadeia pública até 1994 e agora, reformado, volta a ter a função cultural.
O Teatro Santa Izabel que já foi a antiga cadeia da cidade e hoje volta a sua função artística |
Caminhando
pelo centro histórico você encontrará várias boas opções para refeições, entre
restaurantes, bares e cafeterias. Na Rua da Quitanda, próximo à Igreja Matriz,
um largo se abre e fica repleto de mesas e cadeiras.
Diversos bares ocupam a Rua da Quitanda |
Existem muitas boas opções de cafeterias pelas ruas do centro |
Museus
Alguns
museus interessantes estão pelo centro histórico e podem ser conhecidos em um
dia de caminhada pela cidade.
Caminhando por Diamantina |
Casa de Juscelino Kubitschek
O
filho mais ilustre da cidade, Juscelino Kubitschek, nasceu aqui em 1902 e sua
casa se transformou em um museu aberto ao público.
A Casa de Juscelino Kubitschek é um museu sobre a vida do político |
A
Casa Museu de Kubitschek conta a história familiar e política do ex-presidente
do Brasil através de objetos e documentos históricos.
Objetos pessoais do ex-presidente |
No
porão foi montado o Bar do Nonô onde funcionam um restaurante e uma cafeteria
sob o assoalho da casa.
No porão funciona o Bar do Nonô: uma receptiva cafeteria com ares históricos |
Museu dos Diamantes
Apesar
do nome o casarão no centro histórico abriga apenas uma sala dedicada as pedras
preciosas que deram nome à cidade.
Museu dos Diamantes |
A história do garimpo é contada em uma sala |
A
maior parte da coleção é dedicada a objetos históricos dos séculos XVIII e XIX,
com destaque para obras de artes sacras e objetos curiosos de uso diário da
época.
Arte sacra no museu |
Objetos antigos são expostos como a mala com espaço para chapéus |
Casa da Glória
Uma
das construções mais conhecidas da cidade é a Casa da Glória e seu famoso
passadiço, cartão postal de Diamantina.
O famoso Passadiço da Casa da Glória é o cartão postal de Diamantina |
A
construção é composta de dois sobrados, um de cada lado da rua, interligados
por um passadiço suspenso. A Casa da Glória foi construída em 1780 e tem esse
nome por conta da antiga proprietária.
Por dentro do Museu: O passadiço liga os dois casarões em lados opostos da rua |
A
casa serviu aos intendentes de diamantes antes de passar a ser administrada
pelo bispado de Minas Gerais. Em 1867 foi entregue às Irmãs de São Vicente que
instalaram ali um educandário e em 1878 as freiras construíram o passadiço para
interligar a casa a um orfanato, do outro lado da rua.
No interior pode-se conhecer um pouco sobre a história do casarão |
Em
1979 a Casa da Glória passa a ser administrada pela Universidade Federal de
Minas Gerais (UFMG), que mantém até os dias de hoje um museu em funcionamento
no local.
Pátio interno da casa |
Igrejas
As
igrejas estão espalhadas pelas ruas da cidade e contam um pouco da história de
Diamantina.
Catedral de Santo Antônio
Erguida
entre 1930 e 1940 a atual Igreja Matriz está no mesmo lugar em que no século
XVIII encontrava-se a Capela de Santo Antônio do Tijuco.
A Igreja Matriz de Santo Antônio se destaca no centro histórico |
As torres das igrejas ficam iluminadas a noite |
Igreja de Nossa Senhora do Carmo
A
Igreja foi erguida entre 1760 e 1765 por João Fernandes de Oliveira que vivia
com Chica da Silva e a curiosa posição da torre sineira nos fundos do templo é
atribuída a ex-escrava no dito popular.
Fachada da Igreja do Carmo |
A torre sineira encontra-se na pate de trás do templo |
Igreja de Nossa Senhora do Rosário
O
Largo do Rosário é formado pela Cruz da Gameleira, por um chafariz do século
XVIII e pela igreja que dá nome à praça.
Largo do Rosário |
O Chafariz do Rosário é uma das muitas fontes antigas de abastecimento de água de Diamantina |
A
igreja construída em 1731 é a mais antiga de Diamantina e foi erguida como uma
capela simples até 1970, a partir de quando reformas e ampliações deixaram o
templo com o tamanho e formas atuais.
Igreja do Rosário |
A
antiga cruz e a árvore diante da igreja estão ligadas a uma lenda, pois um
homem teria dito que se sua alma se salvasse algo aconteceria com o cruzeiro,
depois de sua morte uma gameleira cresceu junto a cruz de madeira elevando-a do
solo e se misturando a ela. Hoje os restos do cruzeiro ainda estão em meio a
árvore e uma nova cruz foi erguida mais à frente.
A frondosa Gameleira que cresceu no cruzeiro |
Os restos da antiga cruz estão no tronco e galhos da lendária árvore |
Igreja de Nossa Senhora do Amparo
Começou
a ser construída em 1773 e é conhecida como Capela Imperial do Amparo por conta
de um Brasão da República inserido em uma reforma logo após a Independência do
Brasil.
Igreja do Amparo |
Igreja do Senhor do Bonfim dos
Militares
A
construção foi financiada pelos militares e concluída em 1771 tem como atração
a visita ao alto das torres sineiras.
Igreja de Nosso Senhor do Bonfim dos Militares |
Igreja de Nossa Senhora das Mercês
Construída
por um grupo de mulatos que abandonou a Irmandade do Rosário dos Homens Pretos,
a igreja começou a ser erguida em 1778 e só ficou pronta no início do século
XIX.
Igreja das Mercês |
Igreja de São Francisco de Assis
A
igreja foi fundada em 1762 e também tem a torre sineira aberta à visitação,
tendo sido neste templo que a famosa Chica da Silva foi sepultada.
Foi nesta Igreja de São Francisco de Assis que Chica da Silva foi sepultada |
Igreja de Nossa Senhora da Luz
Igreja
onde JK foi batizado e serviu como coroinha, é conhecida por ter sido erguida
por uma senhora portuguesa, em agradecimento por ter sobrevivido ao grande
terremoto que atingiu Lisboa no ano de 1755.
A Igreja da Luz foi o local de batismo de JK |
Basílica do Sagrado Coração de Jesus
Fora
do centro da cidade, essa igreja não é histórica, mas destaca-se pelo estilo
gótico e vitrais franceses.
Basílica gótica fora do centro histórico |
Interior com bonitos vitrais |
Atrativos Naturais
Mas
Diamantina vai além do centro histórico, seu casario e igrejas, tendo muitas
cachoeiras em seus arredores.
Diamantina é cercada pela natureza |
Cachoeira da Toca
A
cachoeira está a cerca de 5 Km de distância do centro de Diamantina e possui uma
bonita queda de 15 metros de altura e um ótimo poço para banho.
Cachoeira da Toca |
Para
chegar siga a estrada na direção de Belo Horizonte até avistar a Concessionária
da FIAT de um lado da via e um Posto BR do outro. Saia da estrada virando na
concessionária e passando na frente da loja, seguindo pela rua ao lado. Siga
pela rua de terra sempre virando a direita até uma porteira e uma ponte, lá
pare o carro e desça a trilha junto ao rio. Na dúvida é só perguntar que todos
ali conhecem.
A Cachoeira da Toca está nos arredores de Diamantina próxima a um bairro junto à estrada |
Parque Estadual do Biribiri
Situado
na Serra do Espinhaço nos arredores de Diamantina o lugar é uma ótima opção
para quem busca cachoeiras tranquilas.
Para visitar o Biribiri é melhor estar de carro |
Próximo
a entrada do parque está a Cachoeira da Água Limpa que é muito frequentada pela
população local por ser de fácil acesso caminhando. Poços e pequenas quedas no
rio são as atrações deste ponto.
Cachoeira da Água Limpa perto da entrada do Parque do Biribiri |
Na
estrada de terra que cruza o parque está o Mirante da Cruzinha, com uma pequena
trilha que permite subir a colina e admirar a paisagem do alto. O nome vem de
um cruzeiro em que devotos colocam imagens de santos na encruzilhada de acesso
à trilha.
Subida curta para o Mirante da Cruzinha |
Mirante da Cruzinha |
Mais
um pouco à frente está o início da trilha para o Poço dos Estudantes, que na
verdade conduz por um trecho de rio em que existem diversos poços bons para
banho escondidos em meio a vegetação.
Poço dos Estudantes: Paredão de pedra represa a água cristalina formando um poço bem fundo |
Seguindo
na estrada uma bifurcação aponta o caminho para o Mirante do Guinda a 2,2 Km de
distância, na estrada para o Distrito de Pinheiro.
Mirante do Guinda |
São
7 Km em estrada de terra batida desde a portaria do parque até a Cachoeira do
Sentinela, com estacionamento ao lado do rio.
Cachoeira do Sentinela |
O
lugar é ótimo para ir com a família, pois são várias quedas de água de até 5
metros de altura e poços interligados uns aos outros, todos rasos.
Ótimo lugar para curtir com a família e crianças pequenas |
Mais
5 Km de estrada, atravessando uma ponte de madeira, chegamos até a Cachoeira
dos Cristais, onde deve-se parar o carro e atravessar uma passarela sobre o
rio, além de caminhar um pouco até o poço.
Uma
queda d’água com um poço bem grande e um segundo poço logo abaixo do primeiro. O
lugar é bem bonito e se pode nadar até a queda para uma ducha, mas tenha
cuidado por que o poço é fundo!
Cachoeira dos Cristais |
O
final da estrada de terra é na Vila do Biribiri, erguida no ano de 1876 em
função da Companhia Industrial de Estamparia, que hoje está desativada no
local.
Vila do Biribiri |
O
povoado que serviu à indústria têxtil conta com um casario onde funcionam
restaurantes e lojas, além de uma igreja. Cerca de 30 pessoas moram e trabalham
na vila que é totalmente voltada ao turismo e um ótimo lugar para almoçar no
Parque Estadual.
A Vila do Biribiri possui restaurantes para atender a quem quer passar o dia nas cachoeiras do lugar |
Mirante do Cruzeiro
Subindo
a Serra de Santo Antônio pelo bairro Rio Grande se chega a um mirante a apenas
5 Km de distância da cidade.
O cruzeiro no alto do morro de pedras |
Morro do Cruzeiro com Diamantina abaixo |
Do
alto da serra se tem uma vista de 360º da região, incluindo a cidade de
Diamantina à frente. Um cruzeiro luminoso marca o ponto mais alto que fica bem
disputado enquanto o sol se põe.
O pôr do sol visto do alto do cruzeiro com as luzes da cidade se acendendo é um espetáculo |
Dicas
e Informações:
- Das
cidades histórica mineiras, Diamantina é a que menos chama a atenção quanto ao
centro histórico, que em apenas um dia você conhece bem;
-
Alguns pontos de interesse podem ser longe um do outro, portanto, diferente das
outras cidades históricas, em Diamantina vale utilizar o carro para se deslocar;
- No
Biribiri fique atento aos seus pertences, principalmente na Cachoeira da Água
Limpa, muito frequentada pelos moradores locais e não muito segura por conta do
movimento intenso;
- No
Biribiri a Cachoeira da Sentinela é ideal para crianças, enquanto a dos
Cristais pode ser perigosa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe aqui seu comentário, dúvida ou sugestão